Friday 31 August 2007

Timor-Leste: PR Ramos-Horta: "Não aprendemos nada do passado"

Díli, 30 Ago (Lusa) - O Presidente da República, José Ramos-Horta, afirmou hoje no Parlamento Nacional que os timorenses "não aprenderam nada com o passado" e, num discurso comemorativo do referendo pela independência, teceu duras críticas à Fretilin.

"O nosso ego tem sido sempre demasiado grande", afirmou José Ramos-Horta perante os deputados e vários convidados estrangeiros.

O discurso assinalou os oito anos sobre a consulta popular que, em 30 de Agosto de 1999, abriu caminho à independência de Timor-Leste, concretizada a 20 de Maio de 2002, após um período de transição de dois anos considerado "curto" por José Ramos-Horta.

"Não aprendemos nada do passado e continuamos a cometer os mesmos erros que custaram muitas vidas no passado não distante", declarou o Presidente da República.

"Mais de três décadas passadas, tenhamos a coragem de reconhecer os erros cometidos pela elite política da geração de 70 pois os erros cometidos em determinada época custaram muito caro ao povo", acrescentou José Ramos-Horta.

O Presidente da República analisou os factores que conduziram à independência e criticou a liderança que ocupou o poder nos primeiros cinco anos do Estado timorense, incluindo ele próprio, chefe da diplomacia no I Governo e primeiro-ministro do II Governo Constitucional.

"A diáspora timorense viu-se de repente com o poder nas mãos", recordou José Ramos-Horta.

"Afastados 24 anos da Pátria, estávamos alienados da nova realidade timorense", afirmou.

"Apesar de minoria, fomos nós que mais poder acumulámos, criando logo à partida forte ressentimento, acentuado quando a nova élite política foi sendo percepcionada como arrogante e alienada da nova realidade timorense".

"Não soubemos construir pontes entre as gerações e diferentes camadas sociais, entre Díli e as zonas pobres do Timor-Leste interior, entre a élite governativa e a sociedade civil, em particular a Igreja", considerou também o chefe de Estado.

João Cravinho, secretário de Estado português dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, foi um dos convidados da cerimónia oficial e considerou, no final, "extremamente interessante" o discurso do chefe de Estado.

Timor-Leste: Cooperação de Portugal para triénio 2007-2010 é de cerca 60 milhões de euros

Lisboa, 29 Ago (Lusa) - As acções de cooperação de Portugal com Timor-Leste para o triénio 2007-2010 totalizam cerca de 60 milhões de euros, segundo um comunicado da embaixada de Portugal em Díli, enviado hoje à Agência Lusa.

Aquela verba consta do Programa Indicativo de Cooperação (PIC), documento que vai ser assinado em Díli no decorrer da visita oficial de cinco dias que o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português, João Gomes Cravinho, inicia quinta-feira a Timor-Leste.

O anterior PIC, que vigorou no triénio 2004-2006, previa o total de 50 milhões de euros.

Durante a estada em Timor-Leste, o governante português tem previsto encontros ao mais alto nível, com o Presidente da República, José Ramos-Horta, presidente do Parlamento, Fernando La Sama de Araújo, primeiro-ministro, Xanana Gusmão, e representante especial do secretário-geral da ONU, Atul Khare, e vários ministros e responsáveis de Timor-Leste, para além de visitas a projectos da Cooperação Portuguesa situados em Díli, Ermera e Ilha de Ataúro.

No penúltimo dia da estada, domingo, João Gomes Cravinho terá à tarde um encontro com representantes do partido maioritário, Fretilin, a que se seguirá uma recepção oferecida à comunidade portuguesa naquele país.

Além da forte presença portuguesa no domínio da cooperação bilateral, Portugal mantém estacionado em Timor-Leste um contingente de militares da GNR e de agentes da Polícia de Segurança Pública, que integram a Missão Integrada da ONU em Timor-Leste.

O secretário de Estado português terá oportunidade de se encontrar com os militares e agentes da GNR e PSP, no decurso de uma visita ao quartel da GNR, situado no bairro de Caicoli.

João Gomes Cravinho visita Timor-Leste à frente de uma delegação que integra a vice-presidente do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, Vera Abreu, e a directora do Serviço Ásia e Oceânia do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Gabriela Albergaria.

EL.

Lusa/Fim

Timor-Leste: SENEC João Gomes Cravinho inicia visita na quinta-feira

Lisboa, 28 Ago (Lusa) - O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, João Gomes Cravinho, inicia quinta-feira uma visita a Timor-Leste, em que além de encontros institucionais acompanhará o desenvolvimento de projectos da cooperação portuguesa naquele país.

Na deslocação, de cinco dias, João Gomes Cravinho tem previsto encontros com o Presidente da República, José Ramos-Horta, com o presidente do Parlamento, Fernando Lasama Araújo, com o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, e com o representante especial do secretário-geral da ONU, Atul Khare, entre outras entidades políticas e religiosas.

Durante a estada em Timor-Leste, o governante português deslocar-se-á ao distrito de Ermera, para visitar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Rural em Timor-Leste.

Portugal é o principal doador internacional de Timor-Leste e as acções de cooperação, em múltiplas áreas, têm especial relevo nos sectores da educação, justiça, saneamento básico e agricultura.

Nesse sentido, além da deslocação a Ermera, João Gomes Cravinho aproveitará a estada em Timor-Leste para visitar o emissor de Fatuhai, leste de Díli, no âmbito do Programa do Alargamento da Cobertura do Sinal de Rádio e Televisão, e inaugurará, na capital timorense, a segunda fase da Escola Portuguesa de Díli.

Deslocações ao Centro de Formação Jurídica de Caicoli, no centro de Díli, e à ilha de Ataúro, onde inaugurará o Sistema de Abastecimento de Água Potável, completam o programa da visita de cinco dias a Timor-Leste.

Além da forte presença portuguesa no domínio da cooperação bilateral, Portugal mantém estacionado em Timor-Leste um contingente de militares da GNR e de agentes da Polícia de Segurança Pública, que integram a Missão Integrada da ONU em Timor-Leste.

O secretário de Estado português terá oportunidade de se encontrar com os militares e agentes da GNR e PSP, no decurso de uma visita ao quartel da GNR, situado no bairro de Caicoli.

João Gomes Cravinho visita Timor-Leste à frente de uma delegação que integra a vice-presidente do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, Vera Abreu, e a directora do Serviço Ásia e Oceânia do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Gabriela Albergaria.

EL.

Lusa/Fim

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal defendeu, esta quinta-feira, que "a língua portuguesa não pode ser de exc


"Temos de assegurar que a língua portuguesa não seja de exclusão mas de
inclusão", afirmou João Gomes Cravinho em declarações à Agência Lusa,
no primeiro da visita oficial a Timor-Leste.

"Não estamos complacentes, estamos disponíveis", salientou João Gomes
Cravinho quanto às opções de Lisboa para a cooperação na área da língua
portuguesa em Timor-Leste.

"O português desempenha um papel único na identidade timorense",
salientou o responsável da Cooperação, que acredita que um número cada
vez maior de timorenses "terá a língua portuguesa como língua materna".

"A implantação de uma língua demora muito tempo. As críticas que são
feitas ao Programa de Reintrodução da Língua Portuguesa não têm uma boa
radicação na realidade", afirmou João Gomes Cravinho.

"O mundo actual não se coaduna com regimes monolinguísticos", segundo o secretário de Estado português.

"O bahasa indonésio é importante para Timor-Leste como o espanhol é
importante para Portugal", explicou João Gomes Cravinho sobre as
hipotéticas "ameaças" ao português das línguas indonésia e inglesa.

João Gomes Cravinho frisou, porém, que a escolha do português como
língua oficial "foi uma opção de fundo dos timorenses depois da
ocupação, reiterada no momento da independência".

"Essa opção não é posta em causa, antes pelo contrário", nos contactos
que João Gomes Cravinho teve com a nova geração de líderes timorenses,
como o presidente do Parlamento Nacional, Fernando "La Sama" de Araújo,
líder do Partido Democrático.

Na sexta-feira, o secretário de Estado inaugura a segunda fase da Escola Portuguesa de Díli.

A educação e promoção da língua portuguesa são dois dos pilares da
Cooperação Portuguesa em Timor-Leste, a par do apoio ao sector da
justiça.

Estas linhas não serão substancialmente alteradas com a assinatura,
durante esta visita oficial, do novo Programa Indicativo de Cooperação
(PIC) entre os dois Estados para o quadriénio 2007-2010, afirmou Gomes
Cravinho

Tuesday 28 August 2007

D. Basílio do Nascimento em entrevista


Passada quase uma semana da tomada de posse do novo Governo timorense, o Bispo de Baucau analisa, em entrevista à Renascença, a situação vivida no país.


Foram tumultuosos os momentos vividos após as eleições legislativas em Timor-Leste e, sobretudo, depois da decisão do Presidente da República, Ramos Horta, de empossar (no passado dia 8) a coligação de partidos liderada por Xanana Gusmão.

D. Basílio do Nascimento, que viveu na sua diocese alguns dos momentos mais complicados, diz que a calma já regressou ao país, mas refere que em Baucau continua a existir reforço policial, através de elementos da GNR que integram a missão da ONU em Timor.

Em seu entender, foi importante que as forças de segurança não tenham tomado partido e que tenha imperado o bom senso.

Quanto à população afectada, D. Basílio refere que o Governo já enviou ajuda aos deslocados e se comprometeu a reconstruir as casas que foram queimadas durante os distúrbios.

O mais recente incidente ocorreu na diocese de Baucau. O Bispo explica que tudo foi provocado por militares australianos ao serviço da ONU, que decidiram brincar com uma bandeira da FRETILIN, acabando por acicatar os ânimos já calmos.

Lembrando outro momento difícil – o ataque ao orfanato de Báguía – D. Basílio do Nascimento diz que as versões são tantas que decidiu ouvir o padre local para apurar o que se passou de facto. O encontro está marcado para esta terça-feira.

Nesta altura, porém, a situação é calma no país. Para tal, contribuiu, no entender do Bispo de Baucau, uma mistura de bom senso com uma mostra de quem manda (caso das forças de segurança que não tomaram partido pela FRETILIN, como alguns esperavam).

