Tuesday 15 May 2007

Horta apresenta resignaçao ao Presidente da Republica


O primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, apresentou hoje, diante do II Governo Constitucional, a carta de resignação ao Presidente da República, no final da despedida oficial a Xanana Gusmão.

A resignação do chefe de Governo poderá ser formalmente aceite depois de o Tribunal de Recurso validar os resultados da segunda volta das presidenciais de 09 de Maio, que deram a vitória a José Ramos-Horta.

A confirmação do Tribunal de Recurso pode acontecer ainda hoje, depois do prazo para apreciação de queixas e recursos do apuramento final apresentado pela Comissão Nacional de Eleições.

Xanana Gusmão "foi sobretudo o impulsionador da reconciliação nacional, através do apoio a várias iniciativas, como a Comissão de Verdade e Reconciliação, a Comissão de Verdade e Amizade e outras iniciativas presidenciais tomadas após a crise" de Abril e Maio de 2006, declarou José Ramos-Horta na despedida ao chefe de Estado.

José Ramos-Horta elogiou também o papel de Xanana Gusmão, primeiro Presidente eleito de Timor-Leste, "no reconhecimento do esforço de todos os que lutaram pela independência".

"A sua experiência, como líder histórico, continuará ao serviço do povo de Timor-Leste", acrescentou o ainda primeiro-ministro diante do Executivo reunido na sala do Conselho de Ministros.

Em resposta, Xanana Gusmão recordou as "divergências e dificuldades" que houve entre Presidência da República e Governo, mas recordou também "muitos momentos em que partilhámos juntos alguns passos positivos".

"Sei que não fiz tudo bem, sei que magoei pessoas, sei que magoei instituições, mas acreditem que não foi nenhuma questão pessoal", explicou Xanana Gusmão.

"Foi a própria responsabilidade como Presidente inscrita na Constituição que guiou as minhas decisões, controversas, correctas algumas, más outras", disse, garantindo, porém, que em nenhum momento considerou os outros órgãos do Estado "como órgãos de menor importância que a Presidência da República".

"Acredito que todos estamos comprometidos e conhecedores daquilo que cada um de nós podia dar ao Estado e ao povo nestes primeiros cinco anos", afirmou o chefe de Estado.

"Saio sem saudades, já que nunca me moveu ser Presidente da República, mas saio consciente de que pude dar um bocado à construção do Estado, dentro dos princípios que defendemos e que a Constituição prescreve", concluiu.

José Ramos-Horta toma posse dia 20 de Maio como Presidente da República.
Noticia da lusa

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