Sunday 13 May 2007

Ramos-Horta mandatado para resolver questão dos peticionários





José Ramos-Horta foi hoje mandatado pelo Conselho de Ministros para solucionar o problema dos peticionários com as Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), afirmou o ainda chefe de Governo e próximo chefe de Estado.


"O Conselho de Ministros confiou no primeiro-ministro para encetar os esforços de diálogo com o comando das F-FDTL e peticionários para a busca de uma solução do problema", anunciou José Ramos-Horta à saída de uma reunião de mais de cinco horas do Executivo.

José Ramos-Horta venceu, com 69 por cento dos votos, Francisco Guterres "Lu Olo" na segunda volta das eleições presidenciais de 09 de Maio, depois do apuramento distrital ainda a validar pelo Tribunal de Recurso.

O problema dos peticionários "é uma questão complexa e sensível que tem implicações humanas, porque são centenas de militares que deixaram de receber salários", considerou o primeiro-ministro.

"É uma questão política porque divide o país e afecta a própria instituição das Forças Armadas e por isso é um assunto prioritário", acrescentou o primeiro-ministro.

Segunda-feira, José Ramos-Horta reúne com Taur Matan Ruak, chefe do Estado-Maior das F-FDTL, "para numa conversa em família encontrar uma solução".

O primeiro-ministro admite que a solução do problema pode passar pela reintegração dos peticionários mas "não necessariamente, ou não de todos", mas acrescenta que: "teríamos que ver em que condições e critérios, se houver o regresso de alguns".

"Não tenho uma agenda rígida, quero sobretudo com o comando das F-FDTL e os peticionários encontrar uma saída que garanta a disciplina e coesão das Forças Armadas e faça justiça aos peticionários que se sintam injustiçados e discriminados", afirmou.

A 9 de Janeiro de 2006, soldados das F-FDTL submeteram uma petição ao chefe do Estado-Maior e ao Presidente Xanana Gusmão.

A 17 de Fevereiro, os peticionários abandonaram os quartéis e a 16 de Março foi anunciada a exoneração de 594 militares, com data efectiva de 01 de Março.

A 28 de Abril, no quinto e último dia da manifestação dos peticionários em frente ao Palácio de Governo, eclodiu a violência que provocou as primeiras vítimas de uma crise política e militar que saiu de controlo nas semanas seguintes.

O Conselho de Ministros de hoje foi o penúltimo a que presidiu José Ramos-Horta, antes da reunião da próxima quarta-feira e da resignação do primeiro-ministro, que tomará posse como chefe de Estado a 20 de Maio.

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