Monday 28 January 2008

Lula da Silva recebe Ramos-Horta no dia 31, em Brasília

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, será recebido pelo chefe de Estado do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva no próximo dia 31, no Palácio do Planalto, anunciou hoje o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.


"É a manutenção de um diálogo estreito e fluido entre Brasil e Timor-Leste. Haverá um reforço no sentido de passar em revista os projectos de cooperação já existentes, como o da consolidação do ensino de língua portuguesa", afirmou a chefe do Departamento da Ásia e Oceânia do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixadora Regina Dunlop.

Segundo a diplomata, há actualmente 50 professores brasileiros a trabalhar em Timor-Leste.

Regina Dunlop manifestou ainda a confiança do governo brasileiro na consolidação institucional do Estado timorense.

"Timor-Leste é uma nação jovem, que obviamente enfrenta percalços para a consolidação institucional do Estado e precisa de contar com a ajuda internacional. O Brasil tem confiança de que Timor-Leste vai trilhar um caminho soberano e democrático rumo ao desenvolvimento", assinalou.

Actualmente, os três grandes problemas de Timor-Leste são os cerca de 100 mil deslocados, as cinco centenas de peticionários, a maioria armados, e o fugitivo major Alfredo Reinado, um dos protagonistas da crise político-militar de 2006.

O programa da visita de Ramos-Horta ao Brasil, que inclui o Rio de Janeiro e Brasília, está ainda a ser ultimado.

A previsão é de que Ramos-Horta chegue ao Rio de Janeiro no dia 28 de Janeiro, seguindo para Brasília no dia 30.

No Rio de Janeiro, o PR timorense terá encontros com o governador Sérgio Cabral, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), e com o presidente do Comité Olímpico Brasileiro, Carlos Artur Nuzman.

O desporto é uma das áreas de grande interesse do governo de Timor-Leste, que pretende desenvolver a prática desportiva nas escolas do país, pretendendo Ramos-Horta conhecer as potencialidades do Rio de Janeiro, sede dos Jogos Pan-Americanos, em Julho passado.

O chefe de Estado timorense deverá chegar no dia 30 a Brasília, onde se reúne, no dia seguinte, com o Presidente Lula da Silva e o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

De acordo com o Itamaraty, não há ainda previsão de assinatura de acordos entre os dois países.

Médicos cubanos indignados com declarações de Ramos-Horta

Os quatro médicos cubanos à espera de fugir de Timor-Leste para os Estados Unidos reagiram hoje com indignação às declarações do presidente timorense, que terça-feira classificou o caso de mera "oportunidade económica".


"José Ramos-Horta devia preocupar-se por um partido estrangeiro controlar, funcionar e dirigir dentro do seu próprio país o sistema de saúde, como está acontecendo", afirmou o médico Alexis Oriol Rodriguez à Agência Lusa em Díli.

"Isto é uma chantagem política e não deveria ser permitida por um governo de nenhum país que se autoproclame livre, independente ou democrático", acrescentou o médico.

Quatro dos 227 cooperantes da brigada sanitária cubana em Timor-Leste não querem voltar a Cuba.

Os médicos, entrevistados pela Lusa, acusam Havana de "exportar a tirania" através do controlo rigoroso do Partido Comunista Cubano (PCC) sobre cada um dos cooperantes em Timor-Leste.

Os quatro médicos, sem passaporte, vivem escondidos em Díli há cerca de três meses, aguardando que o Governo timorense os deixe sair do país.

"Há uma lei, passada pelo Congresso (norte-americano) que garante a qualquer médico cubano, quer esteja em Cuba ou noutro país a trabalhar, que se quiser ir para os EUA sem tratamento especial é automaticamente aceite", declarou José Ramos-Horta à Lusa comentando o caso.

Para o chefe de Estado timorense, torna-se, por isso, "natural" que, havendo um país, como Cuba, onde os médicos "ganham pouco", se surgirem os Estados Unidos a "oferecer privilégios de médico", tal "incentive e encoraje qualquer um".

"Se assim é, então alguém nos explique por que estamos ainda aqui", declarou hoje à Lusa a médica Irina Valdés Pérez.

"Já cumprimos o contrato de 2 anos de missão em Timor-Leste. Não devemos nada nem a Timor nem a Cuba. Só pedimos que respeitem a liberdade de movimentos de cada um de nós", acrescentou a médica.

Irina Valdés Pérez, o seu marido Raidén López Carrillo e Miriela Llanes Martínez já obtiveram da embaixada dos Estados Unidos em Díli o visto de entrada e os documentos que lhes permitem viajar até à América, "mesmo sem passaporte".

Quanto a Alexis Oriol Rodriguez, ainda não obteve o visto norte-americano.

Sobre as declarações de José Ramos-Horta, Raidén López Carrillo interroga-se "sobre a noção de direitos humanos do Presidente da República, que é também Prémio Nobel da Paz".
"Em Cuba tudo é político", sublinhou Irina Valdés Pérez sobre os motivos "económicos" da sua fuga para os Estados Unidos, país onde os quatro médicos ouvidos pela Lusa têm família.

"Esse é o tipo de argumento repetido pela Embaixada de Cuba", acrescentou a médica.

"O Governo de Cuba, na figura do seu embaixador em Timor-Leste, e o que é pior, agora na do senhor Ramos-Horta (sic), tenta esconder ao mundo o desacordo e a reprovação que muitos cubanos sentem por viver num país onde não existe liberdade, democracia nem direitos humanos, ao chamar de 'económicos'" os motivos dos quatro médicos, afirmou Alexis Oriol Rodriguez.

As declarações do chefe de Estado timorense, conclui o médico numa declaração escrita à Lusa, deixaram-lhe "repugnância e a mais profunda pena".

A Lusa tentou, sem sucesso, nos últimos dois dias, esclarecer junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros timorense qual a situação dos médicos cubanos e a razão por que não saíram do país.

Um responsável da embaixada dos Estados Unidos em Díli, contactado a propósito do mesmo caso, remeteu para quinta-feira "uma resposta oficial" do Departamento de Estado.

A mesma fonte explicou à Lusa, no entanto, que os três médicos cubanos autorizados a entrar nos Estados Unidos "não são asilados políticos" e que a sua documentação de viagem foi concedida ao abrigo de um programa especial.

Quanto ao embaixador de Cuba em Díli, Ramón Hernández Vásquez, membro do Comité Central do PCC, afirmou terça-feira à Lusa que "tudo o que havia a dizer" sobre o caso já foi dito.

Para o diplomata cubano, a situação dos médicos que pretendem fugir para os Estados Unidos é "apenas um caso de emigração económica".

Tribunal viu «entrevista» de Reinado, julgamento adiado


Alfredo Reinado não compareceu à segunda sessão do seu julgamento em Díli, mas o Tribunal de Recurso de Timor-Leste visionou uma "entrevista" do major fugitivo num vídeo de 59 minutos.


Devido à ausência de Alfredo Reinado, principal arguido no processo, o julgamento foi adiado para 04 de Março.

Apenas estiveram presentes no Tribunal de Recurso dois arguidos que se encontram em prisão preventiva, Nixon Galucho e José Soares.

Alfredo Reinado, figura relevante da crise de 2006 em Timor-Leste, é acusado dos crimes de homicídio, rebelião contra o Estado e posse ilegal de material de guerra.

No vídeo, que tem sido divulgado em disco e pela Internet e que se pode comprar nas ruas de Díli, Alfredo Reinado faz acusações graves contra o actual primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

"Ele é o autor da crise", acusa o militar fugitivo.

"Ele planeou tudo. Se eu for para a cadeia, ele irá também por muito mais tempo", afirma o ex-comandante da Polícia Militar sobre Xanana Gusmão, a quem chama de "mentiroso".

O major fugitivo, falando em tétum e em inglês, faz várias ameaças e pede "aos jovens lorosae e aos jovens loromonu (dos distritos ocidentais e dos distritos orientais do país) que não adorem um governo que (os) traiu".

"Ouçam, esperem. Se houver festa, eu dou-vos convite", pede Alfredo Reinado, insistindo no seu "direito de levantamento pela pátria".

"Não sabemos se pode surgir uma guerra civil", diz.

"Temos que nos levantar juntos e salvar a nação", afirma ainda Alfredo Reinado.

"Esta é uma democracia já velha e azeda, mas há muitos líderes que ainda são bons", acrescenta.