Quanto ao novo Governo, D. Basílio diz que ainda é cedo para fazer avaliações.

“Na política, como em tudo, é uma melancia: só sabemos que está madura depois de abrir. Eu diria que só depois dos primeiros 100 dias é que temos uma ideia do que o Governo vale. Por agora, há o benefício da dúvida e muita expectativa”, refere.

MG

Friday 24 August 2007

Duas crianças morrem queimadas dentro de casa em Ermera


Duas crianças, de 12 e 15 anos, morreram hoje queimadas dentro de uma casa no distrito de Ermera, a sudoeste de Díli, afirmou a porta-voz da missão das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT), Allison Cooper.


"A investigação preliminar aponta para uma disputa entre vizinhos na origem do incidente", declarou a porta-voz da UNMIT.

"No decurso da discussão, uma casa terá sido incendiada e as duas crianças estavam lá dentro", acrescentou Allison Cooper.

O incidente ocorreu, segundo a informação preliminar disponível, na aldeia de Laucau.

Outro incidente considerado "grave" pela UNMIT aconteceu em Metinaro, a leste da capital, onde confrontos junto do campo de deslocados se prolongaram por várias horas, com a destruição de sete casas.

Os confrontos em Metinaro, por onde passa a única via de ligação da capital em direcção aos distritos do leste do país, obrigaram a um reforço da Polícia das Nações Unidas e de militares do Subagrupamento Bravo da GNR e das Forças de Estabilização Internacionais (ISF).

Nos confrontos estiveram envolvidas "entre 100 a 300 pessoas, armadas de catanas e dardos metálicos", segundo informação oficial da UNPol.

"A situação foi controlada mas o mercado ficou quase totalmente destruído na luta", acrescentou a UNPol. Três pessoas foram detidas.

Além dos incidentes em Ermera e Metinaro, "a situação de segurança no país é em geral estável", segundo o boletim diário da UNPol.

«Timor já não necessita de medidas de excepção»


O primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, disse hoje no Parlamento que Timor-Leste «precisa mais de uma força policial do que uma força de paz», devido à disponibilidade da Austrália em manter-se no país até Dezembro, noticia a agência Lusa.

Ramos-Horta esteve hoje no Parlamento depois de se ter deslocado quarta -feira a Jacarta para participar num fórum da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

Em Jacarta, Ramos-Horta encontrou-se com o presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros Nur Hassan Wirajuda, a quem fez «um ponto da situação política e social» em Timor-Leste, segundo comunicado do seu gabinete.

Na sessão parlamentar, que demorou pouco mais 90 minutos, o chefe do Governo de Timor-Leste recordou que as próximas eleições devem «ser organizadas por um órgão independente que assuma também a fiscalização do acto eleitoral».

Ramos-Horta garantiu ainda aos deputados que entre o Governo e a Presidência da República «existe uma grande coordenação» e que o Conselho de Estado entendeu que não seria necessário prorrogar as medidas de excepção de segurança que tinham sido aplicadas em Maio.

O primeiro-ministro timorense aproveitou também para explicar aos deputados o processo de reactivação da Polícia Nacional e os objectivos da comissão de avaliação daquela força, já aprovada em Conselho de Ministros.

Aos deputados, Ramos-Horta garantiu ainda que o Governo está «preocupado» com a situação dos deslocados, aos quais «irá continuar a prestar assistência humanitária», ao mesmo tempo que fará o «possível para que estes regressem às suas casas antes do tempo da chuva», entre o final do ano e o início de 2007.

«O Governo irá implementar um plano de construção de habitações para os mais necessitados», disse, salientando que entre as causas da crise no país também estiveram os problemas sociais e económicos de Timor-Leste.

Timor-Leste: Departamento de Defesa australiano rejeita acusações de Alfredo Reinado


Sidnei, 25 Ago (Lusa) - O Departamento de Defesa australiano rejeitou as acusações do líder rebelde timorense Alfredo Reinado, de que tropas de paz australianas teriam quebrado o pescoço a dois feridos e matado a tiros dois civis.

Alfredo Reinado afirma que as mortes aconteceram durante a operação da sua captura no seu esconderijo, há cinco meses, em Same, Timor-Leste.

O brigadeiro Andrew Nikolic, porta-voz da Defesa, disse que os soldados australianos mataram a tiro cinco combatentes do grupo de Alfredo Reinado, durante a operação.

Segundo o brigadeiro, os soldados actuaram em defesa própria e nenhum civil foi morto.

Alfredo Reinado é um ex-oficial do exército timorense e liderou uma rebelião contra o governo da Fretilin, no ano passado, refugiando-se depois nas montanhas.

Lusa/Fim

Entrevista a Kirsty Sword Gusmão



“Xanana dará o melhor de si próprio para governar Timor-Leste até ao fim do mandato”
20.08.2007 - 19h30 Jorge Heitor



Agora empenhada nas actividades da Fundação Alola, criada em 2002, Kirsty Sword Gusmão, a esposa do actual primeiro-ministro Xanana Gusmão diz, em entrevista ao PÚBLICO, estar consciente do papel do marido “neste momento crucial para o futuro” do jovem país. Kirsty é uma australiana que nasceu em 1966 na cidade de Melbourne e há sete anos casou-se com o mítico guerrilheiro timorense.

Continua a considerar-se uma primeira dama (agora que o seu marido é o novo primeiro-ministro e que o Presidente Ramos-Horta não se encontra casado)?
Em primeiro lugar, permita-me salientar que as presentes declarações são feitas em meu nome pessoal, como Presidente da Fundação Alola, por mim criada em Março de 2001 e não em nome do meu marido, Xanana, nem tão pouco do Governo.
Claro que já não me considero primeira-dama! O título, aliás, nunca fez sentido na medida em que o estatuto de 'primeira-dama’ nunca foi reconhecido oficialmente nem recebeu qualquer financiamento por parte do Governo. Todo o trabalho desenvolvido pela Alola, em áreas como a advocacia, emprego, educação, saúde materno-infantil e assistência humanitária, tem sido financiado por doadores de todas as partes do mundo, individuais e institucionais.

Como é que vê esta transição de Xanana da primeira para a terceira posição na hierarquia do Estado (depois dos presidentes da República e do Parlamento)?
Encaro o cargo actual de Xanana essencialmente como um acréscimo de responsabilidades e de ocupação do seu tempo, em prejuízo da nossa vida familiar. Mas, é um sacrifício que nós aceitámos sem hesitação, na medida em que estamos conscientes da importância do papel de Xanana neste momento crucial para o futuro de Timor. Nem eu nem Xanana damos muito valor às posições de poder, a nossa maior preocupação é tentar contribuir para a melhoria das condições de vida do povo timorense, a que ele tem dedicado quase toda a sua vida. Xanana deveria estar já a descansar; mas a libertação do seu povo (agora da miséria) continua a ser a sua grande prioridade.

Está convicta de que um Governo com base na AMP (ALiança com Maioria Parlamentar) tem condições para cumprir toda uma legislatura?
Estou confiante que Xanana, bem como as outras pessoas que integram o IV Governo, darão o melhor de si próprias para governar o país até final do seu mandato. Por outro lado, é absolutamente necessário que sejam criadas as condições de estabilidade política e social que permitam mostrar ao mundo que os timorenses são capazes de governar o seu próprio país.

Preocupa-a em particular o grande número de desalojados que ainda há em Timor-Leste?
A questão dos desalojados é muito preocupante, principalmente pelas condições precárias em que os mesmos se encontram, há tanto tempo. É ainda procupante pelo facto da sua existência traduzir a falta de segurança e de estabilidade político-social que se tem vivido no país.

Admite que dentro de dois a três anos o clima económico e social do país possa ser melhor do que é hoje?
Tenho muita esperança que em breve o povo timorense verá as suas condições de vida melhorar e que, a médio prazo, se possa considerar que o clima económico e social do país sofreu realmente um impulso positivo rumo ao desenvolvimento e paz social. Com o empenho de todos – governo, oposição e sociedade civil – na defesa deste grande objectivo nacional, acredito que isso será possível.
Pela minha parte, continuarei a contribuir para melhorar as condições de vida das mulheres e crianças, em particular, através do trabalho que a Fundação Alola vem desenvolvendo no sentido de melhorar a sua educação, saúde e rendimento e apoiando-as na sua luta por uma maior participação na sociedade.

Wednesday 22 August 2007

António Guterres defende melhoria na situação política

O Alto-comissário da ONU para os Refugiados apontou hoje a existência de "questões humanitárias" em Timor-Leste decorrentes da tensão que se vive no país, defendendo que só uma evolução positiva da "situação política" poderá contribuir para as debelar.


"Espero que a situação política permita resolver rapidamente as questões humanitárias e de protecção que se têm posto à população timorense. Como sempre, nos problemas humanitários a solução nunca é humanitária", disse António Guterres no final de um encontro com o Presidente moçambicano, Armando Guebuza.

Observando que actualmente "não há refugiados de Timor", mas apenas "algum deslocamento interno por causa de questões de insegurança", António Guterres reforçou que para ultrapassar os problemas existentes "a solução é sempre política".

"Quando os problemas políticos se resolvem, os problemas humanitários deixam de existir", defendeu.

Cerca de 5.000 pessoas estão deslocadas e concentradas em pelo menos oito campos temporários no leste de Timor-Leste devido à violência que afectou a região durante a qual foram queimadas mais de 320 casas.

As maiores concentrações temporárias de deslocados localizam-se nas montanhas de Viqueque, onde estão cerca de mil pessoas, enquanto centenas de outras estão em vários pontos da cidade, na costa sudeste do país e cerca de um milhar no quartel da polícia em Uatu Carbau.

Os distúrbios em Timor-Leste, que atravessa uma crise política desde Abril de 2006, foram desencadeados no dia 13, quando o Presidente timorense, José Ramos-Horta, designou como primeiro-ministro Xanana Gusmão, do Conselho Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), e não o candidato da Fretilin, o partido vencedor das eleições de 30 de Junho.

Xanana Gusmão dirige uma coligação de quatro formações políticas que controla 37 dos 65 lugares do novo parlamento de câmara única, enquanto que a Fretilin, embora vencedora nas eleições, apenas obteve 21 deputados.

