Thursday 19 July 2007

Ramos Horta volta a tentar formar Governo de união nacional no Timor-Leste


Díli, 19 jul (EFE).- O presidente do Timor-Leste, José Ramos Horta, voltou a se reunir hoje com todos os partidos políticos que elegeram bancada nas eleições legislativas de 30 de junho, com a finalidade de definir a formação de um Governo de união nacional, mas a reunião terminou sem consenso.

A rodada de negociações, que começou na sexta-feira, foi realizada hoje a portas fechadas no Convento Irmã Lourdes da aldeia de Dare, a cerca de 17 quilômetros de Díli.

"O principal objetivo da reunião, após a de sexta-feira em Díli, é criar as condições favoráveis para formar um Governo que beneficie o povo do Timor-Leste", explicou à imprensa Ramos Horta, prêmio Nobel da Paz em 1996.

O presidente tenta convencer os dirigentes dos partidos sobre a necessidade de estabelecer um Governo de união nacional, mas por enquanto só conseguiu consenso para um Parlamento unicameral de 65 cadeiras em 30 de julho.

As eleições deram vitória à Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) com 21 deputados, insuficiente para governar sozinho.

O Conselho Nacional para a Reconstrução do Timor-Leste (CNRT) elegeu 18 parlamentares, a coalizão ASDT-PSD teve 11, o Partido Democrata (PD) ficou com oito, o Partido de União Nacional (PUN) com três, enquanto a aliança KOTA-PPT e o Partido de União Nacional da Resistência Timorense (UNDETIM) tiveram dois cada.

CNRT, ASDT-PSD e PD, que juntos somam 37 congressistas, formaram uma coalizão após o pleito para apresentar uma opção de Governo.

"A Fretilin governa o país no momento e está disposta a continuar esse trabalho de acordo com o resultado das eleições, embora o Governo vá colapsar em dois ou três meses", disse o presidente do Fretilin, Francisco "Lu-Olo" Guterres.

Guterres afirmou que, pelo interesse nacional, estão dispostos a participar de um Governo de unidade, mas manifestou que como ganharam as eleições "o posto de primeiro-ministro deve ser ocupado por uma pessoa do Fretilin. Isto é intocável".

O Timor-Leste obteve a independência em 20 de maio de 2002 com reconhecimento da ONU, mas no ano passado entrou em crise política, agravada por uma onda de violência, que pôs o país à beira da guerra civil e determinou o retorno das Nações Unidas

5 comments:

Anonymous said...

Será possível que o Horta ainda nem sequer tenha percebido que a única coisa que lhe compete é nomear a pessoa indicada pelo partido mais formado - isto é quem a Fretilin indicar - e apenas a essa pessoa, depois de ser nomeada PM é que compete formar governo?

O PR que se deixe de fitas, que ganhe alguma coragem e que faça o que tem de fazer e que se deixe de telenovelas.

Anonymous said...

Ou indicar uma pesoa como ordena a segunda dijuntiva do artigo 106 da Cosntituicao!...

Anonymous said...

Ninguém votou no entendimento dos quatro, o que os timorenses votaram foi em primeiro lugar na Fretilin. O resto são jogadas dos derrotados.

Anonymous said...

Tem razão, pois a AMP não se apresentou às eleições. A AMP foi apenas uma jogada de quem não quer reconhecer que quem ganou as eleições foi apenas a Fretilin e de jogadas destas estamos a ficar fartos.

Afinal alguns dos nossos políticos são mais malabaristas que políticos. Refiro-me ao Mário, Xanana, Amaral e Lasama.

Anonymous said...

O Ramos horta está a ser muito romântico. Ele está usar muito o seu sentimento para lidar com os problemas da democracia. Ele têm receio que o romance entre ele e o xanana corra mal no futuro, então está a demorar muito para convidar o partido mais votado para formar o governo. Se ele é democrático ele chamará a fretilin. se ele é romántico será fiel ao xanana o seu amado e convidará este para partilhar o prato.