Tuesday 22 May 2007

Atuação da Austrália no Timor Leste preocupa governo brasileiro, diz embaixador

Da Agência Brasil



-Brasília, DF – A atuação econômica e militar da Austrália em Timor Leste preocupa o governo brasileiro. Segundo o embaixador Antônio José Maria de Souza e Silva, representante do Itamaraty nesse pequeno país do extremo sudeste da Ásia, os australianos buscam “isoladamente” influenciar nas ações locais. Enquanto isso, os países lusófonos – incluindo o Brasil – tentam manter as raízes culturais portuguesas na região. Ou seja, há uma disputa velada pelo protagonismo no Timor Leste.

“A ação da Austrália preocupa. Gostaríamos de manter a lusofonia neste país, reintroduzindo a língua portuguesa e trazendo o Timor para o seio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)”, sublinha o embaixador, que enfatiza: “Nós gostaríamos que o país pudesse estabelecer sua própria forma de governo, suas alianças internacionais, sem interferência da Austrália. Essa é a nossa preocupação, de poder preservar a independência e a soberania do Timor”.

São oito os países lusófonos: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe e Timor Leste, que passou a integrar a CPLP em 2002.

Ex-colônia portuguesa e há sete anos independente da Indonésia, que invadira o território em 1975, o Timor tenta se reerguer após séculos de exploração internacional e violência interna. O português e o tétum têm status de línguas oficiais, mas a maioria dos timorenses fala apenas a segunda, que é o idioma nativo. Com uma economia frágil, o petróleo é visto como uma das soluções para o desenvolvimento local.

O mar é a fronteira entre o Timor e a Austrália. E nele está a esperança dos timorenses: o petróleo – explorado pelos australianos, inclusive em águas pertencentes ao país vizinho, segundo entidades internacionais. Como no Timor Leste não existe indústria ou turismo, as pessoas vivem da agricultura de subsistência e de uma “rala” exportação de café. O petróleo e o gás tornam-se, então, a principal fonte de rendimentos.

A Austrália, segundo o embaixador brasileiro, mantém uma tropa de 1.300 homens no país, sem estar diretamente subordinada ao comando militar dos Boinas Azuis da Organização das Nações Unidas (ONU), que atuam na região, e já firmou um acordo de exploração de petróleo com o governo local. Para tentar frear essa influência militar e econômica, Brasil e Portugal investem em educação, formação profissional e militar dos timorenses, e estreitam relações governamentais.

“É uma força desigual [dos australianos], mas a questão de reafirmação da língua [portuguesa] é muito importante para nós, além de apoiar os governos democraticamente eleitos”, pontua Souza e Silva.

A “tropa” luso-brasileira é mais burocrática. O Brasil, por exemplo, enviou 50 professores, que atuam nos níveis fundamental, médio e superior; cinco juízes que trabalham nas cortes locais; e um grupo de militares que ajudam na formação de soldados e policiais. Quatro técnicos parlamentares brasileiros também serão enviados para ajudar no funcionamento do Legislativo, além de introdução de um programa na área de agricultura.

Essa falta de pessoal leva o embaixador a uma conclusão: “O grande desafio do Timor é a falta de recursos humanos. Não há quadros capacitados em todos os níveis para gerir o país. E o Brasil está ajudando com grande empenho”.

Em relação à política interna, Souza e Silva assinala que “o grande temor é que não haja uma reconciliação nacional”. O país passará por uma nova eleição, no final de junho, para a escolha de novos parlamentares. Conseguir reunir uma maioria num processo de fragmentação partidária – são mais de dez partidos – é o desafio do novo presidente, José Ramos Horta, que tomou posse Domingo (20).

Ele não tem partido e buscará influenciar na escolha do primeiro-ministro. “Acredito que dá para construir uma maioria, que terá de acontecer para se poder governar. Acredito também num certo grau de estabilidade. É um processo longo, mas tende a se normalizar”, finalizou.

4 comments:

Anonymous said...

Esta claro que preocupa! So quem nao esta preocupado sao os que fazem o joguinho com eles, tais como o X....
Ze Cinico

Anonymous said...

Anda Tony!!!
Vai-te a eles.
Mostra que 130 milhões de Brasileiros nada devem a 30 milhões de Aussis.
Mosta o que é Vinicius, a Embraer, a Petrobrás, Jorge Amado, Oscar Nyemaier, Pitangui, esse povão desse imenso Brasil. Mostra a têmpera da juíza Sandra Silvestre.

Anonymous said...

Parabens,por publicarem o que o governo de brasil,pensa no que os australianos querem de Timor.O senhor Embaixador de Brasil em timor tambem parece um diplomata sem papas na boca.Os australianos só pensam no petroleo,como diz muito bem o anonimo das 13.28 ANDA TONY VAI-TE A ELES

Anonymous said...

Logo que teve início~o conflito a "cangarulândia" enviou militares, barcos de guerra, para Dili.
Teria sido para salvar a pele de Xanana, da mulher da australiana e das crianças?
Ná senhora, nada disso...Foi para salvar o "pitróleo". A "cangarulância" é um "poço" sem fundo de generosidade.
Zé Granjola