O major fugitivo avisa os investidores estrangeiros "a porem o seu dinheiro noutro local qualquer".

Para resolver "a crise", Alfredo Reinado pede à ONU que "dissolva o Governo, entregue o poder ao Presidente da República (José Ramos-Horta) e dê escolha ao povo" através de um referendo como o de 1999.

O presidente do colectivo de juízes, Ivo Rosa, decidiu pelo visionamento integral em audiência do vídeo de Alfredo Reinado depois do Ministério Público pedir a junção da gravação ao processo.

Só dessa maneira, explicou o magistrado, se podia apurar se o filme era ou não relevante como meio adicional de prova.

O colectivo deferiu o pedido do Ministério Público.

Além de dois longos monólogos de Alfredo Reinado, a gravação inclui imagens do major com o seu grupo de homens armados, numa paisagem montanhosa.

"Trata-se de uma mera entrevista do arguido em data que se desconhece, (com um) entrevistado que se desconhece, certamente para acontecimentos muito posteriores à data da acusação", argumentou o advogado de Alfredo Reinado, Paulo dos Remédios, após o visionamento.

O advogado, que é também assessor da Presidência da República, defendeu que o vídeo "não traz elementos novos probatórios".

O tribunal, no entanto, considerou que a gravação é relevante porque confirma que o grupo de Alfredo Reinado "continua na posse de armas e de uniformes supostamente pertencentes ao Estado timorense" e ao seu Exército.

Antes da audiência, no exterior do Tribunal de Recurso, ocorreu um incidente entre elementos da unidade que foi comandada por Alfredo Reinado, a Polícia Militar (PM), e oficiais das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e da Polícia das Nações Unidas (UNPol).

A discussão começou após a revista feita por elementos da PM a elementos das F-FDTL, incluindo o tenente-coronel Falur.

Na sequência da discussão, um membro australiano da UNPol foi agredido por um militar timorense.

Elementos da UNPol ordenaram a vários jornalistas presentes que "apagassem as imagens" do incidente.

Posteriormente, um polícia da UNPol tentou obter cópia das mesmas imagens junto da delegação da RTP em Díli.

Ficou sem resposta um pedido da Lusa à UNPol sobre a natureza do incidente junto ao Tribunal de Recurso e a origem da ordem policial junto dos jornalistas.

Sunday 20 January 2008

Médicos cubanos aguardam autorização para fugir para os EUA

Três médicos cubanos esperam há quase três meses em Díli autorização para fugir para os Estados Unidos, num caso que o embaixador de Cuba considera "parte de um plano americano para sabotar a cooperação médica" de Havana.


"Continuamos à espera de uma autorização do Governo timorense para sair de Timor-Leste para um terceiro país", afirmou hoje o médico Reidén López.

Reidén López Carrillo, a mulher e um outro médico cubano esperam autorização que lhes permita seguir para os Estados Unidos da América, país a que pediram asilo a 5 de Novembro de 2007.

A embaixada dos Estados Unidos em Díli "já emitiu os documentos de viagem para os três", disse o médico cubano.

Como todos os cooperantes cubanos em serviço em Timor-Leste no âmbito de um acordo bilateral, os três médicos tiveram à chegada que entregar os seus passaportes à embaixada de Cuba em Díli.

"Atravessámos condições muito difíceis", declarou o médico.

"Ficámos sem dinheiro, tivemos que dormir no chão e comer mal durante dois meses", contou Reidén López Carrillo.

"A situação deles ficou muito frágil a partir do momento em que decidiram não regressar a Cuba e esconder-se algures em Díli", contou à Lusa uma das pessoas envolvidas na resolução do seu caso.

"Tudo podia acontecer-lhes a qualquer momento porque Timor-Leste não quer correr o risco de melindrar as relações com Cuba e comprometer o programa de cooperação médica", adiantou a mesma fonte.

A situação dos três médicos cubanos chegou a Washington e aos gabinetes de figuras influentes no Senado e no Departamento de Estado, disse à Lusa uma fonte diplomática.

O senador hispano-americano Mel Martinez telefonou ao chefe da diplomacia timorense, Zacarias da Costa, intercedendo a favor dos médicos em fuga, referiu a mesma fonte.

O caso ainda pendente dos três médicos surgiu na sequência da saída para os Estados Unidos, em Outubro passado, de outra médica cubana em serviço em Timor-Leste.

Lula da Silva recebe Ramos-Horta no dia 31, em Brasília

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, será recebido pelo chefe de Estado do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva no próximo dia 31, no Palácio do Planalto, anunciou hoje o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.


"É a manutenção de um diálogo estreito e fluido entre Brasil e Timor-Leste. Haverá um reforço no sentido de passar em revista os projectos de cooperação já existentes, como o da consolidação do ensino de língua portuguesa", afirmou a chefe do Departamento da Ásia e Oceânia do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixadora Regina Dunlop.

Segundo a diplomata, há actualmente 50 professores brasileiros a trabalhar em Timor-Leste.

Regina Dunlop manifestou ainda a confiança do governo brasileiro na consolidação institucional do Estado timorense.

"Timor-Leste é uma nação jovem, que obviamente enfrenta percalços para a consolidação institucional do Estado e precisa de contar com a ajuda internacional. O Brasil tem confiança de que Timor-Leste vai trilhar um caminho soberano e democrático rumo ao desenvolvimento", assinalou.

Actualmente, os três grandes problemas de Timor-Leste são os cerca de 100 mil deslocados, as cinco centenas de peticionários, a maioria armados, e o fugitivo major Alfredo Reinado, um dos protagonistas da crise político-militar de 2006.

O programa da visita de Ramos-Horta ao Brasil, que inclui o Rio de Janeiro e Brasília, está ainda a ser ultimado.

A previsão é de que Ramos-Horta chegue ao Rio de Janeiro no dia 28 de Janeiro, seguindo para Brasília no dia 30.

No Rio de Janeiro, o PR timorense terá encontros com o governador Sérgio Cabral, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), e com o presidente do Comité Olímpico Brasileiro, Carlos Artur Nuzman.

O desporto é uma das áreas de grande interesse do governo de Timor-Leste, que pretende desenvolver a prática desportiva nas escolas do país, pretendendo Ramos-Horta conhecer as potencialidades do Rio de Janeiro, sede dos Jogos Pan-Americanos, em Julho passado.

O chefe de Estado timorense deverá chegar no dia 30 a Brasília, onde se reúne, no dia seguinte, com o Presidente Lula da Silva e o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

De acordo com o Itamaraty, não há ainda previsão de assinatura de acordos entre os dois países.

Ramos Horta é recebido pelo Papa segunda-feira

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos Horta, será recebido segunda-feira pelo Papa Bento XVI no Vaticano, noticiou a agência Ecclesia
Uma das questões que o Nobel da Paz 1996 deverá abordar com o Papa é a aguardada criação de uma terceira diocese - além das de Díli e Baucau - que está dependente da divisão territorial de Timor.

Em 2007, quando foi eleito Presidente timorense, Ramos Horta agradeceu ao Papa a forma como comentou as eleições no país, depois de este ter destacado a «grande maturidade cívica» do povo de Timor-Leste.

Bento XVI exortou, na altura, os responsáveis políticos timorenses a promoverem uma «progressiva democratização da sociedade», para aumentar a participação de todos os grupos na vida pública.

Antes do escrutínio presidencial de 2007, o então Presidente, Xanana Gusmão, convidara o Papa a visitar o país, para «ajudar a restabelecer a paz nos corações» dos timorenses.

O anterior Papa, João Paulo II, esteve em Timor-Leste em 1989, quando o território ainda se encontrava sob o domínio da Indonésia.

Lusa/SOL

Ramos Horta é recebido pelo Papa segunda-feira

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos Horta, será recebido segunda-feira pelo Papa Bento XVI no Vaticano, noticiou a agência Ecclesia
Uma das questões que o Nobel da Paz 1996 deverá abordar com o Papa é a aguardada criação de uma terceira diocese - além das de Díli e Baucau - que está dependente da divisão territorial de Timor.

Em 2007, quando foi eleito Presidente timorense, Ramos Horta agradeceu ao Papa a forma como comentou as eleições no país, depois de este ter destacado a «grande maturidade cívica» do povo de Timor-Leste.

Bento XVI exortou, na altura, os responsáveis políticos timorenses a promoverem uma «progressiva democratização da sociedade», para aumentar a participação de todos os grupos na vida pública.