No final da sua visita de quatro dias a Moçambique, António Guterres manifestou ainda o "apreço e gratidão" da agência das Nações Unidas a que preside pela "política exemplar de generosidade e de solidariedade do Estado e do povo moçambicano relativamente àqueles que procuram abrigo" no país.

"Estamos a trabalhar muito activamente para clarificar quem é e quem não é refugiado para que os refugiados possam ser eficazmente protegidos, mas também para que ninguém possa usar abusivamente dessa condição para abusar da hospitalidade do povo moçambicano", especificou.

O ex-primeiro-ministro português prometeu ainda "apoiar a fundo" o programa do governo moçambicano destinado a reforçar a capacidade de integração e de auto-sustento dos refugiados, bem como "projectos que estão a ser preparados nos domínios da educação, saúde, apoio à agricultura e segurança", que visam "apoiar a população refugiada, mas também a comunidade local".

"Moçambique está a dar um exemplo ao mundo de uma política muito bem pensada. Temos que fazer tudo para apoiar Moçambique na concretização dessa política", notou.

Monday 20 August 2007

"Timor-Leste: o Estado falhando" Pedro Rosa Mendes, Delegado da Agência Lusa em Timor


A crise actual em Timor resulta das rivalidades pessoais, insanáveis, de quatro ou cinco homens; é triste que tanto lastro sepulte tanto génio e adie um projecto nacional.

Pedro Rosa Mendes

Uma ilha é Sísifo naufragado numa elipse: quanto mais se afasta de um ponto, mais perto está de voltar a esse porto. Este o problema endémico de Timor. Numa geografia virada para dentro, o tempo arrisca-se à sua própria repetição. E a política, por autofagia, faz-se imune à História.

Alguns factos soltos, na semana mais difícil do mandato do Presidente José Ramos-Horta:

1. Em nenhum outro país do mundo as instituições democráticas e a normalidade constitucional estão reféns de um homem com 19 (dezanove) armas automáticas;

2. O major Alfredo Reinado, por uma questão de escala e de capacidade, não é um rebelde, no sentido, por exemplo, em que Jonas Savimbi o foi em Angola, ou que Mokhtada al-Sadr o é no Iraque; Reinado não propõe uma ordem diferente, apenas nunca se adaptou à ordem existente; nesse sentido, é um caso de ordem pública e não um problema de Estado; a confusão entre uma coisa e outra produziu um herói;

3. Um herói, em Timor, é alguém que não morre, porque sempre sobrevive a si próprio; os vivos, aqui, não vivem no seu corpo mas no seu símbolo; Reinado já é imortal – após ter “suicidado” cinco dos seus homens em Same;

4. A nova geração procura heróis da sua idade; os velhos sabem desta ingratidão: a luta alimenta apenas aqueles que a fizeram; os outros pedem pão, paz e emprego;

5. A ossatura de um Estado faz-se de dois pilares: o da segurança e o da justiça; em Timor-Leste, o pilar da segurança ruiu há um ano e ainda convalesce; foi o sistema de justiça que segurou a soberania da jovem nação; é o sistema de justiça que está, agora, a ser bombardeado – pelos órgãos de soberania;

6. Timor-Leste é o país para onde Portugal canaliza mais dinheiro dos seus contribuintes; os sectores estratégicos da Cooperação Portuguesa aqui são a Língua e a Justiça; o silêncio português é preocupante e humilhante; exige-se a Lisboa que relacione, depressa, os ‘cocktail molotov’ lançados contra a GNR no Bairro Pité com a frustração de uma geração integrada, de facto, pelo ‘bahasa’ indonésio; uma Língua de inclusão é uma aposta de sucesso; uma Língua de exclusão é uma bomba-relógio;

7. “Não devo favores a ninguém”, repetiu José Ramos-Horta esta semana; é verdade: nenhum outro político ou partido timorense tem uma legitimidade de 70 por cento do eleitorado desde que, na euforia da independência, Xanana Gusmão foi plebiscitado com mais de 80 por cento dos votos; é surpreendente o receio do Presidente em usar essa legitimidade, agora, sobre aqueles que, ‘hélas!’, a desconseguiram: Xanana Gusmão e Mari Alkatiri;

8. Nenhum outro país lusófono atingiu a independência com um naipe de líderes tão inteligentes, tão honestos e tão carismáticos como Timor-Leste (bispos incluídos); o que eles fizeram disso, porém, demonstra que a soma das partes pode ser muito inferior ao valor individual;

9. As legislativas de há um mês (um mês!) produziram um parlamento mais democrático e equilibrado; a crise actual resulta, apenas, das rivalidades pessoais, insanáveis, de quatro ou cinco homens; é triste que tanto lastro sepulte tanto génio e adie um projecto nacional;

10. Mário Carrascalão, ex-governdador na ocupação, foi o único a sugerir um acto patriótico da geração de ‘75: “Os novos ao poder” (e eles existem); nada de novo, aliás: aconteceu no próprio PSD com a candidatura presidencial de Lúcia Lobato; aconteceu na Letónia nos anos 90; mas em Timor, o mundo e o passado importam pouco;

11. O país é ingovernável e todos o sabem: a Fretilin tem o poder do bloqueio; a oposição tem o poder da inexperiência;

12. Pior: ambos têm o poder da rua.

Exclusivo Diário Económico/Lusa
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Pedro Rosa Mendes, Delegado da Agência Lusa em Timor

Sunday 19 August 2007

UNPol diz que calma voltou ao Timor-Leste, exceto em duas cidades

íli - A Polícia das Nações Unidas (UNPol) anunciou hoje que a calma predomina em quase todo o Timor-Leste, após mais de dez dias de distúrbios, exceto em duas cidades do leste, onde a situação ainda é tensa.

"A situação da segurança no Timor-Leste como um todo se acalmou, mas em Viqueque e Lautem ainda é tensa", disse um porta-voz da UNPol.

"As missões de avaliação do Governo e da ONU farão uma análise completa do efeito da violência e apresentarão uma lista das necessidades do povo, além da forma de atendê-las, o mais rápido possível", indicou o funcionário.

O presidente do Timor-Leste, José Ramos Horta, se reuniu hoje em Díli com o enviado especial do secretário-geral das ONU no país, Atul Khare, e com o novo primeiro-ministro, Xanana Gusmão, cuja nomeação, no dia 6, foi o estopim dos distúrbios.

Khare afirmou que discutiram a reforma necessária na segurança do país, que, segundo a Missão Transitória da ONU no Timor-Leste (Unmit), passa pela melhora da legislação e das relações entre as Forças Armadas e a Polícia.

"O fortalecimento do Exército e da Polícia é crucial para o desenvolvimento e modernização do Estado, e as Nações Unidas ajudarão o Governo a fazer com que o setor da segurança seja eficiente, efetivo e capaz", acrescentou Khare, também chefe da Unmit.

Gusmão pediu à população que esclareçam suas diferenças de maneira pacífica e através do diálogo, sem recorrer à violência, como ele faz com o secretário-geral da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin), o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri.

"Alkatiri e eu temos grandes diferenças políticas, mas nos respeitamos e nos consideramos timorenses. Espero que o povo possa seguir nosso exemplo e não se enfrentar, como está ocorrendo em Baucau, Viqueque, Díli e outras partes do país", disse Gusmão.

A Fretilin ganhou as eleições legislativas de 30 de junho, com 21 deputados, mas Gusmão, em segundo lugar com o Conselho Nacional para a Reconstrução do Timor-Leste (CNRT), formou uma aliança de quatro partidos que juntos controlam 37 das 65 cadeiras do Parlamento unicameral.

Alkatiri pediu calma a seus seguidores e diz que não está por trás da violência, mas afirma que o Executivo formado é ilegal, porque a Constituição do país estabelece que o Governo deve ser formado pelo partido vencedor das eleições, o que não foi respeitado dessa vez.

O Timor-Leste atravessa uma crise política desde abril de 2006, quando a Fretilin governava, Gusmão era o presidente e o independente Ramos Horta tinha a pasta de Assuntos Exteriores.
As eleições presidenciais de 9 de maio (segundo turno) e as parlamentares de 30 de junho deste ano tiraram a Fretilin do poder, apesar de ser a legenda com maior base popular.

Luís Amado apela ao "bom senso" em Timor-Leste


O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, manifestou-se "preocupado" com o regresso da violência às ruas de Timor e apela ao "bom senso" para aquele país entrar "na rota da pacificação e da normalização política".
O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, manifestou-se "preocupado" com o regresso da violência às ruas de Timor e apela ao "bom senso" para aquele país entrar "na rota da pacificação e da normalização política".

"Acreditamos que se está a virar uma página no processo político timorense e que o bom senso acabará por prevalecer", disse à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Luís Amado, que falava em Vila Nova de Cerveira à margem da inauguração da Bienal de Arte, sublinhou que há agora em Timor-Leste uma "legitimidade política renovada", depois das eleições para todos os órgãos de poder, desde o presidente da República até ao Parlamento e ao Governo.

"Com a participação das Nações Unidas e o envolvimento da comunidade internacional, acreditamos que o processo de pacificação e de normalização da vida política possa ocorrer o mais rapidamente possível", acrescentou.

"Esperamos que o bom senso prevaleça e que os responsáveis timorenses possam encontrar, entre si, as soluções para que o País entre numa rota de estabilização e normalização", disse ainda.

Os distúrbios em Timor-Leste foram desencadeados no dia 13, quando o presidente timorense, José Ramos Horta, designou como primeiro-ministro Xanana Gusmão, do Conselho Nacional para a Reconstrução de Timor Leste (CNRT), e não o candidato da Fretilin, o partido vencedor das eleições de 30 de Junho.

Xanana Gusmão dirige uma coligação de quatro formações políticas que controla 37 dos 65 lugares do novo parlamento de câmara única, enquanto que a Fretilin, embora vencedora nas eleições, apenas obteve 21 deputados.

Desde o anúncio da designação de Xanana, cerca de 5.000 pessoas estão deslocadas e concentradas em pelo menos oito campos temporários no leste de Timor, devido à violência que afectou a região.

