A partir de Janeiro funcionará como delegação da Comissão Europeia, que será chefiada por um diplomata espanhol
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, recebeu hoje formalmente as instalações da Casa da Cultura, antes atribuídas à Caixa Geral de Depósitos e que a partir de agora será a Casa da Europa. A cedência de instalações, onde funcionará a partir de Janeiro a delegação da Comissão Europeia em Timor-Leste, foi feita pelo Presidente da República, José Ramos-Horta, numa cerimónia a que assistiu o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, e a maior parte do Governo.
A Casa da Cultura ("Uma Fuko", em língua tétum), um edifício emblemático situado diante da baía de Díli, era a Intendência Militar na época colonial portuguesa e foi o Comando Militar durante a ocupação indonésia de Timor-Leste.
O edifício foi atribuído à Comissão Europeia pelo ministério dos Negócios Estrangeiros timorense, segundo confirmou o Presidente da República antes da sua recente viagem oficial a Portugal.
A "Uma Fuko" estava até agora cedida por contrato à Caixa Geral de Depósitos (CGD), que pretendia instalar no edifício um centro cultural e de exposições.
"A Uma Fuko ficou atribuída à UE primeiro porque não conseguimos encontrar um edifício para a Comissão Europeia, da qual Portugal faz parte", explicou o chefe de Estado timorense.
A mudança da Casa da Cultura para a Casa da Europa foi objecto do encontro entre José Ramos-Horta e a administração da Caixa Geral de Depósitos em Lisboa, confirmou uma fonte oficial da instituição bancária portuguesa.
No discurso de entrega da Casa da Europa, José Ramos-Horta recordou a relação antiga com Durão Barroso, durante mais de duas décadas, desde que o actual presidente da Comissão Europeia foi secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros de Portugal, "tinha então 31 anos de idade".
"Durão Barroso travou muitas batalhas connosco, na mesma trincheira da luta pela liberdade", afirmou José Ramos-Horta aos convidados da inauguração simbólica da Casa da Europa.
"Timor-Leste e a UE partilham de valores comuns, como o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais", acrescentou o Presidente da República.
"Registo o papel central da UE, mais especificamente da Comissão Europeia, na busca do diálogo entre as civilizações e culturas", declarou José Ramos-Horta.
O Presidente da República timorense anunciou também que vai propor a UE e Durão Barroso para Prémio Nobel da Paz de 2008.
"A Europa vai alargar-se ainda mais para possivelmente acolher nesta grande Casa uma das mais ricas civilizações, a Turquia", disse José Ramos-Horta.
"A Turquia e a Indonésia desmentem os profetas e crentes da tese de Samuel Huntington de 'Choque de Civilizações'", explicou o chefe de Estado timorense.
A Casa da Europa funcionará a partir de Janeiro como delegação da Comissão Europeia, que será chefiada por um diplomata espanhol, anunciou Durão Barroso.
Sunday, 25 November 2007
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