Antes do escrutínio presidencial de 2007, o então Presidente, Xanana Gusmão, convidara o Papa a visitar o país, para «ajudar a restabelecer a paz nos corações» dos timorenses.

O anterior Papa, João Paulo II, esteve em Timor-Leste em 1989, quando o território ainda se encontrava sob o domínio da Indonésia.

Lusa/SOL

Adolfo Nicolás é o novo "Papa Negro"


O novo superior geral da Companhia de Jesus é espanhol

O novo superior geral da Companhia de Jesus, o espanhol Adolfo Nicolás, já coordenou a acção jesuíta em Timor-Leste e a sua larga experiência na Ásia dá-lhe fama de "homem do mundo".
"Trata-se de alguém que experimentou os dois mundos que se querem unir: a realidade dos cristãos na Ásia e a realidade cristã na Europa", disse à Lusa o padre Miguel Gonçalves Ferreira, do Centro Universitário Padre António Vieira.

Ressalvando ser ainda "cedo para ver" eventuais diferenças com o antecessor, o holandês Peter-Hans Kolvenbach, Gonçalves Ferreira disse que a experiência asiática do novo Prepósito Geral é relevante por ser a de alguém "que compreende os dois mundos e de relevo porque um dos objectivos para a Companhia de Jesus e para toda a Igreja é o crescimento dos cristãos na Ásia".

O novo superior geral, 71 anos, hoje eleito em Roma, passou 46 anos em missão na Ásia, sobretudo no Japão, onde era professor de Teologia na prestigiada Universidade Sophia, em Tóquio.

Desde 2004, desempenhou ainda funções de moderador da Conferência Jesuíta da Ásia Oriental e da Oceânia, com incidência em Timor-Leste e nas Filipinas.

Na votação de hoje, entre os 226 delegados, estiveram os padres portugueses Nuno da Silva Gonçalves (superior da província portuguesa), Carlos Carneiro (mestre de noviços) e Manuel Morujão (conselheiro do anterior superior geral).

Na eleição esteve também o superior regional de Moçambique, o padre brasileiro Carlos Giovanni Salomão.

Adolfo Nicolás, o "Papa Negro" que é o 29 sucessor do também espanhol Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, vai chefiar a mais poderosa ordem da Igreja Católica e a que, entre as congregações masculinas, detém o maior número de membros: 19.126.

Nos últimos anos também os jesuítas foram afectados pela diminuição geral de vocações, tendo passado de 35.920 membros na década de 1960, para os actuais 19.126.

Na província portuguesa, que inclui Angola e Moçambique, há cerca de 250 jesuítas, dos quais 170 residem em Portugal.

Pouco conhecido no Vaticano, falando quatro idiomas, o espanhol é visto como um "homem universal" que estudou na Europa e praticou na Ásia, condições essenciais ao "Papa Negro" (pelas vestes da ordem), que tem sido visto como alguém que representa a "universalidade" e o multiculturalismo.

A seguir nos próximos tempos estão as relações com o Vaticano, depois do papa Bento XVI ter deixado claro ao seu antecessor que espera que os jesuítas reafirmem a sua "adesão total à doutrina católica" e, em particular, a "alguns pontos nevrálgicos atacados hoje em dia pela cultura secular".

O primeiro acto do novo superior geral será, no domingo, a celebração de uma missa na igreja romana de Gesú.

Jesuítas elegem padre espanhol para novo superior-geral da ordem


Bento XVI recebe a 21 de Fevereiro o novo superior da Companhia de Jesus
A 35.ª Congregação Geral da Companhia de Jesus elegeu ontem, em Roma, o espanhol Adolfo Nicolás como novo superior-geral em substituição do padre Hans-Peter Kolvenbach. O padre espanhol, de 71 anos, torna-se o 29.º dirigente da ordem desde a sua fundação, em 1540, por Santo Inácio de Loyola.

Adolfo Nicolás obteve 109 dos 217 votos possíveis ao segundo escrutínio ontem realizado na cúria geral da ordem, no Borgo Santo Spirito, junto à Praça de São Pedro, onde decorre a congregação. O padre Nicolás presidia até agora à região da Ásia Oriental e Oceânia, que engloba Timor-Leste, onde coordenou a acção da Companhia devido às suas funções de responsável regional.

O seu primeiro acto público será a celebração hoje ao início da tarde de uma missa na igreja onde se encontra sepultado o fundador da ordem. Na ocasião, irá proferir uma intervenção referindo o que defende como prioridades da Companhia.

O novo superior-geral e restantes participantes da 35.ª Congregação serão recebidos pelo Papa Bento XVI a 21 de Fevereiro. A data da audiência deixa prever mais três a quatro semanas de trabalhos da reunião magna dos jesuítas. Em geral, estas reuniões são conhecidas pela sua longa duração, tendo a anterior durado mais de dois meses.

A actual congregação foi convocada após o padre Kolvenbach ter anunciado a intenção de resignar aos 80 anos, invocando razões de saúde. Este foi autorizado a fazê-lo por Bento XVI, mas permanece em vigor a regra que estabelece o carácter vitalício e a irrenunciabilidade ao cargo, após a escolha da congregação. Esta faz-se por votação secreta. O Papa é o primeiro a ser informado do nome do superior-geral escolhido.

A 35.ª Congregação, eleito o superior-geral, irá agora abordar a definição da missão e as prioridades da sua acção para os próximos tempos. Na véspera da eleição do novo dirigente da ordem, o Papa dirigiu, através do padre Kolvenbach, uma carta aos participantes na congregação, sublinhando a importância da acção da Companhia na missão "de transmitir de forma integral aos nossos contemporâneos, distraídos por inúmeras vozes discordantes, a mensagem única" do Evangelho.

A ordem é definida como o braço apostólico do Papa, sendo considerada um dos principais centros de elaboração doutrinária na esfera do catolicismo. Actualmente, desempenha ainda papel de relevo no diálogo com o islão.

A Companhia de Jesus é hoje a principal ordem masculina da Igreja Católica. O último recenseamento referia a existência de 19 216 elementos, dos quais 13 491 padres, 3049 estudantes, 1810 irmãos e 866 noviços, segundo números ontem divulgados por agências noticiosas católicas.

A província portuguesa, que engloba Angola e Moçambique, conta com 250 jesuítas, dos quais 170 a residirem em Portugal, indicou ontem à Lusa o padre Gonçalves Ferreira, do Centro Universitário Padre António Vieira, uma das instituições da Companhia no país.

Saturday 19 January 2008

Renascença ajuda a equipar a primeira Maternidade-Escola em Timor-Leste

A Campanha de Natal da Renascença – Nascer em Timor - atingiu o valor de 86 926 Euros. Com o objectivo de angariar fundos para equipar a primeira Maternidade-Escola em Timor-Leste o apelo foi feito na Renascença entre os dias 6 de Dezembro e 6 de Janeiro.

A construção de uma Maternidade-Escola partiu de uma ideia do Patriarcado de Lisboa e que tem vindo a tornar-se realidade através da Fundação Mater-Timor. A primeira maternidade daquele território, que se situa em Díli, é já uma realidade. No entanto, para que comece a funcionar o mais cedo possível carece de equipamento. Com o total de donativos dos ouvintes da Renascença vai ser possível comprar um conjunto de equipamentos essenciais para o funcionamento da Maternidade.

Este equipamento vai ajudar a nascer muitas crianças, assistir as mães com partos difíceis, num país onde dar à luz em casa é uma prática comum, por falta de opção.

Mais de 15 mil quilómetros separam duas realidades muito distintas. Enquanto Portugal tem uma das taxas de mortalidade infantil mais baixas do mundo, Timor-Leste tem uma das taxas mais altas de mortalidade materna e infantil.

PSD «não tem divergências em política externa» com Governo

O PSD «não tem divergências» com o Governo em matéria de política externa, declarou hoje em Díli o dirigente social-democrata e antigo chefe da diplomacia portuguesa António Martins da Cruz.

«Não há divergências entre nós e o partido que sustenta o Governo», assegurou Martins da Cruz, questionado sobre a estratégia portuguesa em Timor-Leste.

António Martins da Cruz, que se encontra em Díli até sábado, referiu-se a Timor-Leste como «a prioridade da política externa e da cooperação portuguesa».

«Repetidas visitas de ministros portugueses a Timor-Leste têm manifestado o interesse continuado de Portugal neste país», afirmou, sublinhando que «a oposição deve reconhecer o que o Governo faz de bom quando é bem feito».

