Friday 25 May 2007

Memorial aos oitos policias mortos ha um ano



Díli, 25 Mai (Lusa) - Um memorial aos oito polícias timorenses mortos há um ano junto ao complexo da Polícia Nacional (PNTL) foi hoje inaugurado em Díli pelo Presidente da República, José Ramos Horta

Na cerimónia de homenagem, que participaram as famílias das vítimas de um dos incidentes mais graves da crise de 2006, a filha de um dos polícias mortos entregou uma carta "exigindo justiça e paz" ao representante do procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro.

Os oito elementos da PNTL foram mortos a 25 de Maio de 2006 por militares das FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) quando se encontravam desarmados e sob escolta das Nações Unidas.

O memorial e a lápide que recordam os oito polícias mortos situa-se no cruzamento onde ocorreu o tiroteio com as F-FDTL, diante do Ministério da Justiça, num troço de avenida que, até há poucas semanas, estava vedado ao trânsito com velas e ramos de flores colocados no sítio onde os membros da PNTl caíram.

O incidente marcou um dos momentos mais críticos da crise política e militar de Abril e Maio de 2006, que viria a causar a queda do I Governo Constitucional chefiado por Mari Alkatiri.

À cerimónia de homenagem aos elementos da PNTL assistiu um oficial das F-FDTL, em representação do brigadeiro-general Taur Matan Ruak, chefe do Estado-Maior das forças armadas.

3 comments:

Anonymous said...

Mas estas não foram as únicas vítimas e é indecente esquecer umas e apenas lembrar as que convém. E principalmente fazer deste um evento isolado.

Vamos lá avivar a memória. Em 12 de Maio do ano passado o Howard, anuncia que, embora não tenha havido qualquer pedido nesse sentido, tem já forças preparadas para intervir em Timor-Leste e enviou dois navios de guerra para junto das águas territoriais de Timor-Leste, com pessoal pronto a desembarcar.

No dia a seguir, 13 de Maio o RH levou o Reinado (que desertara a 3 desse mês) a casa do XG, o mesmo Reinado que pouco antes, afirmara que “as FDTL estavam a matar o povo”. E o XG elogia-o e pediu-lhe para ir para Bobonaro. Com isto, na prática o XG mais não fez do que tentar criar uma cadeia de comando na Presidência à margem da cadeia de comando legal das F-FDTL no Governo.

Em 21 de Maio, e a pedido de RH, pessoal da Embaixada dos Estados Unidos foi a Aileu encontrar-se com o Reinado, que pretende o confronto e apelou à à população do oeste para abandonar Dili, posição que é transmitida ao MNE RH.

Em 22 de Maio o Reinado dá uma conferência de imprensa à televisão de Timor, jornais locais, Lusa e à Agência Europeia de Informação (AEI), onde diz que não dialoga com “criminosos”, e aconselha, todos os do oeste saírem de Dili.

Em 23 de Maio, o Reinado e o seu grupo atacaram uma patrulha das F-FDTL, em Fatu Ahi quando estava a dar uma entrevista a David O’Shea, de que resultou a morte de um polícia que acompanhava as F- FDTL.

Nesse mesmo dia, de manhã, funcionários da Embaixada dos EUA vão a Gleno falar com o Tenente Salsinha e com os Majores Tara e Tilman e dois polícias do grupo do Reinado.

E foi também em 23 de Maio que o Howard terminou, apressadamente, na Irlanda, um périplo que o levou, também, aos Estados Unidos e Canadá. Para informar do que se preparava?

Na madrugada de 24 de Maio, o Quartel das F-FDTL, em Taci Tolu, foi atacado por alguns peticionários e apoiantes, incluindo ex-comandantes das FALINTIL: Cmdte. Samba Sembilan (de Liquiçá) e Cmdte Chaves (de Ermera). o Tenente Gastão Salsinha, juntamente com alguns civis armados.

Pouco depois, um grupo liderado pelo Rai Lós, em Tibar (não muito longe de Taci Tolu), envolveu-se num duro combate com uma força do Exército.

Em entrevista a um repórter da agência australiana Dateline, porém o Procurador Longuinhos Monteiro confirma que foi o próprio grupo de Rai Lós quem comandou o ataque às F-FDTL em Taci Tolu e iniciado o tiroteio.

