Monday 6 August 2007

Timorenses protestam após presidente pedir Governo à coalizão de Gusmão


Díli, 6 ago (EFE).- O presidente do Timor-Leste, José Ramos Horta, anunciou hoje que encarregou a formação de Governo à coalizão de partidos liderada por Xanana Gusmão, decisão que gerou protestos de grupos de jovens em Baucau, segunda cidade mais importante do país.

"Como presidente da República, decidi a aliança de partidos para que forme um novo Governo, com Xanana Gusmão como primeiro-ministro", disse o líder.

O anúncio da escolha de Gusmão como próximo primeiro-ministro, cargo que assumirá na quarta-feira, coloca fim a mais de um mês de negociações, após as apertadas eleições legislativas de 30 de junho.

Gusmão lidera a plataforma formada por seu partido, o Conselho Nacional para a Reconstrução do Timor-Leste (CNRT), que ganhou 18 cadeiras no Congresso, pela coalizão ASDT-PSD, que tem 11 deputados, e pelo Partido Democrata (PD), com oito parlamentares.

O novo Governo de coalizão controlará 37 das 65 cadeiras do Parlamento unicameral, o suficiente para poder governar.

O vencedor das eleições, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), com 21 legisladores, passará para a oposição parlamentar.

O Legislativo se completa com três deputados do Partido de União Nacional (PUN), dois da aliança KOTA-PPT e outros dois do Partido de União Nacional da Resistência Timorense (Undetim).

Após o anúncio em Díli, grupos de jovens em Baucau, cerca de 120 quilômetros ao leste da capital, foram às ruas e queimaram pneus, enquanto criticavam a decisão do chefe de Estado.

Há quase três meses, 24 pessoas ficaram feridas e 17 casas foram incendiadas em reação à proclamação de Ramos Horta como vencedor do segundo turno das eleições presidenciais, realizadas em 9 de maio.

Naquela ocasião, a violência foi atribuída a simpatizantes do derrotado Fretilin.

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