Sunday 23 March 2008

Brasil e Timor Leste prorrogam acordo para capacitação de professores


Brasília - Brasil e Timor Leste prorrogaram até 2010 o programa em que 50 professores brasileiros ajudam na formação de docentes timorenses.

A decisão foi anunciada hoje (30), na ocasião da visita do presidente timorense, José Ramos Horta, ao Brasil.

O Timor Leste é o único país da Ásia e da Oceania que tem o português como língua oficial.

"Nossas iniciativas têm impacto direto sobre a qualidade de vida do povo timorense. A idéia é fornecer instrumentos para que homens e mulheres possam moldar seus próprios destinos", disse Lula, antes de oferecer almoço ao colega do timorense, no Palácio do Itamaraty.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), o acordo foi firmado em 2004 para que o Brasil ajudasse na disseminação da língua portuguesa no país.

Durante o período em que o Timor Leste ficou sob o domínio da Indonésia (1975-1999) era proibido o uso da língua no país.

Ainda segundo o MEC, apenas entre 10% e 20% da população timorense fala português. Os idiomas locais são o tetum e o indonês.

Lula disse ainda que grupo formado por representantes dos Ministérios das Relações Exteriores e da Cultura visitarão a capital timorense, Díli, para identificar oportunidades de intercâmbio entre artistas.

O presidente brasileiro anunciou também que, a partir de março, o Brasil capacitará técnicos de futebol dos países que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

José Ramos Horta apontou o combate à violência e à pobreza, que atinge quatro em cinco pessoas do país, como desafios do Timor Leste. "Temos de conquistar os investidores. Agora, temos a responsabilidade de combater a pobreza", disse Horta, que chamou o presidente Lula de "irmão mais velho".

Lula afirmou ainda que existe interesse do Brasil em aprofundar acordo para treinamento de policiais timorenses.

Timor-Leste: Rebeldes que participaram de ataque a líderes se entregam

Sydney (Austrália), 22 mar (EFE).- Quatro militares rebeldes do grupo que participou dos ataques contra os líderes do Timor-Leste se entregaram hoje às forças de segurança, afirmou o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão.

Os rebeldes se renderam pouco depois do meio-dia em uma delegacia de Polícia nos arredores de Aileu, localidade ao sul de Díli, a capital timorense.

Em declarações divulgadas pela imprensa australiana, Gusmão disse que os quatro soldados rebeldes reconheceram, após se entregar, que haviam participado dos ataques cometidos em 11 de fevereiro contra o próprio premiê e o presidente timorense, José Ramos Horta.

Em um dos ataques, Ramos Horta ficou gravemente ferido após levar três tiros.

O primeiro-ministro, que saiu ileso do ataque contra ele, ressaltou que esta rendição pode incentivar os outros militares rebeldes a decidir se entregar.

Na semana passada, Gusmão disse que o diálogo com os rebeldes, agora liderados por Gastão Salsinha, estava esgotado e que a via militar era a única saída.

Salsinha era o braço direito do ex-chefe rebelde Alfredo Reinado, morto a tiros durante o ataque a Ramos Horta, que na segunda-feira passada recebeu alta do Hospital Real de Darwin, onde estava internado.

Os tribunais timorenses emitiram 23 ordens de detenção contra militares rebeldes que teriam participado dos dois ataques.

Ramos-Horta está a recuperar «surpreendentemente bem»


O Presidente timorense, José Ramos-Horta, está a recuperar "extremamente bem", mostra-se bem disposto, já comeu pasteis de nata e irá regressar em breve a Timor-Leste, disse hoje à Agência Lusa a sua chefe de gabinete.


"O Presidente está bem disposto e está a recuperar muito bem, extremamente bem, na sua própria casa (em Darwin, Austrália)", disse por telefone à Lusa Natália Carrascalão.

Contactada a partir de Lisboa, a chefe de gabinete não precisou uma data para o regresso de Ramos-Horta a Timor-Leste, mas disse que, segundo o seu médico pessoal, "se quisesse (o presidente) poderia regressar hoje, não teria problemas nenhuns"

"Mas vais ficar mais uns dias a descansar", acrescentou.

Natália Carrascalão disse ainda que o chefe de Estado timorense está "cheio de força, fica bastante tempo a falar com as pessoas e tem a família toda ao seu redor".

Sublinhando a rápida recuperação do Presidente timorense face à gravidade dos ferimentos que teve, a chefe de gabinete atribuiu-a à força e à boa forma física de Ramos-Horta que "caminha e exercita-se bastante".

Apesar de ainda não ter conseguido saborear os pastéis de Belém originais que pediu assim que se recuperou do ataque, José Ramos-Horta já comeu uns pastéis de nata, que uma amiga lhe levou de Sydney.

"Houve um problema com uma mala do comandante da GNR que lhe trazia pastéis de Belém. Ficou retida na Holanda", explicou divertida, acrescentando que o Presidente é um "grande apreciador" deste bolo português.

José Ramos-Horta foi ferido a tiro durante um ataque contra a sua residência em Díli, a 11 de Fevereiro.

Nesse mesmo dia, após ter sido inicialmente assistido em Díli, foi transferido para um hospital de Darwin, norte da Austrália, onde foi submetido a várias intervenções cirúrgicas e onde recebeu alta na quinta-feira.