Depois deste ataque seguiram-se diversas escaramuças em vários pontos da cidade e arredores. Aliás, como que a forçar uma intervenção australiana, entre 22 e 25 de Maio tiveram lugar uma série de ataques, aparentemente coordenados, a alvos do Exército.

No dia 24 de Maio até a casa do General Taur Matan Ruak, Comandante das FDTL, também foi atacada a tiro, quando a sua filha, de três anos e o filho, de 8 meses, se encontravam em casa com a ama. Tratou-se de mais uma clara tentativa, bem sucedida, de criar o pânico e um conflito generalizado e fora de controlo. O ambiente torna-se de tal modo tenso, e os incidentes sucedem-se a um ritmo tal que a presença de forças internacionais se torna, de facto, uma necessidade imperiosa e premente.

Em 24 de Maio o MNE RH, na sequência de um acordo estabelecido entre o PR, o Presidente do PN e o PM, pede ao Secretário-Geral da ONU a aprovação de uma força internacional de emergência, e pede, depois, aos governos da Austrália, da Nova Zelândia, da Malásia e de Portugal, o envio de forças.

Em 25 de Maio o capitão Kaikeri foi morto a tiro. Era um dos homens de maior confiança do Comandante das forças timorenses. Quando Taur Matam Ruak era o Chefe das Falintil e lutava contra a ocupação indonésia, Kaikeri construiu-lhe um abrigo, por baixo da sua casa. Taur refugiou-se nesse abrigo muitas vezes, sem nunca ser denunciado, mesmo quando Kaikeri foi horrivelmente torturado para revelar o seu paradeiro.
Por volta das 12h30 a casa de uma cunhada do Ministro do Interior, Rogério Lobato, é queimada, morrendo carbonizados, ela e os filhos, num total de seis pessoas.

Pouco depois, nesse mesmo dia 25 de Maio, depois de o Comandante da PNTL, Paulo Martins, ter abandonado o seu posto (no dia 24), oficiais da Polícia da ONU são chamados a mediar uma trégua afim de que cerca de oitenta polícias, pudessem sair em segurança da sede da PNTL.

Tendo sido obtido um acordo com o General Taur Matan Ruak, segundo o qual poderiam sair em paz, desde que desarmados, o Coronel Fernando José Reis, responsável pela componente militar da UNOTIL relata que, quando os polícias saíram passaram em frente de um grupo de três a quatro militares das F-FDTL, um dos militares começou a disparar sobre os polícias desarmados, e outros dois seguiram-lhe o exemplo, morrendo sete polícias ficando feridos mais dezasseis, três dos quais viriam a morrer, depois.

Soube-se, entretanto, que o primeiro militar a disparar, de facto não era membro do Exército, embora estivesse fardado e armado como se o fosse. Segundo os jornalistas australianos O’Shea e Martinkus o grupo que atacou os polícias timorenses era muito mais numeroso e incluiria numerosos civis. Estes jornalistas levantam a hipótese de este ataque ter sido feito para descredibilizar as F-FDTL.

Em 25 de Maio chegam a Dili os primeiros 150 militares australianos. XG assume, de facto, a coordenação das forças internacionais e reúne com o General Ken Gillespie, comandante das forças australianas. O Major Reinado afirma, acerca das forças australianas: - “Estou convosco. Estou com a Austrália.”

Porém as forças australianas não evitam os incêndios e pilhagens de casas e pactuaram com a destruição de alvos selectivos, ligados ao poder judicial e à administração, de modo a destruir quase todos os pilares do Estado.

Aliás o PM australiano apressa-se a dizer que o estado de Timor-Leste já não existe e que "qualquer timorense seria melhor PM de Timor que o sr Alkatiri", a Kirsty Gusmão ao The Australian ameaça “O Primeiro Ministro Mari Alkatiri deveria demitir-se para evitar ser demitido“, “vamos assistir a mudanças significativas. Acho que o Governo perdeu a confiança da população" e o Reinado fanfarrão avisa que não vai depor as armas até o Mari ser afastado. O MNE Australiano Downer diz que "Timor-Leste corre o risco de se tornar um Estado falhado" no que é de imediato contrariado pelo MNE Português Freitas do Amaral que alerta contra a interferência Australiana em TL.