«Timor-Leste tem interesse para o PSD agora e quando ganharmos as eleições» legislativas, comentou também.

António Martins da Cruz é o novo presidente da Comissão de Relações Internacionais do PSD, após a eleição de Luís Filipe Menezes para a liderança do partido.

Para o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do XV Governo Constitucional, liderado por Durão Barroso, «o PSD pode ajudar Timor-Leste através da sua rede internacional».

Martins da Cruz recordou, a propósito, que o PSD faz parte do PPE, o maior grupo do Parlamento Europeu, e de duas organizações internacionais de partidos centristas e democratas cristãos.

«Esta rede pode ser útil a Timor-Leste para fazer passar mensagens por canais oficiosos», referiu.

«O PSD foi o partido português que mais se interessou por Timor-Leste durante 30 anos, mesmo quando esteve na oposição, e eu vim reafirmar esse interesse», defendeu António Martins da Cruz.

O dirigente do PSD foi portador de cartas de Luís Filipe Menezes para o chefe de Estado, o chefe de Governo, o vice-primeiro-ministro e o chefe da diplomacia timorenses.

António Martins da Cruz definiu a sua visita a Díli como sendo «do âmbito exclusivamente partidário».

No entanto, deslocou-se a Díli acompanhado por Rui Botica Santos, sócio-coordenador da sociedade portuguesa de advogados CRA (Coelho Ribeiro & Associados), de que é consultor.

A CRA Timor assinala hoje dois anos de actividade em Timor-Leste, onde tem como clientes operadores importantes dos sectores energético e de transitários, entre outros, e onde presta serviços de assessoria ao Estado.

Após a sua saída do Ministério dos Negócios Estrangeiros, António Martins da Cruz criou uma empresa de consultoria internacional, com clientes sobretudo na área financeira, incluindo o Carlyle Group, o maior grupo mundial de capital de investimento.

«Estivemos com todos», resumiu António Martins da Cruz sobre a agenda nos quatro dias em Díli: desde o Presidente da República ao primeiro-ministro, passando por todos os líderes dos principais partidos e o chefe da missão das Nações Unidas, além dos clientes que são mantidos em confidencialidade. «E vi os dois bispos», acrescentou.

Em Díli, manteve também reuniões com os embaixadores de Portugal, dos Estados Unidos da América, da Indonésia, da Austrália, da China e do Brasil.

«Timor vive no centro de uma tensão estratégica entre a Indonésia e a Austrália e é muitas vezes instrumental nessa tensão», afirmou António Martins da Cruz.

«Além disso, Timor-Leste é para o Vaticano um Estado de linha-da-frente», frisou, referindo que «é, ainda, um país independente após uma ocupação que devastou as elites».

«O país precisa de se afirmar no plano externo e de se reconstruir no plano interno», afirmou António Martins da Cruz sobre a situação actual.

«Isto leva gerações e pelo meio há acidentes de percurso. Certamente haverá mais», concluiu.

Diário Digital / Lusa

Presidente do Timor Leste perdoa ex-ditador indonésio

DILI (AFP) — O presidente do Timor Leste, José Ramos Horta, pediu a seus compatriotas que perdoem o ex-ditador indonésio Suharto, que está à beira da morte e que, em 1975, ordenou a ocupação do território timorense, deixando dezenas de milhares de mortos.

"É impossível esquecermos o passado, mas o Timor Leste deveria perdoá-lo antes que morra e peço à população que reze pelo ex-presidente indonésio Suharto", disse Ramos Horta a jornalistas.

Suharto, de 86 anos, é mantido vivo graças à ajuda de aparelhos em um hospital de Jacarta.

Ramos Horta, que se prepara para viajar para a Itália e para o Vaticano, disse que pedirá ao Papa que reze por Suharto. O Timor Leste, ex-colônia portuguesa, é um pequeno país católico na extremidade oriental do arquipélago indonésio.

A Indonésia ocupou esse território de 1975, após o fim da colonização portuguesa, até 1999, reprimindo violentamente os anseios por independência dos timorenses e causando a morte de mais de um terço de sua população.

Antes de se retirar do território em 1999, as milícias anti-independentistas apoiadas pelo exército indonésio destruíram 80% da infra-estrutura do país.

Wednesday 16 January 2008

ONU analisa situação de menores no Timor


Comissão sobre Direitos das Crianças, em Genebra, elogiou país pelo cumprimento de leis internacionais.

A 47ª. sessão da Comissão sobre Direitos das Crianças está analisando em Genebra, na Suíça, o primeiro relatório sobre a situação dos menores no Timor-Leste.

A comissão, formada por peritos independentes, monitora a implementação da Convenção da ONU nos países que firmaram o documento.

A Convenção sobre os Direitos das Crianças foi adotada, em 1989, pela Assembléia-Geral da ONU.

Medidas

A ministra da Justiça, Lúcia Lobato, que participa do encontro, contou à Rádio ONU, de Genebra, o que seu país tem feito pelas crianças timorenses.

"Timor-Leste já ratificou a convenção e os dois protocolos. Também estamos criando a Comissão da Proteção dos Direitos da Criança porque isto está ligado a essa própria convenção. Neste momento, o meu ministério concluiu a primeira etapa de consultas públicas sobre a possibilidade de, em 2008, preparar já um esboço de lei. Do nosso orçamento há uma grande quantia que o governo destina para três ou quatro ministérios que estão muito ligados às crianças", disse.

Tráfico

Além do Timor-Leste, serão analisados relatórios de sete países incluindo Chile e Alemanha.

Entre os temas estão a participação de crianças em conflitos armados, tráfico de menores, prostituição infantil, pornografia e temas sobre saúde e educação.

Uma ex-colônia portuguesa no sudeste da Ásia, o Timor-Leste foi anexado pela Indonésia em meados da década de 1970 e se tornou independente após um referendo da ONU em 1999.

Centenário do nascimento de D. Jaime Garcia Goulart

PRIMEIRO BISPO DE DÍLI

Padre Marco Martinho

No passado dia 10 de Janeiro a freguesia da Candelária, no Pico, engalanou -se para celebrar o primeiro centenário do nascimento de um dos seus grandes filhos, o Bispo missionário D. Jaime Garcia Goulart, primeiro Bispo de Díli em Timor Leste.

Estas celebrações tiveram como convidado de honra Sua Excelência Reverendíssima D. Carlos Filipe Ximenes Belo, Bispo emérito de Díli e prémio Nobel da Paz em 1996, que presidiu a estas comemorações promovidas pela Diocese de Angra em conjunto com a Ouvidoria do Pico e com a Paróquia de Nossa Senhora das Candeias.

D. Ximenes Belo deu início às comemorações ao descerrar a lápide de inauguração da Rua D. Jaime Garcia Goulart, o troço da antiga estrada regional entre a Casa de São José e a Mirateca, onde se encontra a casa onde o homenageado viveu, construída no mesmo terreno onde há 100 anos se encontrava a casa onde nasceu.

De seguida os dois sobrinhos do Senhor D. Jaime que residem na ilha do Pico juntamente com D. Ximenes Belo colocaram uma coroa de flores junto do busto deste Prelado, que se encontra defronte da igreja paroquial, tendo as celebrações continuado com uma Missa de Acção de Graças, presidida pelo Bispo emérito de Díli e concelebrada pelo Bispo emérito de Macau, D. Arquimínio Rodrigues da Costa e por um grande número de sacerdotes do Pico e do Faial. No final da celebração foram lidas duas mensagens que ecoaram bem fundo nos corações daqueles que enchiam por completo a paroquial da Candelária. A primeira vinda de Timor do punho dos Bispos D. Alberto Ricardo da Silva, Bispo de Díli e de D. Basílio do Nascimento, Bispo de Baucau, sendo a segunda mensagem de D. António de Sousa Braga, Bispo de Angra.

Os actuais Bispos de Timor referiam na sua mensagem que o Senhor Bispo D. Jaime Garcia Goulart sendo “um açoriano que entrou para a história de Timor…não podia Timor Leste e a Igreja em Timor Leste estar ausente deste evento de saudade e de gratidão”. No final da mesma mensagem os prelados timorenses diziam: “Por último ousamos fazer um pedido aos habitantes do Pico e particularmente à família do Sr. Bispo D. Jaime Garcia Goulart. Logo que tivermos condições gostaríamos de trazer os restos mortais do Sr. D. Jaime para Timor Leste para repousar para sempre no meio deste povo e desta terra que ele tanto amou e pelo qual se sacrificou dando a melhor parte da sua vida. Obrigado a Deus, obrigado ao Sr. Bispo D. Jaime Garcia Goulart, obrigado a todos os missionários Açorianos que passaram por Timor, obrigado às suas famílias, obrigado à Igreja Açoriana e obrigado ao povo açoriano.”

