Wednesday 15 August 2007

Policial fica ferido em novos distúrbios no Timor-Leste

Díli, 14 ago (EFE).- Um policial ficou gravemente ferido nos distúrbios ocorridos hoje na capital e em outras cidades do Timor-Leste, enquanto começou a distribuição de ajuda oficial às milhares de pessoas deslocadas pela violência devido à crise política que sacode o país.

O agente foi agredido por um desconhecido com um machado em Uatolari, onde 923 pessoas saíram de suas casas e buscaram abrigo com a Polícia.

Nas primeiras horas da madrugada, uma casa pegou fogo na aldeia de Nularan. Em Baucau - segunda maior cidade do país e cerca de 120 quilômetros ao leste de Díli -, não foram registrados incidentes, mas o transporte público e os comércios não funcionaram com normalidade.

A Polícia da ONU (UNPol) atendeu a seis chamadas em Díli que, ao contrário de dias anteriores, foram resolvidas sem incidentes graves e com a detenção de três pessoas.

O novo vice-primeiro-ministro timorense, José Luis Guterres, disse à imprensa em Díli que a ajuda para os refugiados está sendo transportada por ar para os principais centros urbanos das diversas regiões, e depois por estrada até as vítimas.

Guterres disse que helicópteros da Missão Transitória das Nações Unidas no Timor-Leste (Unmit, em inglês) participam das operações para entregar "arroz, tendas, sopas instantâneas, leite e outras necessidades básicas às vítimas do conflito".

O coordenador da assistência humanitária para Baucau e Viqueque, José Asa, informou que os dados mais recentes superam as 8.100 pessoas deslocadas.

Os distúrbios começaram em 13 de agosto, depois que o presidente do país, José Ramos Horta, anunciou que havia escolhido Xanana Gusmão para primeiro-ministro e que o encarregou de formar Governo.

A princípio, os distúrbios foram atribuídos à frustração dos partidários da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) pelo fato de que não governarão, apesar de terem vencido as eleições parlamentares de 30 de junho, como estabelece a Constituição.

Gusmão formou após o pleito uma aliança de quatro partidos que reuniu 37 das 65 cadeiras do novo Parlamento unicameral, acima dos 21 do Fretilin.

A direção do Fretilin qualificou de ilegítimo o novo Governo, mas pediu calma a seus partidários e atribuiu a violência a grupos interessados em manchar o nome do partido. EFE

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