A Guarda Nacional Republicana (GNR) vai continuar em Timor-Leste "por certo até final de 2008", afirmou hoje em Díli o ministro da Administração Interna português, Rui Pereira.
No primeiro de três dias de visita a Timor-Leste, Rui Pereira garantiu ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, e ao Presidente da República, José Ramos-Horta, a "disponibilidade de Portugal (para) continuar a cooperar em todas as matérias que digam respeito à Administração Interna".
"Essas matérias envolvem a presença da GNR, que por certo vai continuar em Timor-Leste até final deste ano, no quadro das Nações Unidas", afirmou Rui Pereira no final d e uma audiência com José Ramos-Horta.
"Depois de 2008, faremos uma avaliação da necessidade e utilidade dessa continuidade no âmbito das Nações Unidas, mas é prematuro dizer ainda o que se passará", acrescentou o ministro português.
A GNR mantém em Timor-Leste 142 militares, tendo chegado a reforçar o contingente para um total de 220 militares durante o período eleitoral no primeiro semestre de 2007.
Os militares da GNR, constituídos no Subagrupamento Bravo, são uma das forças autónomas de polícia da missão internacional da ONU em Timor-Leste (UNMIT).
Rui Pereira, que participa quinta-feira numa cerimónia de condecoração dos militares da GNR em Díli, analisou com o Governo e a Presidência timorenses o reforço da missão do Subagrupamento Bravo em Timor-Leste.
"Timor-Leste pretende que a GNR e alguns elementos da PSP assegurem a formação básica da Polícia Nacional (de Timor-Leste, PNTL), em modelo semelhante ao que já acontece na formação das Forças Armadas", afirmou à Agência Lusa um elemento do grupo que trabalha na Reforma do Sector de Segurança timorense.
O grupo, que integra dois ex-ministros da Defesa e do Interior e oficiais das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste, participou no encontro entre a delegação do MAI e José Ramos-Horta.
Os contornos do novo acordo de cooperação na área da segurança deverão ficar definidos durante a próxima visita a Portugal, a convite de Rui Pereira, do secretário de Estado timorense Francisco Guterres.
A GNR assegura actualmente a formação da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da PNTL.
"Sabemos que o Estado timorense está a enfrentar reformas relativas à Polícia e aos Serviços de Informações e que está a preparar uma unidade especial de polícia para a investigação criminal e também em matéria de protecção civil", explicou Rui Pereira à imprensa no final da audiência com José Ramos-Horta.
"Portugal manifestou disponibilidade para contribuir para essas reformas", explicou o ministro português.
"O senhor Presidente da República teve a gentileza de me transmitir a sua percepção sobre a situação de segurança em Timor-Leste", adiantou ainda Rui Pereira, recusando no entanto prestar qualquer informação a esse respeito.
Questionado sobre a percepção portuguesa, Rui Pereira respondeu que "Lisboa não tem que ter uma percepção sobre a situação interna de Timor".
"Não nos pronunciamos sobre assuntos internos de Timor", insistiu.
A agenda de Rui Pereira em Timor-Leste inclui uma visita à Escola Portuguesa de Díli e uma visita ao Cemitério de Santa Cruz, além de um encontro com elementos das forças de segurança portuguesas em serviço no país.
Wednesday, 9 January 2008
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