Terminada a celebração decorreu no salão da Casa do Povo local uma sessão solene que se iniciou com a actuação do Rancho de Natal do grupo folclórico daquela instituição, seguindo-se uma conferência sabiamente proferida por D. Ximenes Belo que abordou Timor no contexto geográfico e histórico para chegar ao trabalho desenvolvido por D. Jaime Garcia Goulart como Padre missionário e posteriormente Administrador Apostólico e primeiro Bispo da então recém criada Diocese de Díli.

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Missão Universal da Igreja

+ António, Bispo de Angra


Não podendo estar presente neste início das Comemorações do Centenário de Nascimento de D. Jaime Goulart, 1° Bispo de Díli (Timor), associo-me à merecida homenagem a tão insigne missionário, que muito nos honra.

Como igualmente nos honra a amável presença de D. Ximenes Belo, a quem ficamos muito gratos, porque torna visível a nossa comunhão com a Igreja de Cristo, que está em Timor.

Este é um momento de acção de graças ao Bom Pai do Céu, fonte de todos os bens. Louvando o Senhor por tudo o que significou para a Igreja a figura de D. Jaime, queremos acolher e dar continuidade ao seu legado de empenho missionário, além fronteiras e portas adentro. Não nos deixando enredar por questões domésticas, mas alargando os horizontes para a missão universal da Igreja.

É uma constante na História da Salvação. O Deus eterno intervém no tempo; O Deus omnipresente actua em determinados lugares; o Deus todo-poderoso, para realizar os Seus desígnios, recorre à colaboração de servidores disponíveis e generosos, como D. Jaime.

Que o seu exemplo nos encoraje a todos, pastores e fiéis leigos, a sermos também nós missionários esforçados e clarividentes, «ad gentes» e «intra gentes»!

Igreja viva em Timor

D. Alberto Ricardo da Silva/Bispo de Díli

D. Basílio do Nascimento/Bispo de Baucau

Os nossos melhores e fraternais cumprimentos.


Ao celebrar o 1° centenário do nascimento do Senhor D. Jaime Garcia Goulart na ilha do Pico, um açoriano que entrou para a história de Timor e particularmente para a história da Igreja em Timor, por se tomar pura e simplesmente o primeiro Bispo da Diocese de Díli, não podia Timor Leste e a Igreja em Timor Leste estar ausente deste evento de saudade e de gratidão. Por isso, nós os bispos de Timor Leste, em nome do povo e da Igreja timorenses, também queremos estar presentes fazendo-nos representar pela presença e pela voz de um dos filhos mais ilustres desta terra, o Bispo Emérito de Díli, D. Carlos Filipe Ximenes Belo, finto da acção da Igreja iniciada pelo Sr. Bispo D. Jaime Garcia Goulart.

Reconhecemos a passagem de Deus pelas nossas vidas quando contemplamos o nosso próprio passado e aí reconhecemos os planos de Deus e os sinais por Ele usados para nos conduzir dentro dos Seus planos. A nossa saudade e a nossa gratidão são consequências desta contemplação do passado iniciado pelo Sr., Bispo D. Jaime Garcia Goulart. Ele foi, a um momento dado da nossa história, o instrumento escolhido por Deus para estruturar a vida da Igreja em Timor Leste, Os frutos colhidos pelo próprio talvez tenham sido muito poucos. Mas o Senhor D. Jaime iniciou. E o que resultou deste trabalho por ele iniciado é hoje incomensurável.

Timor Leste é um país maioritariamente católico, com uma percentagem de 96% de católicos, facto único em toda a Ásia do Sudeste; os líderes do país são na maior parte fruto das escolas da Igreja, praticamente todos eles católicos militantes; a Igreja está estruturada em duas Dioceses (Díli e Baucau) e cada vez mais florescente, não obstante as dificuldades próprias motivadas por etapas novas na vida das comunidades humanas; as vocações à vida consagrada, tanto masculinas como femininas, são inúmeras e fecundas a ponto de a Igreja em Timor Leste começar a enviar missionários/as para fora do país. A Igreja em Timor Leste é hoje uma Igreja viva, A semente lançada pelo Sr. Bispo D. Jaime em Timor, germinou, cresceu e frutificou de que maneira! Não colheu muitos frutos em vida mas hoje, do céu, deve contemplar, com aquele rosto de serenidade e bondade tranquila que sempre o caracterizaram, o trabalho por ele começado; e com ele nós, açorianos e timorenses, damos graças ao Senhor por o ter escolhido para ser o instrumento de Deus na Igreja de Jesus Cristo e criar entre nós laços indeléveis de amizade, afectividade, saudade e gratidão.

Por último ousamos fazer um pedido aos habitantes do Pico e particularmente à família do Sr. Bispo D. Jaime Garcia Goulart, Logo que tivermos condições gostaríamos de trazer os restos mortais do Sr. D. Jaime para Timor Leste para repousar para sempre no meio deste povo e desta terra que ele tanto amou e pelo qual se sacrificou dando a melhor parte da sua vida.

Obrigado a Deus, obrigado ao Sr. Bispo D. Jaime Garcia Goulart, obrigado a todos os missionários Açorianos que passaram por Timor, obrigado às suas famílias, obrigado à Igreja Açoriana e obrigado ao povo açoriano.

Timor-leste: Lançado em Lisboa livro sobre invasão do Japão durante II Grande Guerra

Lisboa, 15 de Jan (Lusa) - "Le Timor face à le Seconde Guerre Mondial" (1941-1945), da autoria do historiador português Flávio Borda d`Água foi hoje lançado em Lisboa, no Palácio das Necessidades.

Uma publicação do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o livro é a adaptação de uma monografia em francês que o autor fez no mestrado que frequentou na Universidade de Genebra, em que analisou a história diplomática das relações internacionais de Timor-leste entre 1941 a 1945.

A obra baseia-se no relatório que um antigo governador colonial em Timor, Manuel Abreu Ferreira de Carvalho, enviou ao Ministério das Colónias, em 1947, e foi confiscado por António Oliveira Salazar, principal figura do regime de então em Portugal, reaparecendo em 2005 numa edição do Instituto da Defesa Nacional.

"A partir dele quis mostrar uma visão da II Guerra Mundial, de fora para dentro, em vez de uma visão de Portugal continental ou das grandes potências da altura, e mostrar como Timor-leste viveu a invasão e chegou à libertação em 1945", esclareceu Flávio Borda D`Água em declarações à Agência Lusa.

O livro retrata as hesitações diplomáticas de Portugal durante o período da invasão japonesa do território timorense, entre 1941 e 1945, como consequência da neutralidade então assumida pelo governo português.

Flávio Borda D`Água nasceu em Portugal em 1980, tendo ido para Genebra, na Suíça, após os estudos primários.

Actualmente, está a fazer doutoramento na Universidade de Genebra e exerce funções de colaborador científico no Museu Voltaire de Genebra.

"Le Timor face à le Seconde Guerre Mondial" (1941-1945) pertence à Colecção Biblioteca Diplomática do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
2008-01-15 19:20:03

"Que a Académica se clarifique!"

Nelson Morais

"À15ª jornada do campeonato da 1.ª Divisão de 1966/67, após a vitória sobre a CUF, o atacante Artur Jorge desvalorizava o segundo lugar ocupado pela Académica, a dois pontos do Benfica "Qual título? Eu tenho um exame de Alemão amanhã". Ernesto, outro ponta-de-lança, afirmava: "Vocês, os jornalistas, querem que nós digamos, à força, que vamos ser campeões. Mas é impossível, estamos em 'frequências' e vem aí a derrocada".

A estória, que termina com os estudantes vice-campeões nacionais, é uma de muitas da obra "Académica - História do Futebol", de João Mesquita e João Santana, que apresentam a Briosa como um clube diferente. Outros tempos, dir-se-á. Há três épocas, já o então director-geral da Associação Académica de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF), António Simões, dizia que era "um clube igual aos outros", cita o livro.