Depois de tudo isto alguém se atreverá a dizer que Alfredo, XH, RH, Australianos, Norte-americanos e seus comparsas não têm responsabilidade na morte de polícias, militares e civis, 38 no total segundo o relatório da própria ONU? Porquê então apagar tudo o que se passou para apenas concentrar as atenções neste lamentável incidente? E principalmente porquê esquecer os quase 180.000 Timorenses deslocados, as milhares de casas e negócios incendiados, os meses sem escolas a funcionar, as centenas de feridos, as pilhagens, o desassossego e a insegurança desde então?

Anonymous said...

Para quem achar que os problemas todos não começaram no dia 12 de Maio, Há que lembrar que já tinham começado em Novembro de 2002, depois em Abril de 2005, sempre com a interferência e encorajamento de estrangeiros.

Mas vejamos aos problemas de 2006, anteriores a 12 de Maio.

Logo em 11 de Janeiro, XG recebeu uma petição assinada por militares do 1º Batalhão (Lospalos) que se queixavam da discriminação nas promoções entre “lorosaes” e “loromonos” que reenviou ao Ministro da Defesa e a Taur Matan Ruak, sem, no entanto, ter reunido com qualquer deles para tratar do assunto.

Em 17 de Janeiro Taur Matan Ruak respondeu que, estando ocupado com a mudança do Primeiro Batalhão, comandado pelo Tenente-Coronel Falur, de Lospalos para novas instalações, em Baucau, trataria do assunto logo que os problemas resultantes da mudança estivessem resolvidos.

Feita a mudança, o Comandante das F-FDTL, embora tenha reunido com os soldados, não resolveu o assunto, devido ao facto de os seus homens lhe terem dito que só XG o poderia resolver.

Em 6 de Fevereiro um número de militares abandonou os quartéis, liderados pelo Tenente Gastão Salsinha e apresentou-se ao PR XG a quem exigiu a demissão do Chefe do Estado-Maior, Coronel Lere, e do Comandante do 1º Batalhão, Tenente-Coronel Falur. O PR pediu-lhes que no dia 8 todos eles se apresentassem ao Comando

Em 7 de Fevereiro, cerca de 400, formaram para o PR diante do Ministro da Defesa, do Chefe do Estado-Maior e de dois Deputados convidados pelo PR.

Ninguém se apresentou no dia 8 conforme pedira o PR e no dia 16 de Março os 591 militares (na maioria recrutas que tinham acabado a formação, por quadros portugueses, primeiro, e australianos, depois), ficaram a saber, por uma declaração feita na televisão pelo Brigadeiro-General Ruak, que já não faziam parte das fileiras do Exército.

Em 23 de Março, XG em discurso à nação usou do cinismo para minar mais a autoridade do Estado e para lançar petróleo na fogueira ao dizer “(…) Antes de mais, eu gostaria de explicar que a decisão tomada pelo Brigadeiro-General Taur Matan Ruak ao considerar 591 soldados como civis é uma competência real sua, e não é o PR que a vai mudar (…) No entanto, como PR, eu considero que a decisão tomada pelo Brigadeiro-General foi incorrecta e, de facto, não foi justa! (…). Mesmo assim, desejo informar os 591 soldados (…) que já não são militares, porque eu tenho que respeitar as decisões tomadas pelos vossos Chefes (…) a decisão foi incorrecta, uma vez que focou mais na disciplina militar, em vez de considerar o pano de fundo e as raízes do problema existente no seio das F-FDTL. (…). Devido a esta descriminação, as promoções eram só para os soldados da parte oriental, e a disciplina era apenas para os soldados da parte ocidental. (…) Pedi ao Ministro da Defesa para ver que não houvesse Veteranos ou Combatentes dentro das F-FDTL (…). Os combatentes têm que ter em mente que foram Combatentes da Liberdade ou heróis apenas até Agosto de 1999, e agora são apenas militares como quaisquer outros. (…) De facto a indisciplina começou pelos Comandantes. (…) Portanto, o pano de fundo e as raízes do problema não teve que ver com a indisciplina mas com o mau tratamento, por parte de alguns Comandantes Veteranos, para com novos soldados e timorenses da parte ocidental.(…) Por fim, eu apelo aos peticionários para compreenderem que, como Comandante Supremo das F-FDTL, o meu mandato é, apenas, para passar revista aos soldados em 20 de Maio e 28 de Novembro. Por isso, se o Brigadeiro-General, (…) declarou que agora são civis, de facto vocês já são civis. Se o PM disse que vai haver novo recrutamento (…) procurem outros empregos. Para que as F-FDTL se tornem profissionais, ainda vai demorar muito tempo, porque o nosso estado só agora começou, com várias doenças e atitudes.”

