Tuesday 7 August 2007

Xanana Gusmão toma posse como primeiro-ministro após protestos


Díli, 8 ago (EFE).- O guerrilheiro que se transformou no primeiro presidente do Timor-Leste após a independência, Xanana Gusmão, tomou posse hoje como primeiro-ministro, numa cerimônia realizada um dia depois dos protestos de timorenses que são contra a sua nomeação.

A cerimônia aconteceu no antigo palácio do governo de Díli, onde também prestaram juramento os ministros do novo Governo.

Pelo menos sete pessoas foram feridas na terça-feira, quando a Polícia disparou balas de borracha e lançou bombas de fumaça em Baucau, a segunda maior cidade do Timor-Leste. A ação serviu dispersar as pessoas que protestavam contra a nomeação de Gusmão como chefe do Executivo.

Os protestos foram promovidos por seguidores e simpatizantes da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin). O partido ganhou as eleições de 30 de junho, elegendo 21 dos 65 deputados do Parlamento. Segundo a Constituição, deveria ter recebido a missão de formar o Governo.

No entanto, o presidente timorense, José Ramos Horta, nomeou Gusmão para o cargo de chefe de Governo. Ele conseguiu formar uma coalizão de partidos que, juntos, somam 37 parlamentares. O número é suficiente para constituir um Gabinete estável.

A aliança de Governo reúne o partido fundado por Gusmão em março, o Conselho Nacional para a Reconstrução do Timor-Leste (CNRT), que tem 18 deputados, a coalizão ASDT-PSD, com 11, e o Partido Democrata (PD), com oito.

O Parlamento tem ainda três deputados do Partido de União Nacional (PUN), dois da aliança KOTA-PPT e dois do Partido de União Nacional da Resistência Timorense (Undetim).

1 comment:

Anonymous said...

'tadinha da ONU!... Que mais lhe irá acontecer?!...

Não! Não me apetece comentar directamente a designação do sr. Alexandre Gusmão para quarto Primeiro --- sim: quarto primeiro ministro em cerca de um ano!... --- de Timor Leste. Mas dei comigo a pensar nas desgraças que acontecem a quem anda à chuva...
Já repararam que a ONU em Timor está, objectivamente, não só a tentar evitar que os timorenses "se comam uns aos outros" --- passe a liberdade e exagero da expressão --- mas também a proteger as instituições timorenses, designadamente o novo governo?
Tendo sido este designado de uma forma que, nitidamente, levanta muitas dúvidas sobre a sua constitucionalidade --- eu não as tenho (vd posts anteriores...) ---, podemos perguntarmo-nos sobre se a ONU não estará (objectivamente, como dissemos) a proteger uma situação ferida de inconstitucionalidade.
Para o que ela estava reservada, coitada! Que angústia existencial! A instituição que é (?) o paradigma da democracia e do rule of law à escala mundial metida numa tal salganhada...
Porém, o pior é que não há, aparentemente, qualquer sinal de desconforto perante a situação...
Coitada!... Calculo a angústia que deve sentir! Deve estar pior que o guarda-redes antes do penalti!...
Que mais lhe irá acontecer?!...

Publicada por Manuel Leiria de Almeida, do Alto do Tatamailau