O autor e jornalista João Mesquita admite que houve "uma mudança radical", operada, sobretudo, na substituição de atletas-estudantes por outros quaisquer, mas discorda de Simões. Logo na introdução do livro, Mesquita e Santana recordam que, "ainda não há muito tempo, durante um jogo, o estádio do Calhabé estava pejado de cartazes contra as propinas na Universidade".

Mais "Quem não se recorda dos futebolistas da Académica entrarem no Estádio da Luz com uma faixa contra a co-incineração? Quem não se lembra deles a subirem as escadas do 'Municipal' com t-shirts em solidariedade com o povo de Timor -Leste?".

É certo que estas recentes incursões em territórios estranhos ao futebol não tiveram o impacto da atitude dos jogadores que, nos anos 60, tomaram o partido dos movimentos anticoloniais, em Angola e Moçambique, ou de outras partidas pregadas ao regime de Salazar. Mas nem tudo se perdeu, diz Mesquita "Ainda há traços indentitários que nos levam a crer que, se houver vontade, a Académica pode recuperar muito do papel que desempenhou na sociedade portuguesa".

O que a Briosa não pode, segundo Santana, é viver numa "situação dúbia". "Acho fundamental que a Académica seja clarificada! Que os sócios decidam como a querem se um clube profissional como os outros; se uma via que também tenha em conta a valorização do Homem".

Este debate é, afinal, um objectivo do livro, assumem os autores. E Mesquita marca já posição "Não quero uma Académica na segunda divisão. A primeira é indispensável para propagandear essa causa da formação humana", defende, lembrando os três (únicos e bons) actuais: o guarda-redes Pedro Roma, que está prestes a engrossar a lista dos "cento e tal" que terminaram licenciaturas enquanto jogadores; Vítor Vinha, que já se formou; e Nuno Piloto, que está na segunda licenciatura.

De resto, o livro não pretende dar fórmulas para uma Briosa com mística e competitiva. É só o relato, ainda que apaixonado, que dois adeptos fazem do percurso do clube formado por atletas-estudantes, que disputa quatro finais da Taça de Portugal e trata os "grandes" por tu, e do clube profissionalizado, que vive sob a ameaça da despromoção da 1ª Liga, ou mesmo na 2ª Liga.

Tuesday 15 January 2008

Suharto e a “Nova Ordem”


A invasão de Timor-Leste deu-se durante o domínio de Suharto. A Indonésia proclamou a anexação da então colónia portuguesa, a 17 de Junho de 1976. Foi também a contestação internacional à política de destruição e genocídio no território que ajudou a derrubar o ex-ditador.

Mohamed Suharto nasceu a 8 de Junho de 1921, em Kemusuk, na ilha de Java. Assumiu oficialmente a presidência da Indonésia em 1968 e manteve-se no poder durante três décadas. Inicialmente, conseguiu trazer ao arquipélago estabilidade política e crescimento económico, mas o regime autoritário acabou por contribuir também para um aumento da corrupção e, mais tarde, ao declínio financeiro.

Antes de ocupar o lugar de Presidente, foi líder do Governo durante dois anos. O escrutínio da Assembleia Consultiva Popular acabou por conduzi-lo à chefia de Estado e foi então que Suharto introduziu a “Nova Ordem”, política que pretendia revigorar a economia indonésia e que assentava na colaboração de economistas formados nos Estados Unidos. Nos Negócios Estrangeiros, desenvolve uma política anti-comunista e pró-ocidental.

À crise monetária em que a Indonésia mergulhou em 1997, respondeu com intransigência e resistiu aos apelos de reformas estruturais. A economia entra em recessão, o que viria também a ser um forte contributo para a queda de Suharto no ano seguinte. Em 1998, as manifestações anti-governamentais sucedem-se em Jacarta e noutras cidades do arquipélago. Muitos desses protestos transformam-se em motins. Suharto perde o apoio militar e a 21 de Maio acaba por resignar.

A contestação que derrubou Suharto trouxe também para a opinião pública escândalos de corrupção que envolviam o ex-ditador e a família, cuja fortuna chegou a ser avaliada em 15 mil milhões de dólares.

O Golkar, partido que Suharto fundou e que funcionou como a sua base de poder durante 30 anos, continua, no entanto, a ser a principal força política indonésia.

Antes da carreira política, Suharto teve um percurso militar com início na Segunda Guerra Mundial, no qual participou activamente da luta pela independência indonésia e que culminou, em 1960, quando atingiu a patente de major-general.

Suharto "piorou de novo"


Estado de saúde do ex-ditador indonésio oscila entre grave e crítico

O estado de saúde do ex-ditador indonésio Suharto, que oscila entre um estado grave e um estado crítico há vários dias, conheceu hoje uma nova recaída, anunciaram os seus médicos.

"O seu estado piorou de novo", indicou em comunicado o chefe da equipa médica de Suharto, o médico Marjo Soebiandono.

"Vamos reforçar a administração de medicamentos destinados a vencer as suas infecções sistemáticas", acrescentou.

Um pouco mais cedo, um outro médico de Suharto anunciou uma melhoria do seu estado de saúde, embora tenha prevenido que uma recaída era possível a qualquer momento.

"Vários parâmetros, não a totalidade, comprovam uma melhoria, mas é preciso não esquecer que Pak Harto se encontra na unidade de cuidados intensivos", afirmou hoje Muhammad Munawar, um cardiologista que acompanha Suharto, citado pela rádio Elshinta.

"Tudo pode acontecer. O que vemos melhorar pode piorar brutalmente", acrescentou.

Suharto, que abandonou o poder em Maio de 1998 sob a pressão de manifestações, é conhecido como o "pai do desenvolvimento" da Indonésia mas também como o dirigente mais corrupto do Mundo.

Ele e a sua família terão amealhado 15 a 35 mil milhões de dólares, segundo as estimativas.

Xanana recorda o mal que Suharto fez ao povo timorense


O general Suharto, que se encontra na iminência de morrer, vai ser recordado pelo primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, como um homem que causou muitos males aos timorenses. Ainda assim, o homem que conduziu a resistência contra o ocupante indonésio não deixa de salientar alguns aspectos positivos de Suharto.




Para Xanana Gusmão, o general Suharto "foi um homem que teve o seu lado bom e mau. Teve os seus lados fracos, sobretudo por não respeitar os direitos humanos, governar em ditadura e promover a corrupção, mas foi também o promotor do desenvolvimento de um grande país, o que - tratando-se do quinto país mais populoso do mundo - não foi fácil".

Suharto, prossegue Xanana, “ficará também na história pelo mal que fez ao povo de Timor e ao Indonésio, mas a sua atitude não poderá deixar de ser contextualizada na época em que governou. Teve algum brilho, mas também grandes desaires, como os direitos humanos e a democracia."

O Primeiro-Ministro timorense aproveitou para recordar que recebeu felicitações do ex-Presidente da Indonésia quando venceu as eleições presidenciais, em 2002