Obviamente que horas depois deste discurso do XG jovens timorenses começaram a atear fogo a várias casas em Dili.

Em 24 de Abril de 2006 começou, em Dili, uma manifestação dos peticionários, a que se juntaram pessoas provenientes dos distritos do oeste.

Em 27 de Abril o PM apresenta a proposta de criar uma Comissão de Notáveis. De notar que a tal petição tinha sida enviada inclusiva para o Embaixadas mas nunca para o PM. O porta-voz dos peticionários Tenente Salsinha declarou que aceitariam as recomendações da Comissão de Notáveis.

Mas a 28 de Abril, a polícia tinha desaparecido, quase completamente, da cidade. Com um telemóvel em punho, um manifestante, não peticionário, estudante de Relações Internacionais da Universidade da Paz de Dili, tinha assumido a liderança da manifestação. Ia contando os minutos que faltavam, para expirar o prazo limite fixado pelos peticionários (?) para a resolução do problema, e, pouco antes do Tenente Salsinha ter chegado ao local com notícias sobre a referida Comissão, esse estudante começou a incentivar, em inglês, outros jovens, para incendiarem carros, atirarem pedras para partirem as janelas do Palácio do Governo e provocarem outros incidentes. Alguns peticionários tentaram conter os jovens manifestantes e garantir que a manifestação continuasse a ser pacífica, mas não o conseguiram. Esta tinha saído, completamente, do seu controlo.

Alguns dizem que os peticionários e os seus apoiantes estavam desarmados, enquanto se manifestaram em frente ao Palácio do Governo. Mas quando chegaram a Taci Tolu já teriam armas, incluindo metralhadoras. Há quem alegue que terá sido o Chefe da Polícia que distribuiu armas. Alguns sugerem que foi o Presidente, e outros, que foi a Austrália quem manobrou por trás.

Nesse mesmo dia o PR, o PM e mais alguns membros do Governo encontravam-se num hotel perto do Palácio do Governo, para um almoço com que encerrava uma reunião com homens de negócios. Ouviram-se tiros. Um carro da polícia passou pelo local e anunciou que os manifestantes tinham atacado o Palácio do Governo, e rapidamente Xanana Gusmão e Mari Alkatiri foram removidos do local.

Não é clara a razão pela qual a polícia timorense deixou de vigiar a manifestação. Mas Rogério Lobato acusará, em entrevista ao “Expresso”, o PR XG que teria, desde longa data, uma relação directa com o Comandante da PNTL Paulo Martins, interferindo, assim, com as ordens que o Ministro lhe transmitia. Rogério disse também, aos media timorenses, que os serviços de informações tiraram fotografias de alguns estrangeiros que apoiavam as manifestações dos peticionários.

Em 28 de Abril, quem estava a coordenar as operações da Polícia em Dili era o número dois o Subcomissário Ismael Babo. Tendo 500 polícias disponíveis, apenas destacou 85 para a manifestação. Babo, que é de Ermera, diz ter recebido ordens não para reforçar a segurança do Palácio do Governo, mas sim para levar todos os membros do Governo e do Parlamento para o Quartel-General da Polícia. Há quem sugira que essa ordem tenha vindo do PR pois a detenção dos governantes e parlamentares na sede da Polícia deixaria ao PR as mãos livres para qualquer actuação, quer ao nível das forças de segurança, quer ao nível do próprio Governo.

Perante a inoperância da polícia, o PM ordenou às F-FDTL que interviessem. Estas cercaram e revistaram toda a área de Taci Tolu, e não deixaram aí entrar ningém, nem sequer, o PR quando ele o pretendeu fazer, no dia seguinte.

Dos confrontos entretanto havidos, e que se prolongaram até ao dia 29, resultaram cinco mortos. A tensão em Dili tornou-se enorme. E a suspeição e conflituosidade entre polícias e os militares que se mantiveram nas fileiras do Exército também se tornaram perigosas.

Caso as FDTL não tivessem actuado nesse dia, o Governo teria cessado de imediato funções.

