Sunday, 19 August 2007
Luís Amado apela ao "bom senso" em Timor-Leste
O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, manifestou-se "preocupado" com o regresso da violência às ruas de Timor e apela ao "bom senso" para aquele país entrar "na rota da pacificação e da normalização política".
O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, manifestou-se "preocupado" com o regresso da violência às ruas de Timor e apela ao "bom senso" para aquele país entrar "na rota da pacificação e da normalização política".
"Acreditamos que se está a virar uma página no processo político timorense e que o bom senso acabará por prevalecer", disse à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Luís Amado, que falava em Vila Nova de Cerveira à margem da inauguração da Bienal de Arte, sublinhou que há agora em Timor-Leste uma "legitimidade política renovada", depois das eleições para todos os órgãos de poder, desde o presidente da República até ao Parlamento e ao Governo.
"Com a participação das Nações Unidas e o envolvimento da comunidade internacional, acreditamos que o processo de pacificação e de normalização da vida política possa ocorrer o mais rapidamente possível", acrescentou.
"Esperamos que o bom senso prevaleça e que os responsáveis timorenses possam encontrar, entre si, as soluções para que o País entre numa rota de estabilização e normalização", disse ainda.
Os distúrbios em Timor-Leste foram desencadeados no dia 13, quando o presidente timorense, José Ramos Horta, designou como primeiro-ministro Xanana Gusmão, do Conselho Nacional para a Reconstrução de Timor Leste (CNRT), e não o candidato da Fretilin, o partido vencedor das eleições de 30 de Junho.
Xanana Gusmão dirige uma coligação de quatro formações políticas que controla 37 dos 65 lugares do novo parlamento de câmara única, enquanto que a Fretilin, embora vencedora nas eleições, apenas obteve 21 deputados.
Desde o anúncio da designação de Xanana, cerca de 5.000 pessoas estão deslocadas e concentradas em pelo menos oito campos temporários no leste de Timor, devido à violência que afectou a região.
Dados do Ministério do Trabalho e Reinserção Comunitária timorense referem que até à última terça-feira a violência tinha afectado as populações em pelo menos 13 sucos (freguesias) do leste do país.
Mais de 320 casas foram queimadas, segundo o balanço do impacto da violência que é feito com base em informação recolhida pelo Governo, Nações Unidas, agências especializadas e organizações não-governamentais.
As maiores concentrações temporárias de deslocados localizam se nas montanhas de Viqueque, onde estão cerca de mil pessoas, enquanto centenas de outras estão em vários pontos da cidade, na costa sudeste do país e cerca de um milhar no quartel da polícia em Uatu Carbau.
Timor-Leste atravessa uma crise política desde Abril de 2006.
© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal
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