Monday 14 January 2008

D. Ximenes Belo nos Açores para lembrar primeiro Bispo de Díli


No passado dia 10 de Janeiro a freguesia da Candelária engalanou -se para celebrar o primeiro centenário do nascimento de um dos seus grandes filhos, o Bispo missionário D. Jaime Garcia Goulart, primeiro Bispo de Díli em Timor Leste.
Estas celebrações tiveram como convidado de D. Carlos Filipe Ximenes Belo, Bispo emérito de Díli e prémio Nobel da Paz em 1996, que presidiu a estas comemorações promovidas pela Diocese de Angra em conjunto com a Ouvidoria do Pico e com a Paróquia de Nossa Senhora das Candeias.
D. Ximenes Belo deu início às comemorações ao descerrar a lápide de inauguração da Rua D. Jaime Garcia Goulart, o troço da antiga estrada regional entre a Casa de São José e a Mirateca, onde se encontra a casa onde o homenageado viveu, construída no mesmo terreno onde há 100 anos se encontrava a casa onde nasceu.
De seguida os dois sobrinhos de D. Jaime que residem na ilha do Pico juntamente com D. Ximenes Belo colocaram uma coroa de flores junto do busto deste prelado, que se encontra defronte da igreja paroquial, tendo as celebrações continuado com uma Missa de Acção de Graças, presidida pelo Bispo emérito de Díli e concelebrada pelo Bispo emérito de Macau, D. Arquimínio Rodrigues da Costa e por um grande número de sacerdotes do Pico e do Faial.
No final da celebração foram lidas duas mensagens que ecoaram bem fundo nos corações daqueles que enchiam por completo a paroquial da Candelária.
A primeira vinda de Timor do punho dos Bispos D. Alberto Ricardo da Silva, Bispo de Díli e de D. Basílio do Nascimento, Bispo de Baucau, sendo a segunda mensagem de D. António de Sousa Braga, Bispo de Angra.
Os actuais Bispos de Timor referiam na sua mensagem que o Senhor Bispo D. Jaime Garcia Goulart sendo “um açoriano que entrou para a história de Timor…não podia Timor Leste e a Igreja em Timor Leste estar ausente deste evento de saudade e de gratidão”.
No final da mesma mensagem os prelados timorenses diziam: “Por último ousamos fazer um pedido aos habitantes do Pico e particularmente à família do Sr. Bispo D. Jaime Garcia Goulart. Logo que tivermos condições gostaríamos de trazer os restos mortais do Sr. D. Jaime para Timor Leste para repousar para sempre no meio deste povo e desta terra que ele tanto amou e pelo qual se sacrificou dando a melhor parte da sua vida. Obrigado a Deus, obrigado ao Sr. Bispo D. Jaime Garcia Goulart, obrigado a todos os missionários Açorianos que passaram por Timor, obrigado às suas famílias, obrigado à Igreja Açoriana e obrigado ao povo açoriano.”
Terminada a celebração decorreu no salão da Casa do Povo local uma sessão solene que se iniciou com a actuação do Rancho de Natal do grupo folclórico daquela instituição, seguindo-se uma conferência sabiamente proferida por D. Ximenes Belo que abordou Timor no contexto geográfico e histórico para chegar ao trabalho desenvolvido por D. Jaime Garcia Goulart como Padre missionário e posteriormente Administrador Apostólico e primeiro Bispo da então recém criada Diocese de Díli.

Fretilin prevê aumento da violência caso Gusmão não renuncie no Timor Leste

14/01 - 09:38 - EFE

ImprimirEnviarCorrigirFale ConoscoDíli, 14 jan (EFE).- O secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri, pediu hoje ao primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, que renuncie para evitar a violência no país.

O pedido foi feito depois que o comandante rebelde Alfredo Reinado acusou Gusmão de ter orquestrado a crise de dois anos atrás, que forçou Alkatiri a renunciar à chefia de governo, em 26 de junho de 2006.

"Volto a pedir a Xanana que renuncie, como ele me forçou a fazer em 2006, ou terá que enfrentar as conseqüências e aceitar a responsabilidade do que possa vir a ocorrer este ano", disse Alkatiri.

"Isto não quer dizer que os militantes do Fretilin recorrerão a todos os meios a seu alcance para forçar o primeiro-ministro Xanana a renunciar. O melhor para ele é renunciar", acrescentou.

"Ele manipulou as coisas e utilizou todos os meios para me forçar a renunciar, o que eu fiz em benefício da população inocente e pobre. Chegou o momento para que ele também renuncie", acrescentou Alkatiri.

Reinado foi um dos responsáveis pela violência que entre abril e maio de 2006 matou 30 pessoas e forçou o deslocamento de outras 150 mil, e permanece foragido desde que escapou da prisão em agosto.

Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal acudiram à chamada do Governo de Alkatiri, e enviaram tropas ao país em maio. A Força Internacional de Segurança e a Polícia da ONU (UNPol) também voltou ao território, e restabeleceu uma certa ordem, possibilitando a realização de eleições gerais em 2007.

As eleições presidenciais foram vencidas por José Ramos Horta, e as legislativas por Fretilin, embora com pequena margem de vantagem sobre o segundo, Gusmão, que montou uma aliança tripartida que lhe assegurava a maioria parlamentar e tirou a chefia do Governo de Fretilin.

Após a entrevista coletiva do líder do Fretilin, Gusmão afirmou que "não queria entrar em uma guerra de palavras com Alkatiri".

"O povo me deu um mandato (de cinco anos), e o cumprirei da melhor forma possível", afirmou. EFE flg gs

Thursday 10 January 2008

Ramos-Horta diz que "GNR é modelo de referência para a polícia timorense"

10.01.2008 - 09h03 Lusa
A GNR "é o modelo de referência para a polícia timorense", afirmou hoje o Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, na cerimónia de condecoração do contingente português em Díli.

"Não se trata apenas de uma preferência pessoal, mas sim do desejo convicto dos timorenses com responsabilidades na área de segurança", declarou José Ramos-Horta.

O chefe de Estado timorense presidiu hoje à cerimónia de condecoração dos militares da GNR que estão há seis meses em Timor-Leste, que contou com a presença do ministro da Administração Interna português, Rui Pereira, em visita ao país.

A Guarda Nacional Republicana tem actualmente em Díli 142 militares, constituídos no Subagrupamento Bravo, uma das quatro forças autónomas de polícia (FPU) da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT).

Ao todo, Portugal tem em Timor-Leste 192 elementos da GNR, PSP e SEF.

O Estado português gastou cerca de nove milhões de euros desde Junho de 2006 com as forças de segurança em missão em Timor-Leste, afirmou à Lusa um elemento da delegação do ministro da Administração Interna.

Cada militar português integrado numa FPU custa 4500 euros mensais, ou 5000 euros mensais no caso dos elementos deslocados no âmbito da cooperação bilateral, segundo a mesma fonte.

Isso representa um custo actual de cerca de 910 mil euros por mês.

Elogiando a missão da GNR em Timor-Leste, José Ramos-Horta sublinhou que os polícias timorenses "querem rever-se na estrutura hierarquizada dos seus colegas portugueses".

O chefe de Estado apresentou a GNR como uma força "assente na disciplina consentida, na prontidão ininterrupta para o serviço e num exigente grau de formação contínua".

São esses atributos que "resultam numa polícia altamente profissionalizada e operacionalmente eficaz", acrescentou José Ramos-Horta.

"Não queremos diversificar demais", explicou o Presidente da República à Lusa a propósito da opção timorense por um modelo português de formação da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).

José Ramos-Horta salientou que a experiência de ter diferentes contribuições na formação básica da PNTL, como aconteceu no pós-independência no quadro das missões internacionais, provou não produzir bons resultados.

O Presidente da República sublinhou, ao mesmo tempo, que, a nível da formação especializada, Timor-Leste quer "envolver a Austrália, que ofereceu um grande pacote de ajuda de formação da PNTL".
"Queremos ver Portugal e a Austrália a cooperar trilateralmente" na formação das forças de segurança timorenses, declarou José Ramos-Horta à Lusa.

Na cerimónia de condecoração do Subagrupamento Bravo, o ministro da Administração Interna renovou a "disponibilidade de Portugal" para a cooperação na área de segurança.

Rui Pereira declarou à Lusa que, nas reuniões com o Presidente da República e com o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, deu a conhecer a experiência portuguesa "desde meados dos anos 80".
O ministro português recordou os passos da "construção do sistema de segurança interna e do sistema de informações da República, porque essa experiência pode dar lições a um Estado jovem".

Rui Pereira aconselhou os líderes timorenses "a criar apenas uma polícia, com valências especializadas, e apenas um sistema de informações, com uma valência interna e outra externa".
"Para um Estado que está a começar a criar instituições, convém concentrar esforços e energias", afirmou o ministro português à Lusa.

Esses conselhos foram repetidos na reunião de trabalho que Rui Pereira teve hoje com o secretário de Estado da Segurança timorense, Francisco Guterres, convidado a visitar Portugal nos próximos meses.

Exército investiga espiões

Dois militares do Exército têm processos abertos por crimes que variam entre espionagem e violação de segredo. Esta informação consta do Anuário Estatístico da Defesa Nacional de 2005, divulgado ontem pelo ‘Diário de Notícias’. Entre as 502 suspeitas de crime investigadas nesse ano, estes casos são considerados inéditos no pós-Ultramar.



A situação mais aproximada de que têm memória algumas altas patentes das Forças Armadas contactadas pelo CM, diz respeito a um adido militar colocado em Timor-Leste nos anos 90. “A acusação era de quebra de confiança” – e, na história militar recente portuguesa, não há outro caso.

Numa viagem de serviço à Austrália, um militar permitiu que lhe roubassem um computador portátil com informações sobre missões da ONU em Timor--Leste e actividades do Exército e da NATO, além de documentos confidenciais do Ministério da Defesa.