Em 3 de Maio o Comandante da PM, Major Alfredo Reinado, (formado pela Academia de Defesa da Austrália, em Camberra, em 2005, e que tinha vivido 9 anos na Austrália), sai do quartel com cerca de vinte dos seus 33 homens e também 7 polícias da UIR (Unidade de Intervenção Rápida), com as respectivas armas e veículos, em direcção a Aileu. Três destes polícias voltam para o seu quartel, três dias depois, com as respectivas armas

Também em 3 de Maio, os majores Marcos Tilman (de Ermera) e Alves Tara (de Ainaro), abandonam o Quartel-General das F-FDTL de Metinaro, com homens e armamento, e juntam-se ao Tenente Salsinha, em 5 de Maio, em Gleno, junto de Ermera, onde está instalada uma unidade militar australiana. Nesse mesmo dia o Tenente Salsinha apela ao Presidente para demitir o Primeiro-Ministro.

E exactamente sete dias depois, em 12 de Maio é quando o Howard anuncia que, embora não tenha havido qualquer pedido nesse sentido, a Austrália tem já forças preparadas para intervir em Timor-Leste e que tinha enviado dois navios de guerra para junto das águas territoriais de Timor-Leste, com pessoal pronto a desembarcar.

Faltarão muitos outros "pormenores" mas creio que já tem aqui elementos suficientes para perceber o filme de 2006. Claro que 7 dias depois do anúncio de Howard se realizou o II Congresso da Fretilin, onde RH, XG e os seus boys tentaram outro golpe, que também foi abortado pelos congressistas da Fretilin. Daí ter-se desenvolvido o que antes relatei.

Anonymous said...

O Ex-Soldado Confessou: A Conspiração entre o Xanana Gusmão e o Mahidiin Simbolon
(Tradução:)

O Lado Escuro do Presidente de Timor-Leste

Jakarta, 6 Setembro 2004 14:45

O escritório da revista, Gatra, foi surpreendido pela presença de um homem com o inicial JM no escritório do editor desse jornal esta manhã. Aquele homem de cabelo curto, revelou a sua identidade como um ex-soldado na Divisão I do batalhão de Brawijaya, manifestou que não poderia já suprimir as suas frustração e stresses, que sofreu durante alguns anos passados, por causa da sua participação nas operações militares accionado pela ABRI/POLRI (TNI/POLRI - Editor), em Timor-Leste desde 1994 até ao fim de 1996.

A história dele gerou uma sensação de incredulidade entre os jornalistas presentes. Mas, minutos depois o ex-soldado começou a explicar ao correspondente da Gatra acerca das suas participações nas operações de matança lançadas em 1994 até 1996, como alvo principal, alguns líderes pró-independência Timorense.

Os jornalistas não ficaram espantados com a informação providenciada porque já era um segredo público do facto de que entre os anos noventa, as operações montadas pela ABRI/POLRI (TNI/POLRI) contra as bases dos guerrilheiros Timorenses ou para ABRI o nome mais conhecido era, o GPK (Movimento de Perturbadores da Ordem) – Fretilin.

Entretanto, a história tomou um momento decisivo no qual os jornalistas estiveram espantados quando o ex-soldado (ao exigir que a sua identidade seja mantida em sigilo pela segurança da sua família) mostrou os documentos relacionados com as operações das Forcas Armadas indonésias contra a Frente Clandestina e a Frente Armada de Timor-Leste.

O alvo principal daquelas operações era o líder da organização clandestina, na qual o Kery Laran Sabale era o então comandante. Não era só muito interessante mas também chocante por causa da natureza dilemática das operações sob o comando do coronel Mahidin Simbolon (o posto militar do Simbolon naquela altura) onde o Simbolon cooperou com o “líder da resistência” de Timor-Leste, Xanana Gusmão, que estava sendo preso na prisão de Cipinang, Jakarta.

O antigo Sargento-chefe, JM revelou que ele também estava presente na reunião entre o coronel M. Simbolon, que teve lugar numa sala dentro da prisão de Cipinang, Jakarta. O ponto principal da reunião era o desejo e a prontidão do Xanana Gusmão neutralizar os grupos radicais dentro do movimento de luta, onde de acordo com o Xanana, eles prejudicariam os esforços de “luta pacífica” e da reconciliação que ele próprio estava a lançar, com vários grupos políticos timorenses, com o objectivo de reunir o povo timorense.