Dados do Ministério do Trabalho e Reinserção Comunitária timorense referem que até à última terça-feira a violência tinha afectado as populações em pelo menos 13 sucos (freguesias) do leste do país.

Mais de 320 casas foram queimadas, segundo o balanço do impacto da violência que é feito com base em informação recolhida pelo Governo, Nações Unidas, agências especializadas e organizações não-governamentais.

As maiores concentrações temporárias de deslocados localizam se nas montanhas de Viqueque, onde estão cerca de mil pessoas, enquanto centenas de outras estão em vários pontos da cidade, na costa sudeste do país e cerca de um milhar no quartel da polícia em Uatu Carbau.

Timor-Leste atravessa uma crise política desde Abril de 2006.

© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal

Friday 17 August 2007

BLOG “TIMOR LOROSAE NAÇÃO” EM BLOGSPOT

BLOG “TIMOR LOROSAE NAÇÃO” EM BLOGSPOT

DEVIDO A AVARIAS TÉCNICAS INSUPERÁVEIS, ATÉ AO MOMENTO, OPTÁMOS PELA APRESENTAÇÃO DO “TIMOR LOROSAE NAÇÃO” EM BLOGSPOT.
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POSTERIORMENTE, APÓS O ESCLARECIMENTO TÉCNICO DA SITUAÇÃO, DECIDIREMOS SE A MUDANÇA SERÁ PROVISÓRIA OU DEFINITIVA.

Thursday 16 August 2007

"A solução dos problemas do país requer estabilidade política" Diz Ramos Horta


O resultado da eleição legislativa de 30 de Junho revelou uma profunda dispersão do voto dos timorenses sem que nenhum partido tenha obtido uma representação parlamentar suficiente para poder governar sozinho.

A Constituição dá ao Presidente da República competência exclusiva para nomear e empossar o Primeiro-Ministro indigitado pelo partido ou aliança dos partidos com maioria parlamentar, ouvidos os partidos políticos representados no Parlamento Nacional.

Ainda de acordo com a Constituição, o Presidente da República nomeia o Governo mas este só governa se os deputados aprovarem o respectivo programa apresentado no Parlamento Nacional.

Isto significa que, para formarem governo, os partidos devem revelar capacidade de diálogo e negociação para assegurar uma maioria suficiente que os apoie no Parlamento Nacional, garantido a estabilidade governativa.

O Presidente da República ouviu os partidos políticos e, durante semanas, tudo fez para promover o diálogo entre os partidos e encontrar uma solução de governo mais alargada possível, em que o maior número de timorenses se sentisse representado.

Esse esforço de diálogo mostrou que não é possível, neste momento, ultrapassar animosidades acumuladas ao longo de anos, em especial após a independência, para formar um governo de inclusão que reúna todos os grandes partidos.

Nestas circunstâncias, o Presidente da República teve de considerar outras alternativas políticas capazes de conseguirem uma maioria parlamentar suficiente para assegurar a estabilidade governativa.

A FRETILIN, o partido mais votado, elegeu 21 deputados. Uma aliança entretanto formada por quatro partidos reúne 37 deputados, isto é, a maioria dos deputados eleitos.

A eleição do presidente do Parlamento Nacional mostrou que o candidato comum da aliança de quatro partidos conseguiu uma confortável maioria de 41 votos, sendo eleito contra o candidato da FRETILIN e constituindo um teste sobre a real capacidade dos partidos reunirem maioria parlamentar.

Em face da auscultação do sentimento dos partidos e do impasse na negociações entre aqueles, o Presidente da República entendeu que não seria prudente, no interesse do país e da estabilidade governativa, decidir contrariamente ao sentimento geral dentro do Parlamento Nacional.

O Presidente da República decidiu em consciência pela solução que melhor assegura a estabilidade da acção do governo e que mais condições reúne para se concentrar finalmente na solução urgente dos problemas do desenvolvimento do país e da luta contra a pobreza.

Governo e oposição fazem igualmente parte da vida democrática e é importante para a nossa democracia contar com um partido forte na oposição. Isso, aliás, foi reconhecido por vários responsáveis políticos durante a campanha eleitoral.

O Presidente da República reconhece o direito de qualquer partido a discordar das suas decisões. Isso é normal em democracia e os partidos podem utilizar os mecanismos constitucionais e judiciais aplicáveis para tentarem fazer valer os seus pontos de vista.

Os representantes escolhidos pelo povo nas eleições legislativas têm o dever constitucional de assumirem as suas responsabilidades no Parlamento Nacional e de ali defenderem as suas posições políticas, quaisquer que elas sejam.

Na sua enorme sabedoria, o povo saberá julgar, nos próximos actos eleitorais, as posições que estão a ser assumidas por todos. Até lá, todos os timorenses tem o dever de contribuir, à medida das suas diferentes responsabilidades, para a estabilidade das instituições e para a solução dos problemas que Timor-Leste tem pela frente.


Díli, 16 de Agosto de 2007.

Guiné-Bissau: Partidos do governo solidarizam-se com povo Timor-Leste e Fretilin

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Bissau, 14 Ago (Lusa) - Os três partidos que integram a coligação do governo da Guiné-Bissau manifestaram-se hoje solidários com o povo de Timor-Leste e a Fretilin, vencedora das eleições legislativas mas "preterida" da governação do país.

A posição vem expressa em comunicado divulgado no final de uma reunião de líderes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Partido da Renovação Social (PRS) e Partido Unido Social Democrata (PUSD), as três forças políticas que integram o Pacto de Estabilidade, instrumento de sustentação do governo guineense.

No comunicado, os três partidos manifestam solidariedade para com "um país irmão", esperando que o posicionamento do governo da Guiné-Bissau possa ajudar o "martirizado povo" a encontrar uma solução "airosa e digna" para o problema criado com as eleições.

Em relação à decisão do Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, de entregar a governação à coligação parlamentar liderada por Xanana Gusmão, os partidos no poder em Bissau afirmam que tal constitui "deixar de lado a vontade" do povo maubere.

A votação verificada nas últimas eleições legislativas de Timor-Leste "reflecte a vontade suprema de uma maioria do povo irmão de Timor" onde o partido vendedor "foi preterido do poder", lê-se ainda no comunicado.

De acordo com os responsáveis dos três principais partidos guineenses, a decisão do Presidente Ramos-Horta está a criar já "alguma instabilidade e perturbação" em Timor-Leste, levando-os a tomar posição por um "sentimento de solidariedade".

Na nota, os três partidos guineenses lembram que têm o dever de manifestar a sua preocupação face à situação em Timor-Leste também pelo facto de a Guiné-Bissau estar a presidir à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

A CPLP integra oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal e Timor-Leste.

MB.

Lusa/Fim

A situação permanece tensa em Baucau e Viqueque, distritos timorenses.

Apesar de não haver registo de incidentes graves foram feitas algumas detenções nestes dois distritos devido a actos de violência esporádicos.

Kedma Mascarenhas, porta-voz da missão internacional da polícia da ONU em Timor-Leste, diz que os incidentes têm tido lugar mais fora da capital.

Wednesday 15 August 2007

Policial fica ferido em novos distúrbios no Timor-Leste

Díli, 14 ago (EFE).- Um policial ficou gravemente ferido nos distúrbios ocorridos hoje na capital e em outras cidades do Timor-Leste, enquanto começou a distribuição de ajuda oficial às milhares de pessoas deslocadas pela violência devido à crise política que sacode o país.

O agente foi agredido por um desconhecido com um machado em Uatolari, onde 923 pessoas saíram de suas casas e buscaram abrigo com a Polícia.

Nas primeiras horas da madrugada, uma casa pegou fogo na aldeia de Nularan. Em Baucau - segunda maior cidade do país e cerca de 120 quilômetros ao leste de Díli -, não foram registrados incidentes, mas o transporte público e os comércios não funcionaram com normalidade.

A Polícia da ONU (UNPol) atendeu a seis chamadas em Díli que, ao contrário de dias anteriores, foram resolvidas sem incidentes graves e com a detenção de três pessoas.

O novo vice-primeiro-ministro timorense, José Luis Guterres, disse à imprensa em Díli que a ajuda para os refugiados está sendo transportada por ar para os principais centros urbanos das diversas regiões, e depois por estrada até as vítimas.

Guterres disse que helicópteros da Missão Transitória das Nações Unidas no Timor-Leste (Unmit, em inglês) participam das operações para entregar "arroz, tendas, sopas instantâneas, leite e outras necessidades básicas às vítimas do conflito".

O coordenador da assistência humanitária para Baucau e Viqueque, José Asa, informou que os dados mais recentes superam as 8.100 pessoas deslocadas.

Os distúrbios começaram em 13 de agosto, depois que o presidente do país, José Ramos Horta, anunciou que havia escolhido Xanana Gusmão para primeiro-ministro e que o encarregou de formar Governo.

A princípio, os distúrbios foram atribuídos à frustração dos partidários da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) pelo fato de que não governarão, apesar de terem vencido as eleições parlamentares de 30 de junho, como estabelece a Constituição.

Gusmão formou após o pleito uma aliança de quatro partidos que reuniu 37 das 65 cadeiras do novo Parlamento unicameral, acima dos 21 do Fretilin.

A direção do Fretilin qualificou de ilegítimo o novo Governo, mas pediu calma a seus partidários e atribuiu a violência a grupos interessados em manchar o nome do partido. EFE

Situação continua «volatil e com actos de violência esporádicos»


A Missão das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT) informou hoje que a situação no país continua "volátil e com actos de violência esporádicos", após vários dias de tumultos públicos em vários pontos da região.


O sub-director do UNMIT, Eric Huck Gim, declarou em conferência de imprensa em Díli que a atmosfera local está tensa em Baucau e Viqueque, as principais cidades da região oriental do país, e que na capital as coisas tendem a acalmar.

"Em Díli, a situação está relativamente calma, embora subsistam incidentes esporádicos de pessoas atirando pedras em zonas como o Bairro Pite, o porto, Santa Cruz e Comoro", declarou o oficial, um general de brigada de Singapura.

"Quero reiterar que a ONU apoia o direito a manifestações, mas estas devem ser realizadas de maneira pacífica e através dos canais legais adequados", afirmou.

