Tuesday 28 August 2007

D. Basílio do Nascimento em entrevista


Passada quase uma semana da tomada de posse do novo Governo timorense, o Bispo de Baucau analisa, em entrevista à Renascença, a situação vivida no país.


Foram tumultuosos os momentos vividos após as eleições legislativas em Timor-Leste e, sobretudo, depois da decisão do Presidente da República, Ramos Horta, de empossar (no passado dia 8) a coligação de partidos liderada por Xanana Gusmão.

D. Basílio do Nascimento, que viveu na sua diocese alguns dos momentos mais complicados, diz que a calma já regressou ao país, mas refere que em Baucau continua a existir reforço policial, através de elementos da GNR que integram a missão da ONU em Timor.

Em seu entender, foi importante que as forças de segurança não tenham tomado partido e que tenha imperado o bom senso.

Quanto à população afectada, D. Basílio refere que o Governo já enviou ajuda aos deslocados e se comprometeu a reconstruir as casas que foram queimadas durante os distúrbios.

O mais recente incidente ocorreu na diocese de Baucau. O Bispo explica que tudo foi provocado por militares australianos ao serviço da ONU, que decidiram brincar com uma bandeira da FRETILIN, acabando por acicatar os ânimos já calmos.

Lembrando outro momento difícil – o ataque ao orfanato de Báguía – D. Basílio do Nascimento diz que as versões são tantas que decidiu ouvir o padre local para apurar o que se passou de facto. O encontro está marcado para esta terça-feira.

Nesta altura, porém, a situação é calma no país. Para tal, contribuiu, no entender do Bispo de Baucau, uma mistura de bom senso com uma mostra de quem manda (caso das forças de segurança que não tomaram partido pela FRETILIN, como alguns esperavam).

Quanto ao novo Governo, D. Basílio diz que ainda é cedo para fazer avaliações.

“Na política, como em tudo, é uma melancia: só sabemos que está madura depois de abrir. Eu diria que só depois dos primeiros 100 dias é que temos uma ideia do que o Governo vale. Por agora, há o benefício da dúvida e muita expectativa”, refere.

MG

2 comments:

Anonymous said...

É mais um que quer convencer os eleitores a aceitarem a má decisão do PR de não convidar para formar governo o partido que ganhou.

Anonymous said...

Eu diria mais que é a opoinião de Senhor que acompanhou e viveu muitos anos de sofrimento e está decidido a manter-se positivo em relação ao futuro.
O D. Basilio é um homem correcto e justo e certamente aquilo que chamas uma tentativa de "convencer os eleitores a aceitarem a má decisão do PR de não convidar para formar governo o partido que ganhou" não é mais que uma opinião sincera e esperançosa do mesmo e não de politiquices veladas.