Consequentemente, o Xanana manifestou a sua vontade de cooperar com o coronel M. Simbolon para suprimir as facções radicais dentro de GPK-Fretilin, constituído por diversos comandantes da Fretilin e os seus seguidores, entre outros, Rodak Timur, Keri Laran Sabalae, David Alex, Konis Santana e Eli Fohorai Boot.

Os nomes deles estiveram escritos visivelmente nos documentos das operações militares entre 1994 - 1996 citado pelo JM, antigo Sargento-chefe. O fundamento da “cooperação” entre o Xanana e o M. Simbolon foi baseado no princípio de benefício mútuo; o Simbolon saíra-se bem na sua carreira militar e o Xanana poderia conseguir, com mais flexibilidade, controlar o movimento dirigido por ele próprio dentro da Prisão Cipinang. Estava bem claro que o presidente do novo pais, Timor-leste, era o homem de engenho em manter o interesse dos seus grupos matando os próprios comandantes que ele considerava desleais ou mesmo de entre os leais, aqueles que o Xanana considerava terem optado mais “a luta armada” para conseguir a causa nacional.

Após o escrutínio dos documentos e várias fotografias obtidos por JM, era muito difícil duvidar a veracidade da sua história. Esta é a versão da história escondida e o lado escuro de um “carismático” Xanana, que é altamente elogiado pelo seu próprio povo, colaborando com o “inimigo” para aniquilar os seus próprios camaradas.

O JM, antigo Sargento-chefe confessou que, depois dessa denúncia, se sentiu o peso, que levava consigo durante esse tempo todo, foi tirado do seu corpo. Disse que lamentou por que motivo que o presidente de Timor-Leste sacrificou engenhosamente a parte do seu próprio povo por causa da sua estratégia política.

Em relação ao Major-General Simbolon, o Sargento-Chefe JM, rogou ao Quartel-general das Forcas Armadas indonésias para, de imediato, investigar o caso. Porque a natureza destas operações militar era um segredo da unidade dirigida pelo coronel M. Simbolon, o Quartel-general das Forças Armadas indonésias obteve somente cópias dos resultados das operações após a morte dos comandantes de GPK-Fretilin. Por causa disso, o Major-General reformado Mahidin Simbolon deveria ser sujeito imediatamente a uma investigação tendo em conta o posto militar que lhe atribuído foi o resultado da conspiração com o inimigo da República da Indonésia. O JM, antigo Sargento-chefe (IY, GAT).

Imung Yuniardi (Semarang)
Direito e Politica, Gatra Nr. 42, edição Sexta, 7 Setembro 2004.



Original:

Eks Tentara mengaku: Konspirasi Xanana Gusmao dan Mahidin Simbolon

Sisi Gelap Sang Presiden Timor Leste



Jakarta, 6 September 2004 14:45

Gatra dihebohkan dengan kehadiran seorang pria berinisial JM di kantor redaksi majalah pagi ini. Lelaki yang mengaku sebagai seorang eks tentara di Divisi Satu Kompi Brawijaya dan berpenampilan cepak tersebut mengaku sudah tidak dapat lagi meredam segala rasa frustrasi dan stress yang dideritanya beberapa tahun belakangan, berhubungan dengan keterlibatannya di operasi militer ABRI/POLRI (TNI/POLRI-red) di Timor-Timur pada tahun 1994 hingga akhir tahun 1996.

Para wartawan di majalah inipun binggung dibuat oleh lelaki tersebut. Akan tetapi menjelang beberapa menit kemudian sang eks anggota ABRI mulai memaparkan kepada koresponden GATRA mengenai berbagai kertelibatanya dalam operasi pembunuhan terhadap beberapa tokoh penting gerakan pro kemerdekaan Tim-Tim yang dilancarkan pada tahun 1994 hingga 1996.

Disini koresponden majalah ini tidak begitu kaget dengan informasi bersangkutan, karena memang sudah menjadi rahasia umum bahwasanya di pertengahan tahun 90an perang di Timor-Timur sedang hangat-hangatnya dilancarkan oleh pihak ABRI/POLRI ( TNI/POLRI-red) terhadap berbagai basis pertahanan kaum gerilya Timor-Timur atau yang lebih dikenal dengan istilah ABRInya sebagai kaum GPK-Fretilin.