Segundo o responsável das Nações Unidas, "alterar a vida normal do país, como incendiar escolas e edifícios públicos e privados, fazer deslocar pessoas dos seus locais de residência e comprometer a segurança de pessoas não é o caminho para levar o país para a frente".

Os distúrbios em Timor-Leste foram desencadeados no dia 13 quando o Presidente timorense, José Ramos Horta, designou como primeiro-ministro Xanana Gusmão, do Conselho Nacional para a Reconstrução do Timor Leste (CNRT), e não o candidato da Fretilin, o partido vencedor das eleições de 30 de Junho passado.

Xanana Gusmão dirige uma coalição de quatro formações políticas que controla 37 dos 65 lugares do novo parlamento de câmara única, enquanto que a Fretilin, embora vencedora nas eleições, apenas obteve 21 deputados.

Timor-Leste atravessa uma crise política desde Abril de 2006.


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Tuesday 14 August 2007

Bispo de Baucau pronuncia-se sobre o situaçao em Timor

Lisboa - O bispo de Baucau disse hoje à Lusa que "ainda não sabe o que se passou" este fim-de-semana num orfanato no leste de Timor-Leste, onde alegadamente menores terão sido violadas em consequência da onda de violência no país.

"Há informações desencontradas sobre o que se passou. Ainda ando à procura de informações.

As pessoas com quem falei falam-me de coisas diferentes. Um, disse-me que houve uma violação, outro, falou-me de mais de uma violação e outros ainda não confirmam nada", frisou Dom Basílio do Nascimento, contactado telefonicamente pela Lusa a partir de Lisboa.

"Nem consigo apanhar o padre" do orfanato, acrescentou.

A alegada violação de uma menor do orfanato salesiano de Baguia, no distrito de Baucau, foi denunciada sábado pelo padre Basílio Maria Ximenes, superior dos Salesianos, que em declarações à imprensa acusou cerca de uma centena de timorenses de terem participado no ataque, afirmando que algumas alunas teriam sido violadas.

Sobre a onda de violência que se voltou a abater sobre o país, Dom Basílio do Nascimento manifesta-se perplexo.

"Sinceramente, ando à procura de respostas, mas não as encontro. Que haja divergência e violência devido a uma questão de interpretação da Constituição não é racional", frisou.

Dom Basílio do Nascimento disse ainda à Lusa que não confirma rumores sobre actos de violência sobre religiosos.

"Mesmo as muitas casas que dizem ter sido queimadas, também não as vi", acrescentou.

Entretanto, a polícia da ONU anunciou hoje a detenção do presumível autor de uma violação de uma menor no orfanato de Baguia.

O alegado ataque foi um dos incidentes que marcaram os últimos dias no leste do país onde já foram detidas dezenas de pessoas, destruídas cerca de centena e meia de casas e várias infra-estruturas públicas e privadas.

Uma onda de violência que começou no início da semana na sequência do anúncio da nomeação do novo governo, liderado pelo primeiro-ministro Xanana Gusmão.

EL-Lusa/Fim

Security in Timor-Leste - UNPOL report

The security situation in Timor-Leste during the last 24 hours has remained tense, particularly in Viqueque and Baucau districts. Dili has remained calm.

United Nations police officers (UNPol) in conjunction with the national police of Timor-Leste (PNTL) and the International Stabilization Force (ISF) remain fully deployed to contain and put a stop to any violence.

Yesterday in Viqueque, one PNTL officer was seriously wounded in a machete attack by an unknown assailant in Uatolari subdsitrict. One house was also reported to have been set on fire place in Nularan village at around 0005hrs yesterday morning. There were no injuries.

In Uato-Carbau, Viqueque, PNTL report that 923 people from Uatolari subdsitrict have registered with the police as having left their homes due to the recent disturbances.

No serious security incidents were reported in Baucau yesterday, but the public transport and markets are not yet fully functional. UNPol, PNTL, two Formed Police Units (FPUs) and the ISF remain on alert in case of any disturbances.

Today in Dili, UNPol attended six incidents. None were major. One incident was a fire in Tasi Tolu. The fire brigade extinguished the blaze, and police confirmed that the fire had not been started deliberately.

Yesterday in Dili district, there were isolated incidents of rock throwing, concentrating around the airport and Metinaro. Three people were arrested for the attacks, and there were no reports of any injuries.

Political leaders have been traveling to the east of the country to condemn the recent violence. Two days ago in Baucau, the FRETILIN leadership told to its supporters that local village and sub-village chiefs will be held responsible for any violence that occurs in their area. Similarly, in Viqueque two days ago, a high-ranking FRETILIN official met with supporters and urged them not to commit any violent acts.

The Police advise to avoid traveling during the night to the most affected areas. Please report any suspicious activities. You can call 112 or 7230365 to contact the police 24 hours a day, seven days a week.

Monday 13 August 2007

Jovem detido por alegada violação de menor em ataque a orfanato


Díli, 13 Ago (Lusa) - Um jovem de 16 anos foi detido domingo em Baucau, segunda cidade de Timor-Leste, acusado de ter violado uma menor durante o ataque de sexta-feira ao orfanato salesiano de Baguia, informou hoje a Polícia das Nações Unidas.

Basílio Maria Ximenes, superior da ordem dos Salesianos, disse aos jornalistas no sábado que cerca de uma centena de timorenses participaram no ataque, afirmando que algumas alunas da escola foram violadas.

"Estas pessoas, maioritariamente jovens, que consideram freiras e a Igreja Católica os seus inimigos, não só violaram as minhas alunas mas danificaram e destruíram a escola", disse.

Atul Khare, chefe da missão da ONU em Timor-Leste condenou já o ataque, afirmando que qualquer pessoa considerada culpada deste tipo de crimes terá que responder perante a justiça.

O ataque foi um dos incidentes que marcaram os últimos dias no leste do país onde já foram detidas dezenas de pessoas, destruídas cerca de centena e meia de casas e várias infra-estruturas públicas e privadas.

Uma onda de violência que começou no início da semana na sequência do anúncio da nomeação do novo governo, liderado pelo primeiro-ministro Xanana Gusmão.

A situação mais tensa continua a viver-se no leste do país, particularmente nos distritos de Viqueque e Baucau, com alguns incidentes também na capital, Díli, onde um polícia das Nações Unidas ficou ferido durante apedrejamentos que danificaram também viaturas das ONU.

Pelo menos uma pessoa foi detida em Díli e duas outras em Cailara, arredores de Baucau, pela posse de armas tradicionais.

A violência foi o tema central de uma reunião que a liderança da Fretilin manteve com os seus apoiantes locais na região, durante a qual informou que os líderes locais serão responsabilizados por qualquer acto violento que ocorra na sua região.

A Polícia da ONU informa ainda que em Viqueque, no domingo, um "alto responsável da Fretilin" se reuniu com apoiantes a quem apelou para que não cometam actos violentos.

ASP.

Lusa/Fim

Police Capture Alleged Rapist in Baucau

DiIi, August 13, 2007 - United Nations Police (UNPol) and the National Police of Timor-Leste (PNTL) have arrested a suspect in relation to an alleged rape in Baucau on Friday.

Reports so far indicate that an 11 year old girl was raped by a 16 year old male in an orphanage in Baguia.

The suspect was arrested on August 11 and then escaped but surrendered again to police later in the day.

The Special Representative of the Secretary-General for Timor-Leste, Mr Atul Khare, said the suspect will now be dealt with by the judicial authorities of Timor-Leste.

He added that in developing a culture of human rights and respect for women and children in Timor-Leste, that such cases need to be strongly condemned and those who commit such crimes swiftly prosecuted.

Presidência da República lamenta a falsa alegação da FRETILIN



Num comunicado da FRETILIN datado de 12 /8/07, imputado ao Srs. Arsénio Bano, Vice- Presidente e membro da Comissão Política Nacional da FRETILIN, e a José Teixeira, deputado da FRETILIN, alega-se o seguinte:

"O Presidente Ramos-Horta ameaçou despedir funcionários públicos que adiram a manifestações antigovernamentais apesar de o Presidente da República não deter qualquer poder constitucional que o permita fazer e apesar da inexistência de legislação que impeça um funcionário público de participar em acções de protestos quando realizadas para além do seu horário laboral."

O Gabinete da Presidência informa que Sua Exª o Senhor Presidente da República não ameaçou despedir seja quem fôr e não proferiu quaisquer "ameaças" nesse sentido.

Sua Exª o Presidente da República, Dr. José Ramos-Horta, lamenta que os referidos senhores líderes da FRETILIN tenham feito tais alegações em relação ao Chefe do Estado sem ter averiguado se tais alegações teriam alguma veracidade.

Sunday 12 August 2007

Artigo de opiniao publicado no "Diario de Noticias" da autoria de Leonidio Paulo Ferreira

QUIS SER VENDEDOR DE ABÓBORAS MAS AGORA É PRIMEIRO-MINISTRO

*************
Lisboa
13.08.07- Diário de Notícias


"Maun Boot" quer dizer "irmão maior" em tétum. É assim que muitos timorenses chamam a Xanana Gusmão, o guerrilheiro que passou sete anos numa prisão indonésia. Herói nacional, tornou-se em 2002 o primeiro presidente do país e passou o tempo a dizer que o poder não o seduzia - que com a independência a sua missão estava cumprida. Rodeado pela mulher, a australiana Kristy Sword, e os três filhos, garantia que sonhava ter tempo para fotografar, que estava ansioso pelo final do mandato em 2007. Até admitia transformar-se em vendedor de abóboras, ideia que repetiu em Janeiro à Time. Sete meses depois, Xanana é primeiro-ministro, líder de um partido formado à pressa e que nem sequer foi o mais votado nas

legislativas apesar de se chamar CNRT, sigla mágica da resistência à Indonésia. Nas ruas, há hoje quem chame "traidor" ao "irmão maior", queime casas para protestar por o ex-presidente ter "usurpado" a vitória da Fretilin e ameace mesmo incendiar Timor-Leste, porque Ramos-Horta, o novo Chefe do Estado, apoiou Xanana no braço-de-ferro com Mari Alkatiri.

