Thursday, 26 July 2007

Governo e ONU lançam apelo de 17,9 milhões de dólares


A comunidade internacional, através das Nações Unidas e de organizações de assistência, lançou hoje com o Governo de Timor-Leste um apelo para reunir 17,9 milhões de dólares (13 milhões euros) em ajuda humanitária, até ao final de 2007.


O responsável humanitário da missão internacional (UNMIT) anunciou também que a distribuição alimentar a metade da população de Díli terminará, nos moldes em que é feita actualmente, dentro de três meses.

A revisão semestral do apelo consolidado para Timor-Leste, discutida hoje numa sessão pública em Díli, coloca em 34,2 milhões de dólares (24,9 milhões de euros) o valor da ajuda necessária para garantir durante este ano a assistência aos deslocados da crise de 2007.

Um número estimado de 100 mil deslocados continuam a viver em campos ou em residências provisórias na capital e por todo o país, segundo a última actualização, divulgada há uma semana pelo ministério do Trabalho e da Reinserção Comunitária.

Díli tem pelo menos 30 mil deslocados, segundo os mesmos dados, parte de uma população de 69 mil pessoas (metade dos residentes da capital) que continuam a depender de ajuda alimentar providenciada pelo Governo e pelas Nações Unidas.

Esta é uma situação "que não pode continuar", declarou o responsável humanitário UNMIT, Finn Reske-Nielsen.

"As pessoas deste país têm que se erguer e andar por si próprias", acrescentou.

"Enquanto dermos comida gratuita a tanta gente, estaremos a prejudicar a recuperação económica de Timor-Leste", sublinhou Finn Reske-Nielsen.

O chefe da componente humanitária da UNMIT anunciou que, depois de vários adiamentos, a assistência alimentar (o chamado "food blanket" na gíria da ONU) "tem de ser progressivamente diminuída" e apenas será feita em "mais três distribuições nos próximos três meses".

"Depois disso, será feita assistência alimentar segundo critérios de vulnerabilidade e só essas pessoas receberão apoio".

O primeiro-ministro Estanislau da Silva referiu que o processo de saída dos deslocados de vários campos em Díli começou com a instalação de 96 famílias em Becora, provenientes do Hospital Central Guido Valadares.

O Governo pretende resolver "com mais urgência" a situação dos deslocados em "campos críticos" como o de Guido Valadares, que Estanislau da Silva definiu como "uma ameaça à saúde pública", o do Aeroporto Internacional e o que fica situado diante do porto de Díli.

"Uma das dificuldades é que até hoje não existe um processo de registo eficaz dos deslocados", referiu Finn Reske-Nielsen.

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