Akan tetapi ceritapun menjadi lebih lain dan mengagetkan ketika eks Serka. JM (yang mengaku agar namanya tetap dirahasiakan-demi keselamatan keluarganya) membeberkan segala dokumen operasi ABRI ketika itu terhadap kaum Front Clandestin dan Armed Force Timor-Timur.

Sasaran utama dari operasi tersebut adalah pemimpin dari organisasi Front Clandestin yang waktu itu dipimpin oleh comandannya Keri Laran Sabalae. Suatu hal yang sangat menarik dan juga menhebohkan adalah sifat dilematis dari operasi militer itu sendiri yang dikomandai langsung oleh Kolonel Mahidin Simbolon (pangkat Simbolon pada waktu itu) dengan bekerja sama dengan “pemimpin perlawanan” Timor-Timur Xanana Gusmao yang sedang mendekam di LP Cipinang Jakarta.

Eks Serka. JM mengakui bahwa dirinya turut hadir dalam pertemuan antara Kolonel.M Simbolon yang dilaksanakan di suatu ruang di Lembaga Permasyarakatan Cipinang di Jakarta. Inti dari pertemuan tersebut adalah keinginan dan kesanggupan Xanana Gusmao untuk “menetralkan” kelompok-kelompok radikal dalam tubuh organisasi perlawanan Timor-Timur yang menurut Xanana dapat mengancam usaha “perlawanan damai” dan rekonsiliasi dengan berbagai kelompok politik Tim-Tim yang sedang dilancarkannya untuk mempersatukan rakyat Timor-Timur.
Oleh karena itu, Xanana Gusmao menyatakan bersedia bekerjasama dengan Kol.M Simbolon untuk membasmi kaum-kaum radikal di tubuh “GPK Fretilin" yang antara lain terdiri dari beberapa komandan gerakan Fretilin dan anak buahnya dengan nama Rodak Timur, Keri Laran Sabalae, David Alex, Konis Santana dan Eli Fohorai Boot.

Nama-nama tersebut tercantum dengan sangat jelas sekali di lampiran dokumen operasi militer tahun 1994-1996 yang dibeberkan oleh eks-Serka JM. Inti dari “kerjasama” antara kubu Xanana dan M Simbolon dalah prinsip mutualisme; Simbolon dapat sukses di karir militernya dan Xanana pun menjadi lebih fleksibel dalam mengontrol gerakan perlawanan yang dikomandai olehnya dari LP Cipinang. Terlihat jelas bahwsanya sang Presiden dari negara baru Timor Leste ini telah sangat lihai sekali untuk mempertahankan kepentingan kelompoknya dengan membasmi para komandanya sendiri yang dianggap tidak loyal kepadanya ataupun kalau loyal, menurut Xanana mereka lebih mengutamakan “jalan kekerasan” untuk mencapai tujuan nasional.

Melihat kepada dokumen-dokumen dan berbagai foto yang dimiliki oleh JM kiranya sulit sekali untuk meragukan keaslian dari versi cerita ini. Ini adalah versi tersembunyi dan sisi gelap “karisma” seorang Xanana yang begitu diagung-agungkan oleh rakyatnya sendiri. Bekerjasama dengan “musuh” untuk membasmi kaumnya sendiri.

Eks Serka. JM sendiri mengaku beban yang disandangnya selama ini menjadi lebih ringan dengan pengakuannya ini. Dia sangat menyayangkan mengapa Presiden Timor Leste ini begitu liciknya untuk mengorbankan sebagian dari anggota masyarakatnya hanya untuk kepentingan dari strategi politiknya. Mengenai Mayjen. Simbolon, Serka. JM memhimbau agar Mabes TNI/POLRI harus segera menyelidiki kasus ini. Karena sifat dari operasi militer pada waktu itu adalah rahasia dari unit yang dipimpin oleh Kol.M Simbolon.. Mabes ABRI hanya mendapatkan copy lampiran hasil operasi militer setelah tewasnya beberapa komandan “GPK Fretilin”. "Oleh karena itu, Mayjen Purnawirawan.Mahidin Simbolon harus segera diselidiki mengingat “bintang- bintang di bahu” sang jenderal adalah hasil konspirasi dengan musuh Republik Indonesia pada saat itu" demikian Eks Serka JM. [IY, GAT]

Imung Yuniardi (Semarang)
[Hukum dan Politik, Gatra Nomor 42, beredar Jumat, 7 September 2004