Calcula-se que 50% da população de Dili sobreviva graças à ajuda humanitária. E os confrontos do ano passado, após uma cisão nas forças armadas, deixaram milhares de desalojados. Apesar das promessas do petróleo no mar entre o país e a Austrália, a pobreza é imensa e qualquer má colheita deixa a economia de rastos. Quase metade da população está desempregada, sobretudo jovens, e isso explica parte do caos em que mergulhou a antiga colónia portuguesa. A outra parte só se entende pela degradação da relação entre Xanana, o guerrilheiro, Alkatiri, o ex-exilado que lidera a Fretilin, e Ramos- -Horta, o Nobel da Paz. Relação marcada pelo ódio entre os dois primeiros, com o terceiro a servir de árbitro, mas a ser também ele um jogador cheio de ambições.

Estes cinco anos transformaram-se em tempo perdido para o milhão de timorenses. E tudo serve para um ou outro lado se desculpar: fala-se da influência da Austrália e das suas tropas no território, da antipatia da Igreja pelo muçulmano Alkatiri, da rivalidade étnica entre lorosae e loromonu, da corrupção entre as elites, das disputas nas forças armadas, do choque dos liberais com a Fretilin de raiz marxista-leninista. Mas o mais amargo para os timorenses, e para quem um dia se vestiu de branco em solidariedade com a sua causa, é este novo papel de Xanana. Trocou os mais de 80% de votos que um dia o elegeram presidente pelos 24% do CNRT (que governa em coligação). Fotógrafo ou vendedor de abóboras, era-lhe possível ser um Mandela timorense, referência unânime para o seu povo ainda em busca de rumo. Preferiu ser um político normal.

Fretilin condena violência e diz ser falsos os rumores de revolta armada


Díli, 12 ago (EFE).- A Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) condenou hoje os atos de violência no país da semana passada, e considerou como falsos os rumores de que estaria planejando um levante armado.

O vice-presidente do Fretilin, Arsenio Bano, afirma em comunicado que o grupo "condena qualquer ato de violência e reitera as chamadas a nossos partidários e a aqueles de outros partidos para que exerçam seu direito legal de se manifestar pacificamente".

A formação ofereceu também cooperar nas investigações das Nações Unidas sobre os distúrbios por motivos políticos, incluindo o ataque a uma caravana de veículos da ONU na sexta-feira passada.

Segundo Bano, seu partido pretende esclarecer os fatos e evitar novas ações de violência, enquanto criticou os inimigos do Fretilin por divulgar falsos rumores e exagerar os danos causados pelo grupo.

Sobre o ataque contra os veículos da ONU, Bano disse que começou quando membros da UNPol, a Polícia das Nações Unidas, retirariam cartazes e bandeiras de uma manifestação pacífica do Fretilin.

O representante do Fretilin criticou a UNPol e a Força Internacional de Estabilização (ISF, em inglês) por exercer maior força em suas ações contra os membros de seu partido, em comparação às realizadas contra outros militantes.

"A UNPol e a ISF permaneceram sentadas e não fizeram nada para acabar com meses de violenta perseguição contra os partidários do Fretilin em Ermera (60 quilômetros ao oeste de Díli) e em outros lugares no ano passado", disse Bano.

O Fretilin, que venceu nas legislativas de 30 de junho, considera ilegítimo o Governo de coalizão liderado pelo primeiro-ministro Xanana Gusmão, que chegou ao cargo graças a uma aliança que garante o apoio de 37 deputados, frente aos 21 do Fretilin, no Parlamento unicameral de 65 membros.

Enquanto isso, a UNPol anunciou que, até agora, foram detidas 34 pessoas em relação à violência no leste do país na semana passada, e continuam as investigações sobre os distúrbios originados desde segunda-feira.

Caros leitores:

Aqui fica a informação de que as noticias aqui publicadas são notícias de orgãos de comunicação oficiais, privadas, comunitárias e públicas. São publicadas na integra...
Em relação aos comentários que aqui deixam , só serão publicados os que venham contribuir para um debate positivo, quer agrade ou não . Está nas mão dos nossos leitores manterem discussão , acesa, positiva, constructiva, mesmo que seja para dizer que esta tudo errado, mas que o diga com dignidade e respeito. O que não toleramos aqui são ataques pessoais nem uso de palavras insultuosas. Porque no dia em que publicarmos esse tipo de coisas passamos a ser um blog indesejavel,vulgar, igual a muitos outros que se viram forçados a encerrar, e creio que isso não nos interessa. Como disse , se um comentário é enviado para insultar, esqueça senhor autor desse comentário porque o mesmo não será publicado. Este blog existe para publicarmos noticias sobre Timor e de interesse para os que se interessam por Timor-Leste.

O " Aqui é Timor-Leste" não é veículo para propaganda política nem lavar de ROUPA SUJA ou ataques pessoais , intrusão na vida privada de cada cidadão, e nem se vai deixar ser manipulado politicamente.



Conto com a vossa compreensão e ajuda.

JRodrigues Sarmento ( com orgulho por não utilisar um pseudónimo porque as minhas acções não são camufladas)

Saturday 11 August 2007

Violência em Timor-Leste vitimou uma criança

Uma criança morreu na sequência dos actos violentos dos últimos dias em Viqueque, a sudeste de Díli, segundo um porta-voz do governo timorense, que não adiantou mais detalhes.

Esta é a primeira vítima mortal das acções de violência que se seguiram à nomeação do novo governo timorense e que, na sexta-feira, incluíram um ataque a uma coluna de três viaturas das Nações Unidas na estrada entre Baucau e Viqueque. A polícia já deteve 13 pessoas.

Em Baguia, um grupo armado atacou e destruiu, na noite de sexta-feira, um orfanato salesiano. Segundo um responsável da instituição, cerca de uma centena de timorenses participou no ataque, atacando e violando mulheres e pelo menos uma criança de 12 anos.

"Estas pessoas, maioritariamente jovens, que consideram freiras e a Igreja Católica os seus inimigos, não só violaram as minhas alunas mas danificaram e destruíram a escola", disse Basílio Maria Ximenes, superior da ordem dos Salesianos. A polícia de Baucau está a investigar.

Grupo ataca orfanato e viola alunas- CRIANÇA MORRE


O clima de terror e violência mantém-se em Timor Leste, clima gravado nos últimos dias pela escolha de Xanana Gusmão para a liderança do governo.
A violência agrava-se em Timor Leste. Um grupo de jovens timorenses atacou um orfanato salesiano em Baguia. Várias alunas e pelo menos uma criança foram violadas. O orfanato foi destruído.

Ontem à noite, um grupo de 100 homens na sua maioria jovens, atacou um orfanato salesiano, em Baguia, violando mulheres e pelo menos uma criança de 8 anos.

Basílio Maria Ximenes, superior da ordem dos Salesianos, contou que a escola foi também destruída. A polícia tomou conta da ocorrência e deteve já 13 pessoas relacionadas com este ataque.

Também em Viqueque, em consequência da violência dos últimos dias, uma criança morreu.

Os elementos das Nações Unidas presentes em Timor Leste não têm sido poupados. Uma coluna de três viaturas da ONU - que viajava na estrada entre Baucau e Viqueque - foi alvo de uma emboscada como relatou para a TSF Kedma Mascarenhas, porta voz da ONU em Timor

«Um conjunto de viaturas que ia para Viqueque, com civis, foi apedrejdo. Todos saíram ilesos mas um dos carros ficou destruído», contou a porta-voz.

Este ataque foi já condenado pelo responsável das Nações Unidas em Timor, que apelou para que os responsáveis sejam levados perante a justiça. Depois deste incidente, as Nações Unidas estão a desaconselhar as viagens entre Baucau e Viqueque.

Ramos Horta cancela visita a refugiados após ataque à UNPol



Díli, 11 ago (EFE).- O presidente do Timor-Leste, José Ramos Horta, cancelou hoje uma visita a milhares de refugiados nos distritos de Baucau e Viqueque, depois de supostos membros do partido de oposição Fretilin emboscarem um veículo das Nações Unidas.

Segundo o secretário de Estado, Mario Reis, "um grupo de militantes da Fretilin (Frente Revolucionária do Timor- Leste Independente) atacou os policiais das Nações Unidas no bairro de Caiboilori", em Baucau, aparentemente com fuzis automáticos AK-47.

A emboscada, na sexta-feira, não deixou feridos. Os membros da UNPol, ao lado de policiais timorenses, tentavam liberar a estrada entre Baucau e Viqueque, bloqueada por supostos militantes e simpatizantes da Fretilin.

O inspetor Pedro Belo disse à agência Efe que "um grupo de jovens, supostamente da Fretilin, atirou com armas automáticas, por isso os policiais responderam também com suas armas".

Belo garantiu que "nenhum agente ficou ferido, e a Polícia deteve a sete suspeitos". Um carro policial foi queimado no incidente, acrescentou.

O porta-voz oficial Joel Pereira explicou que "José Ramos Horta decidiu não viajar aos distritos de Baucau e Viqueque por motivos de segurança" Ele acrescentou que o ataque à Polícia influiu na decisão.

O representante das Nações Unidas no Timor-Leste, Atul Khare, quem também iria a Baucau com Ramos Horta, condenou hoje o ataque ao comboio. Nos três veículos que formavam a caravana viajavam quatro policiais da UNPol, dois agentes timorenses, um tradutor da ONU e três voluntários, que também foram apedrejados.

A UNPol recomendou aos civis que evitem a estrada entre Baucau e Viqueque.

Vários distúrbios, que incluem ataques a escolas e a suposta violação de alunas de um convento, estão sendo atribuídos a seguidores e simpatizantes da Fretilin, descontentes com a nomeação de Xanana Gusmão como primeiro-ministro.

Arruaceiros atacam convento e estupram alunas, uma delas de 8 anos


Díli, 11 ago (EFE).- Cerca de 100 timorenses atacaram e destruíram ontem à noite um convento-escola em Baucau, no leste do Timor-Leste, e violentaram várias estudantes, entre elas uma menina de 8 anos, informaram hoje fontes da instituição.

O superior da ordem dos Salesianos, Basílio Maria Ximenes, atribuiu o ataque a supostos militantes da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin), descontentes com a nomeação de Xanana Gusmão como primeiro-ministro.

