Saturday 26 May 2007

Solução para o Timor "está longe", avalia professor Boaventura de Sousa Santos


Agência Brasil Brasília -

O presidente eleito do Timor Leste, José Ramos Horta, tomou posse dia 20 , após uma eleição pacífica que foi precedida por uma violenta crise política. Passado o processo eleitoral, que foi aprovado por observadores internacionais e registrou apenas incidentes isolados, o clima de instabilidade vai voltar ao país, na opinião do sociólogo Boaventura de Sousa Santos.

“A solução está longe”, disse numa breve entrevista à Agência Brasil, por telefone, enquanto caminhava para a Universidade de Coimbra – onde é professor da Faculdade de Economia. Ele avalia que os timorenses têm uma percepção errada sobre o significado da eleição. “Pensam que resolveram a crise, mas não é isso. A região vai continuar a ser desestabilizada”.

Entre os fatores de desestabilização, Boaventura destaca a Austrália e a Igreja Católica.

País vizinho e potência regional, a Austrália provocou a crise “artificialmente”, segundo ele, com o objetivo de desestabilizar um governo hostil: o do ex-premiê Mari Alkatiri, que deixou o cargo em junho do ano passado, durante a crise, para dar lugar ao próprio Ramos Horta.

Um dos fundadores da Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (Fretilin), movimento de resistência contra a ocupação indonésia – encerrada em 2002 –, Alkatiri ganhou a inimizade dos australianos por sinalizar uma aproximação com a China, avalia o sociólogo, especialmente no que se refere à exploração dos principais recursos naturais do país: petróleo e gás natural.

Em artigo escrito recentemente, Boaventura dá os detalhes. O primeiro-ministro subiu de 20% para 50% a parte que caberia ao Timor dos rendimentos dos recursos naturais, procurando transformar e comercializar o gás natural a partir do país, e não da Austrália, e concedendo direitos de exploração a uma empresa chinesa. Uma postura “nacionalista” semelhante à de países como Bolívia e Venezuela, embora “menos radical”, comparou durante a entrevista.

Além da questão econômica, o professor de Coimbra aponta um aspecto geopolítico no interesse da Austrália: controlar as rotas marítimas de águas profundas e travar a emergência do rival regional, a China. Dada a proximidade entre os governos de Washington e Canberra, ele vê esta disputa como sinal de uma “nova guerra fria, apenas emergente, entre os EUA e China”, da qual “o Timor é a primeira vítima”. E acha que a Austrália adota postura semelhante à dos Estados Unidos em relação à América Latina e, mais recentemente, ao Oriente Médio.

Quanto à Igreja, Boaventura explica que teve papel forte na independência, goza de grande influência na região e não vê muita graça no fato de Alkatiri ser um líder muçulmano – embora “secular”. Ele conta que, no dia da eleição, Ramos Horta apareceu para votar vestindo uma camiseta do Sagrado Coração de Jesus.

3 comments:

Anonymous said...

Eu vi sim senhora o Zé Ramos Horta, quando foi meter o voto na caixa vestia uma camisola branca com uma fotografia estampada do coraxão de Jesus. Akilo caiu muito mal.Nunca se viu axim tão católico e trazia muita água no bico. O Zé é homem para todas às épocas e tamém para todas as religiões. Agora cá a gente até espera que ele vá organizar os polícias, comprar muitos gases que faz chorar, balas de borracha, uma caminheta com um canhão de água que atira 5 tomorense ao chão com uma mangueirada. Era muito bom mesmo fazer um aperto de mão com o major Reinado e ele fazer uma tropa em condixões, proque ele sabe de armas.. A tropa cangaru não conseguiu botar-lhe a mão, com hélipóteros. Despois os cangarus não apanharam o Reinado e xatiados que nem galitos da india andaran a rebistar as casas dos pobres e o Reinado já estava longe.Valente Reinado! E agora está a dar baile aos cangarus e ao xanana.
Zé Granjola

Anonymous said...

O Ze Granjola e natural de Biseu!

Anonymous said...

O Zé Granjola não e nada de biseu, mas xim do vale das porcalhotas!