A Polícia Judiciária Militar acusou na altura o militar por crimes de quebra de confiança e incúria, mas o CM apurou que o caso nunca chegou a ser julgado. Antes disso, só mesmo no Ultramar foram conhecidos casos de deserção que incluíram a passagem de informações para comandos militares das forças inimigas.

Não foi possível apurar os crimes em concreto porque estão actualmente indiciados os dois elementos do Exército, mas no anuário estatístico de 2005 constam outras informações relevantes. Sabe- -se, por exemplo, que os Estados Unidos fizeram nesse ano 2695 pedidos permanentes e 510 não permanentes para os seus aviões sobrevoarem e aterrarem no nosso país – o que representa mais de metade (4027 e 1012, respectivamente) dos pedidos feitos por um total de 55 países.

Entre 502 crimes investigados nas Forças Armadas, estão 179 deserções: 135 no Exército, 34 na Marinha e 10 na Força Aérea.
Henrique Machado / Miguel Curado

MAI visita forças portuguesas em Timor-Leste

Ministério da Administração Interna




Ministro da Administração Interna visita forças e serviços de segurança portugueses em Timor-Leste

O Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, deslocou-se a Timor-Leste nos dias 9, 10 e 11 de Janeiro, onde visitou os cerca de 200 elementos das forças e serviços de segurança portugueses a desempenhar funções no território timorense.

A visita foi aproveitada pelo MAI para demonstrar a solidariedade do Governo e transmitir os votos de bom ano aos referidos elementos e assistir à condecoração pela Missão Integrada das Nações Unidas para Timor-Leste dos 140 militares do Sub-agrupamento Bravo.

Simultaneamente, Rui Pereira aproveitou a deslocação para reforçar os laços de cooperação e de amizade que unem os dois países, em particular, através de encontros com o Presidente da República e Primeiro-ministro de Timor-Leste, bem como com a comunidade portuguesa residente naquele país.

Wednesday 9 January 2008

Suharto continua em estado crítico

Equipa médica anuncia que ex-ditador indonésio mantém-se ligado às máquinas


O estado de Saúde do antigo ditador indonésio Suharto continua crítico, embora tenha sofrido uma melhoria muito ligeira. De acordo com a equipa médica, o homem que dirigiu o arquipélago durante três décadas mantém-se ligado às máquinas. Suharto, de 86 anos, está hospitalizado em Jacarta desde o final da semana.

Timor-Leste: França e Espanha vão abrir uma embaixada conjunta em Díli

Madrid, 09 Jan (Lusa) - Os governos de França e de Espanha vão abrir uma embaixada conjunta em Timor-Leste possivelmente já no decurso deste ano, disseram à Lusa fontes governamentais em Madrid.

O anúncio deverá ser feito na quinta-feira, em Paris, no decurso da cimeira franco-espanhola que decorre na capital francesa, em que participam o primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero e o presidente francês Nicolás Sarkozy.

França mantém actualmente em Timor-Leste um gabinete de cooperação mas os interesses diplomáticos e consulares de Paris e Madrid são exercidos através das embaixadas dos dois países em Jacarta, capital indonésia, segundo o site do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste.

No caso francês o embaixador acreditado desde Setembro de 2003 é o embaixador Renaud Vignal e no caso espanhol, desde Agosto de 2002, o embaixador Dâmaso de Lario Ramirez, ambos a residir na capital da Indonésia.

Além de Portugal, Díli conta actualmente com embaixadas da Austrália, Brasil, China, Coreia do Sul, Japão, Malásia, Reino Unido, Tailândia e Estados Unidos e escritórios de representação da Indonésia, Irlanda e da Comissão Europeia.

ASP.

Conselho de Ministros de Administração Interna da CPLP

Portugal pretende criar reuniões periódicas dos titulares da Administração Interna dos Estados membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), anunciou hoje em Díli o ministro português Rui Pereira, em declarações à Agência Lusa.


"No ano em curso, tenciono aprofundar a cooperação entre os ministros da Administração Interna da Lusofonia", declarou Rui Pereira, que iniciou hoje uma visita de três dias a Timor-Leste.

A proposta portuguesa é "constituir à escala da Lusofonia algo que seja semelhante ao Conselho de Ministros da Administração Interna do espaço da União Europeia", explicou Rui Pereira à Lusa.

"Isto servirá para desenvolver projectos de cooperação multilateral em matérias de Segurança e Protecção Civil", adiantou o ministro português.

A concretização da proposta passará por "reuniões anuais entre os ministros, a realização de um exercício de Segurança ou Protecção Civil anual e um seminário para tratar de problemas que se coloquem aos vários Estados da Lusofonia", acrescentou o ministro da Administração Interna.

Portugal e Timor-Leste integram a CPLP juntamente com Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Rui Pereira anunciou a proposta portuguesa no final de uma audiência com o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão.

"Portugal mantém toda a disponibilidade para continuar a assegurar o contributo da GNR no quadro das Nações Unidas", afirmou Rui Pereira à saída do encontro com o chefe do Governo.

Rui Pereira reuniu-se, logo a seguir, com o Presidente da República, José Ramos-Horta, num encontro de trabalho com a equipa responsável pela Reforma do Sector de Segurança de Timor-Leste.

GNR garantida até final de 2008, afirma Rui Pereira

A Guarda Nacional Republicana (GNR) vai continuar em Timor-Leste "por certo até final de 2008", afirmou hoje em Díli o ministro da Administração Interna português, Rui Pereira.


No primeiro de três dias de visita a Timor-Leste, Rui Pereira garantiu ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, e ao Presidente da República, José Ramos-Horta, a "disponibilidade de Portugal (para) continuar a cooperar em todas as matérias que digam respeito à Administração Interna".

"Essas matérias envolvem a presença da GNR, que por certo vai continuar em Timor-Leste até final deste ano, no quadro das Nações Unidas", afirmou Rui Pereira no final d e uma audiência com José Ramos-Horta.

"Depois de 2008, faremos uma avaliação da necessidade e utilidade dessa continuidade no âmbito das Nações Unidas, mas é prematuro dizer ainda o que se passará", acrescentou o ministro português.

A GNR mantém em Timor-Leste 142 militares, tendo chegado a reforçar o contingente para um total de 220 militares durante o período eleitoral no primeiro semestre de 2007.

Os militares da GNR, constituídos no Subagrupamento Bravo, são uma das forças autónomas de polícia da missão internacional da ONU em Timor-Leste (UNMIT).

Rui Pereira, que participa quinta-feira numa cerimónia de condecoração dos militares da GNR em Díli, analisou com o Governo e a Presidência timorenses o reforço da missão do Subagrupamento Bravo em Timor-Leste.

"Timor-Leste pretende que a GNR e alguns elementos da PSP assegurem a formação básica da Polícia Nacional (de Timor-Leste, PNTL), em modelo semelhante ao que já acontece na formação das Forças Armadas", afirmou à Agência Lusa um elemento do grupo que trabalha na Reforma do Sector de Segurança timorense.

O grupo, que integra dois ex-ministros da Defesa e do Interior e oficiais das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste, participou no encontro entre a delegação do MAI e José Ramos-Horta.

Os contornos do novo acordo de cooperação na área da segurança deverão ficar definidos durante a próxima visita a Portugal, a convite de Rui Pereira, do secretário de Estado timorense Francisco Guterres.

A GNR assegura actualmente a formação da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da PNTL.

"Sabemos que o Estado timorense está a enfrentar reformas relativas à Polícia e aos Serviços de Informações e que está a preparar uma unidade especial de polícia para a investigação criminal e também em matéria de protecção civil", explicou Rui Pereira à imprensa no final da audiência com José Ramos-Horta.

"Portugal manifestou disponibilidade para contribuir para essas reformas", explicou o ministro português.

"O senhor Presidente da República teve a gentileza de me transmitir a sua percepção sobre a situação de segurança em Timor-Leste", adiantou ainda Rui Pereira, recusando no entanto prestar qualquer informação a esse respeito.

Questionado sobre a percepção portuguesa, Rui Pereira respondeu que "Lisboa não tem que ter uma percepção sobre a situação interna de Timor".

"Não nos pronunciamos sobre assuntos internos de Timor", insistiu.

A agenda de Rui Pereira em Timor-Leste inclui uma visita à Escola Portuguesa de Díli e uma visita ao Cemitério de Santa Cruz, além de um encontro com elementos das forças de segurança portuguesas em serviço no país.