"Os jovens que atacaram o convento e a escola são militantes da Fretilin. Meu pessoal e estudantes reconheceram alguns dos sujeitos que violentaram as estudantes no convento", acusou o padre salesiano.

Ximenes explicou que os militantes da Fretilin, partido liderado pelo ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri, consideram os sacerdotes e freiras da Igreja Católica como seus inimigos.

"Condeno esta tragédia porque ocorreu no convento, um lugar sagrado, e entre as meninas há uma de apenas 8 anos", acrescentou.

A Polícia de Baucau, cerca de 120 quilômetros a leste de Díli, confirmou à Efe o ataque ao convento-escola, e disse que abriu uma investigação para deter os suspeitos.

Em Genebra, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) condenou na sexta-feira a destruição de várias escolas e outros centros educativos e de expansão para crianças no Timor-Leste. O ano letivo no país começou na segunda-feira. Mas os distúrbios interromperam as aulas em pelo menos quatro distritos.

Em Baucau, três escolas foram danificadas. Um incêndio arrasou o edifício Child Friendly Space, que oferecia educação pré-escolar e programas para jovens, administrado por uma ONG com apoio do Unicef.

A violência no Timor-Leste é atribuída a seguidores da Fretilin, que obteve 21 das 65 cadeiras do Parlamento, mas não recebeu a missão de formar um Governo.

Governo indonésio felicita Xanana Gusmão

As autoridades indonésias felicitaram hoje Xanana Gusmão o novo primeiro-ministro de Timor-Leste, cargo em que foi empossado na passada quarta-feira.


"O governo indonésio dá as boas-vindas a Xanana Gusmão", salientou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Kristiarto Legowo, numa comunicação à imprensa.

Na ocasião, referindo-se à violência que marcou a posse de Xanana, contestada pela Fretilin, que venceu as eleições legislativas de 30 de Junho mas sem obter maioria absoluta, Legowo salientou que o que se passa em Timor-Leste "são questões internas".

"Mas esperamos que o governo timorense possa rapidamente resolver os problemas", frisou.

Também o bispo de Díli, D. Alberto Ricardo da Silva, citado pela Agência Noticiosa Católica da Ásia (UCAN), saudou o compromisso assumido quarta-feira por Xanana Gusmão, em convidar a Igreja Católica a ajudar o seu governo a trabalhar em prol da paz e do desenvolvimento.

O bispo destacou ainda a promessa feita pelo novo primeiro-ministro timorense em ajudar financeiramente a Igreja Católica a prosseguir as suas actividades nos domínios da educação e da saúde.

Relativamente à onda de violência verificada nos últimos dias, que segundo a Caritas australiana se estendeu a bens da própria igreja, o bispo de Díli vincou que "as disputas devem ser resolvidas pelas vias democráticas, não pela violência".

Friday 10 August 2007

Agências internacionais relatam violência política


Nas últimas horas, cerca de um milhar de timorenses foi obrigado a abandonar as suas casas na região de Viqueque, Venilale e Uatolari. de acordo com a Reuters.

Populações locais dizem que passaram a noite escondidas nas montanhas .

Testemunhas citadas pela agência de notícias dão conta de perto de 200 casas destruídas e incendiadas.

Uma situação que para já ainda não se estendeu às regiões controladas pelos elementos da GNR em Timor-Leste.

O capitão Marco Cruz descreveu à Renascença um dia de calma na capital. “Em Díli a situação não existe nenhum registo de violência. Em Baucau já fizemos duas detenções, mas para além destes casos pontuais a cidade está calma”.

FRETILIN critica ministra da Justiça no caso Rogério Lobato


A FRETILIN criticou hoje a nova ministra da Justiça de Timor-Leste por ter impedido que o antigo ministro do Interior Rogério Lobato deixasse a prisão para ser operado ao coração na Malásia, acusando-a de interferir na justiça.


"No primeiro dia do novo governo há um grosseiro abuso do sistema judicial", acusou José Teixeira, deputado da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (FRETILIN), acrescentando que, enquanto esteve no Governo, o partido nunca interferiu quando Rogério Lobato foi preso, julgado e condenado.

Rogério Lobato, que cumpre uma pena de sete anos e meio de prisão por envolvimento na distribuição de armas a civis em 2006, foi impedido quarta-feira de viajar de Díli para Kuala Lumpur, na Malásia, por ordem da nova ministra da Justiça, Lúcia Lobato.

A intervenção da nova ministra contrariou autorizações dadas anteriormente a Rogério Lobato pelo juiz do seu processo para se ausentar de Timor-Leste para ser operado ao coração na Malásia.

O antigo ministro do Interior, que há duas semana foi transferido da cadeia de Becora para o Hospital Nacional Guido Valadares por razões de saúde, acabou por viajar para Kuala Lumpur apenas na quinta-feira, depois de passar cerca de 24 horas no interior de um avião fretado estacionado no aeroporto internacional Nicolau Lobato.

Lúcia Lobato justificou a sua decisão com a falta de garantias de que Rogério Lobato regressa a Timor-Leste depois do tratamento.

A FRETILIN criticou também notícias de que a ordem do tribunal seria um "negócio" para permitir que Lobato fugisse do país.

"As notícias esqueceram o facto de ordem do tribunal ter sido emitida por um juiz, o mesmo juiz que condenou Lobato, depois de três médicos estrangeiros, incluindo um australiano, terem aconselhado a realização de uma intervenção cirúrgica ao coração que não se faz em Timor-Leste", referiu José Teixeira.

O responsável da FRETILIN não tem dúvidas que Lobato vai voltar a Timor-Leste após o tratamento.

Unicef condena destruição de escolas no Timor-Leste


Díli, 10 ago (EFE).- O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) condenou hoje a destruição de escolas e outros centros educacionais para crianças no Timor-Leste, em meio aos distúrbios que ocorrem no país desde segunda-feira.

"O Unicef está totalmente preocupado porque, mais uma vez, são as crianças que sofrem", afirmou a representante da entidade no Timor-Leste, Shui Meng Ng.

"Pedimos aos adultos que levem em consideração o futuro de todas as crianças antes de continuar com a destruição de propriedades públicas e os distúrbios. Sem um ambiente seguro e sem aulas ou espaços educacionais apropriados todos os seus filhos receberão um impacto negativo", afirma o comunicado divulgado hoje em Díli.

O ano letivo no Timor-Leste começou na segunda-feira, mas os distúrbios interromperam as aulas em pelo menos quatro distritos desde então.

Três escolas foram danificadas no distrito de Baucau, enquanto o edifício "Child Friendly Space", que oferecia educação pré-escolar e programas para jovens e era administrado por uma ONG com apoio do Unicef, foi totalmente destruído por um incêndio criminoso.

Em outros distritos, como Lautem, Liquica e Manufahi, foram informados de atos de vandalismo semelhantes contra as escolas.

O Unicef pediu ao Governo, aos líderes políticos e à sociedade timorense que mantenham a paz para as crianças, que representam o futuro do país.

Os distúrbios são atribuídos aos seguidores e simpatizantes da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), descontentes com a nomeação de Xanana Gusmão como primeiro-ministro.

Pelo menos 110 casas foram destruídas no Timor desde Quinta-Feira


Lisboa, 10 Ago (Lusa) - Pelo menos 110 casas foram destruídas nas últimas 24 horas nos distritos de Viqueque e Baucau, leste de Timor Leste, na seqüência dos incidentes violentos iniciados nesta semana em Díli, disse a porta-voz da Polícia das Nações Unidas (UNPol), Kedma Mascarenhas à Agência Lusa nesta sexta-feira.

Os incidentes em Timor Leste estão relacionados com o impasse que rodeou a designação do premiê, empossado na quarta-feira. A Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (Fretilin), vencedora das legislativas de 30 de junho, mas sem maioria absoluta, rejeitou a escolha do ex-presidente e líder do oposicionista Congresso Nacional de Reconstrução do Timor Leste (CNRT), Xanana Gusmão.

A Fretilin classificou a nomeação de "golpe de Estado constitucional", mas o presidente José Ramos Horta justificou a escolha de Gusmão, indicado por uma coligação pós-eleitoral liderada pelo CNRT, a que se juntaram mais três partidos minoritários, pela maioria parlamentar obtida após a aliança.

De acordo com Mascarenhas, ainda não foi determinado o número de pessoas que abandonaram suas casas e se refugiaram nas montanhas em razão dos incidentes. "A situação agora está calma em Baucau e Díli. No caso da capital não há registro de incidentes desde quinta-feira de manhã."

Embora tenha sido confirmada oficialmente a destruição de 110 casas, a UNPol dispõe de informações que apontam para a destruição, parcial ou total, de 142 casas, além de outros incidentes, como bloqueios de estradas.

Além das mais de 50 detenções feitas na quarta-feira em Baucau pela Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e UNPol, mais quatro pessoas foram presas nesta sexta-feira.

Em Díli, foram feitas 17 detenções, todas relacionadas com apedrejamentos de carros da Polícia Civil e das Nações Unidas e confrontos entre grupos de jovens rivais, em incidentes concentrados à noite.

Em relação às pessoas que abandonaram as suas casas, Mascarenhas disse à Agência Lusa que "por enquanto não há um número", mas afirmou que representantes das agências da ONU "viajam sábado de avião para Baucau, para fazerem uma avaliação da situação e contabilizarem o número real de refugiados".

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apelou para a proteção das escolas, algumas das quais foram destruídas nesta mais recente onda de violência em Timor-Leste. Em comunicado enviado à Agência Lusa, a Unicef disse temer que a violência ponha em risco o início do ano escolar, oficialmente iniciado na segunda-feira

Thursday 9 August 2007

Distúrbios no Timor-Leste deixam pelo menos 42 feridos



íli, 10 ago (EFE).- Pelo menos 42 pessoas ficaram feridas e 4 mil fugiram de suas casas devido aos distúrbios em Viqueque, cerca de 250 quilômetros ao leste de Díli, em protesto contra a nomeação como primeiro-ministro de Xanana Gusmão, informaram hoje fontes oficiais.

"De terça-feira até esta manhã, o hospital recebeu 42 feridos dos conflitos em Viqueque e Uatulary. Alguns foram embora depois de tratados, por razões de segurança. Agora só temos 18 internados", declarou à Efe a médica Odete Maria Ximenes, do Hospital de Viqueque.

O inspetor José de Carvalho confirmou que mais de 4 mil pessoas abandonaram a cidade. Pelo menos 600 casas foram destruídas e queimadas durante os distúrbios.

Segundo Carvalho, a violência na cidade tem um componente político, a nomeação de Gusmão, e outro sectário.

Os protestos são atribuídos a seguidores da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin). O partido foi o mais votado nas eleições legislativas de 30 de junho, mas não vai governar, como estipula a Constituição. Gusmão, com seu Conselho Nacional para a Reconstrução do Timor-Leste (CNRT), formou uma aliança que garantiu maioria no Parlamento.

"Os que fugiram de suas casas estão escondidos nos montes, na selva ou na igreja. Mas a igreja também se transformou em alvo, por isso pedimos proteção à força internacional de segurança e à Polícia da ONU", disse Carvalho.

Ele acrescentou que a Polícia deteve mais de 200 suspeitos nas últimas 48 horas.

O presidente timorense, José Ramos Horta, e o enviado especial do secretário-geral da ONU, Atuk Khare, devem visitar amanhã Baucau e Viqueque para tentar pacificar a população.

Timor-Leste: Governo português congratula-se com posse de Xanana Gusmão


Lisboa, 09 Ago (Lusa) - O Governo de Portugal congratulou-se hoje com a posse do novo executivo timorense, liderado por Xanana Gusmão, apelando "à necessidade de um permanente diálogo construtivo e abrangente".

Em comunicado enviado à Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português sublinha a "sua determinação e disponibilidade para que ambos os países possam continuar a trabalhar para promover o desenvolvimento socio-económico da população timorense num ambiente de paz e estabilidade".

Face ao impasse que rodeou a formação do IV Governo Constitucional de Timor-Leste, o governo português apela para a "necessidade de um permanente diálogo construtivo e abrangente entre as forças democráticas timorenses" e reitera a "importância do papel de todos os partidos políticos, das Forças Armadas e da sociedade civil para a estabilidade e desenvolvimento do país".

"Portugal, pelo seu lado, continuará a ser solidário no esforço que Timor-Leste tem vindo a fazer na implementação de importantes políticas de desenvolvimento para o país, em sectores fundamentais como a justiça, a educação e a saúde, que considera da maior importância para o bem-estar da população timorense", lê-se ainda na nota oficial.

Portugal é o principal parceiro na ajuda ao desenvolvimento de Timor-Leste.

O MNE destaca, por outro lado, que o Governo português "reafirma, mais uma vez, o seu apoio à consolidação e ao aprofundamento da paz, da democracia, dos direitos humanos e do Estado de Direito", reiterando a determinação em "a prosseguir o diálogo com as instituições democráticas de Timor-Leste que visem o progresso e a prosperidade da nação timorense".

A formação do Governo timorense, resultante das eleições legislativas de 30 de Junho, foi marcada por intensas negociações políticas.

A Fretilin, vencedora do escrutínio mas sem maioria absoluta, rejeitou a decisão do Presidente José Ramos-Horta em convidar Xanana Gusmão, que garantiu uma maioria de 37 deputados no parlamento de 65 lugares, por via de uma coligação pós-eleitoral com mais três partidos.

Xanana Gusmão foi empossado quarta-feira no cargo.

Com o anúncio da escolha de Gusmão, alegados apoiantes da Fretilin protagonizaram actos de violência em Díli e Baucau, que destruiram bens públicos e privados e a detenção de mais de 50 pessoas.

EL.

A regressar à normalidade


Após momentos de tensão e alguma violência, a capital timorense volta à calma – um caminho que, em Baucau, se faz mais lentamente.

A nomeação de Xanana Gusmão como Primeiro-ministro e a sua tomada de posse não foram pacíficas e Timor-Leste viveu momentos difíceis, marcados por confrontos com a Fretilin (o partido vencedor das eleições, mas que não chegou ao poder).

Em declarações à Renascença, o contingente português da GNR diz que a normalidade está a regressar aos poucos às principais cidades timorenses, ainda que em Baucau tenha, na última noite, sido palco de alguns confrontos.

Para o local, foi já enviado um pelotão para se inteirar da situação e adequar o tipo de patrulhamento.

“No que diz respeito à cidade de Díli, o ambiente está muito calmo”, refere o Capitão Mário Cruz.

MG

Wednesday 8 August 2007

Incidentes podem repetir-se, diz Ramos Horta


O Presidente admite que os tumultos podem repetir-se em Timor-leste nas próximas semanas, mas acredita na capacidade da polícia e das forças internacionais para controlar a violência.


São declarações de Ramos Horta à Renascença, já depois de dar posse ao novo Governo chefiado por Xanana Gusmão.

“Os incidentes foram provocados por elementos oportunistas e extremistas ligados à Fretilin (…). Haverá provavelmente mais incidentes, mas as forças de lei e ordem estão a tomar medidas eficazes. Mas, hoje, o discurso do Primeiro-ministro vai ajudar a aclamar aqueles que receiam que o novo Governo vai exercer represálias sobre quem no passado serviam lealmente a Fretilin”, disse.

Na entrevista, o Presidente timorense diz que a Fretilin está no direito de recorrer à justiça. Ainda assim, Ramos Horta sublinha que a sua decisão teve por base o estrito cumprimento da Constituição.

No discurso da tomada de posse, Xanana Gusmão assegurou que não haverá perseguições políticas e prometeu responder às carências da população, apoiar o sector privado e promover o investimento internacional.

Xanana Gusmão propõe 'transformação do sistema' no Timor


Díli, 08 Ago (Lusa) - O novo primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, apresentou as linhas do que disser ser a "transformação total do sistema", propondo uma reforma "drástica da gestão do Estado". As propostas foram apresentadas nesta quarta-feira, durante seu discurso de posse.

Ex-presidente e líder do Congresso Nacional da Reconstrução do Timor Leste (CNRT), Gusmão foi indicado pelo presidente José Ramos Horta graças a uma aliança do partido com outras três legendas, dando maioria parlamentar à aliança e se sobrepondo à Frente do Timor Leste Independente (Fretilin), que venceu vencido as eleições legislativas de 30 de junho, mas não obteve maioria absoluta.

"Temos forte desejo de corrigir aquilo em que os nossos antecessores falharam", afirmou Gusmão durante o discurso de posse, em que agradeceu a contribuição dos seus antecessores, em particular ao chefe do 1º governo constitucional do Timor, o ex-premiê e secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri.

Um dos desafios imediatos do novo governo é conseguir a aprovação de um orçamento de transição para o período até 31 de dezembro.

A curto-prazo, o premiê recém-empossado propõe um novo sistema fiscal, segundo as linhas do que foi proposto pelo presidente Ramos Horta. Ele também pretende "um sistema fiscal simplificado a favor dos pobres e que incentive o setor privado, o investimento estrangeiro e a criação de emprego".

Entre as propostas de Gusmão, estão a criação de um Tribunal de Contas, de um Banco Nacional de Desenvolvimento e de uma Agência Especializada de Investimento.

O 4º governo constitucional pretende ainda aprovar o Código Penal e outros "documentos legislativos essenciais", instituir a "educação primária capaz e gratuita a todas as crianças do Timor Leste" e insistir num programa de incentivo ao setor privado.

Gusmão defendeu a necessidade de uma reforma profunda na área de Segurança, uma pasta pela qual também será responsável, tendo apenas com um secretário de Estado que depende diretamente do chefe do governo.

"Torna-se urgente implementar as reformas que se aproximam, decorrentes do Grupo de Estudos da Força 2020, para a edificação da capacidade institucional das F-FDTL [Falintil-Forças de Defesa do Timor Leste]", disse.

Em relação à Polícia Nacional timorense, Gusmão pretende torná-la uma força "verdadeiramente profissional, apartidária e merecedora da confiança das pessoas e das comunidades".

O premiê declarou ainda que o problema dos peticionários das Forças Armadas deve ser resolvido no curto prazo, "analisando e implementando as recomendações do Relatório da Comissão de Notáveis, promovendo o diálogo com as F-FDTL e aplicando medidas de justiça social".

O primeiro conselho de ministros do 4º governo se reuniu três horas após a cerimônia de posse, no Palácio do Governo.

Policial da ONU ferido em distúrbios no Timor-Leste será levado à Austrália


Díli, 8 ago (EFE).- Um agente da Polícia das Nações Unidas (UNPol, na sigla em inglês) ferido gravemente hoje em distúrbios isolados nas principais cidades do Timor-Leste será levado esta noite à Austrália.

"Quatro oficiais da UNPol foram feridos. Um deles se encontra em estado grave e embarcará em um vôo a Darwin esta noite. Um destacamento da Polícia foi enviado a Baucau como reforço", afirmou à Efe em Díli a porta-voz da UNPol, a brasileira Kedma Mascarenhas.

Darwin, capital do Território do Norte, é a metrópole australiana mais próxima à capital timorense.

Mascarenhas indicou que a situação no país nas últimas 24 horas é "volátil", particularmente em Díli, Baucau e Viqueque, as duas últimas a 120 e 250 quilômetros a leste da capital, respectivamente.

A UNPol interveio hoje em dez incidentes, a maioria deles com o envolvimento de pessoas que lançaram pedras e bloquearam estradas com pneus incendiados.

Os corpos de segurança usaram balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os arruaceiros.

A porta-voz afirmou que tanto a UNPol como a Força Internacional de Segurança enviaram todos os seus soldados às ruas "para conter e pôr fim à violência no Timor-Leste".

Os protestos começaram na segunda-feira, depois que o presidente do país, José Ramos Horta, anunciou a escolha para primeiro-ministro de Xanana Gusmão, já que sua coalizão, de quatro partidos, controla 37 das 65 cadeiras do Parlamento unicameral.

A decisão do líder foi criticada por seguidores da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin), que esperavam governar depois que o partido venceu as eleições parlamentares de 30 de junho, como estabelece a Constituição.