Tuesday 5 June 2007

Timor-Leste: PR indonésio quer mais investimento em Timor-Leste


O Presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono defendeu hoje «o reforço do investimento e da cooperação da Indonésia com Timor-Leste», após um encontro com o seu homólogo timorense, José Ramos-Horta.

«As relações entre os dois países são boas mas nós queremos reforçar a cooperação em várias áreas», afirmou Susilo Bambang Yudhoyono, durante a conferência conjunta dos dois chefes de Estado.

Os dois Presidentes tiveram durante a manhã uma reunião de trabalho, principal ponto da agenda da primeira visita ao estrangeiro do novo chefe de Estado timorense.

«O comércio com Timor-Leste é bom mas gostaríamos de reforçar esta relação», acrescentou o Presidente indonésio, citando o exemplo dos principais investidores da Indonésia no país, como a companhia aérea Merpati, a empresa de combustíveis Pertamina ou o banco Mandiri.

«Queremos que mais empresas indonésias invistam em Timor-Leste e sugeri ao Presidente Ramos-Horta que os empresários timorenses e indonésios deviam ter uma relação mais próxima», disse.

Como lembrou o Presidente timorense, «entre 70 a 80% do comércio externo de Timor-Leste é com a Indonésia».

Susilo Bambang Yudhoyono referiu saber que o bahasa indonésio «é uma língua de trabalho em Timor-Leste» e defendeu a criação, em breve, de um departamento de língua na Universidade Nacional timorense.

Sobre a situação de segurança na fronteira entre os dois países, o Presidente indonésio explicou que a decisão de a Indonésia fechar os postos da fronteira terrestre, que aconteceu duas vezes este ano, tem por objectivo «evitar que as relações bilaterais sejam afectadas».

Yudhoyono adiantou que os dois países estão a estudar mecanismos que permitam manter o controlo apertado das fronteiras sem impedir o trânsito «tradicional» da fronteira comum.

O traçado das fronteiras terrestres de Timor-Leste com a Indonésia foi um dos pontos na agenda do encontro bilateral de hoje.

Susilo Bambang Yudhoyono declarou que apenas resta chegar a acordo sobre três por cento do traçado, embora parte desta linha esteja politicamente resolvida, faltando concretizá-la no terreno, conforme explicou à Lusa o principal negociador timorense na matéria, Arcangelo Leite.

«Falta apenas chegar a acordo sobre um por cento das fronteiras terrestres com a Indonésia», afirmou Arcangelo Leite, director nacional da Administração do Território.

As negociações da definição das fronteiras terrestres entre Timor-Leste e a Indonésia estiveram paradas quase um ano, após uma ronda negocial em Dezembro de 2005, em parte devido à crise política e militar de 2006 em Timor-Leste, explicou Arcangelo Leite.

«Tecnicamente, não se fez nada mesmo quanto à parte que foi resolvida politicamente» na negociação anterior, em Surabaia, afirmou o responsável.

Um dos últimos pontos de discórdia na delimitação fronteiriça entre os dois países é no enclave timorense de Oécussi, onde a Indonésia disputa o ilhéu de Fatu Sinai («Pedra Sinai», traduzindo à letra da língua tétum), a que os indonésios chamam Batek, no subdistrito de Pessabe.

Na conferência de imprensa de hoje, nenhum dos chefes de Estado fez referência ao esperado acordo sobre Fatu Sinai, «um ilhéu do tamanho de um campo de futebol», como diz Arcangelo Leite.

2 comments:

Anonymous said...

Absolutamente certo!

Haver mais investimentos indonésios em Timor-Leste. O passado deve ser reparado, diplomaticamente.

O Shuarto já não é uma ameaça. O Toni Shuarto já não vai com o projecto do carro Timor em frente.

E porque não o carro vir a ser produzido em Timor-Leste? A melhor alternativa para Timor.

Vizinhos, entendem-se na mesma língua e não são os "búfalos" australianos, arrogantes, descriminatórios, uns gajos ricos como o caraças.


Esperamos que o Horta tragam muitos investimentos para Timor. Com isto salvará a sua virgindade política (!!!).

O povo quer trabalho para que viva com dignidade e barriga cheia.
José de Alguidares de Baixo

Anonymous said...

"Do Povo, Com o Povo, Para o Povo"

Comunicado de imprensa

3 Junho 2007

Só a Fretilin pode garantir a soberania económica

O Secretário Geral da Fretilin Mari Alkatiri desafiou os críticos do
governo da Fretilin para que expliquem quais são as suas políticas
concretas que possam ser equiparadas a estratégia do seu partido
quanto a defesa da soberania económica de Timor-Leste e de uma gestão
económica forte.

Dr Alkatiri disse que a Fretilin está no governo há cinco anos e
herdou uma economia em total desordem.

"Temos vindo a construir os alicerces para uma independência
económica de Timor-Leste desde 2002. Agora os que nos criticam dizem
que podem fazer melhor. Encorajamo-los a explicar, exactamente ao povo,
como é que as suas políticas poderão preservar a nossa independência e
criar uma sociedade próspera em que todos os cidadãos tenham os mesmos
direitos", disse ele.

O Dr. Alkatiri, que foi alvo de duras criticas por parte da Austrália
pelo modo como dirigiu as negociações do petróleo no Mar de Timor, é o
número dois na lista dos deputados para as eleições legislativas a
ter lugar no dia 30 de Junho de 2007. A sua capacidade de gestão foi
reconhecida, mesmo por aqueles que mais o criticaram, durante o
período em que foi Primeiro-Ministro. É largamente considerado como
o arquitecto da política económica nacionalista consistente de
Timor-Leste.

"Vivemos num mundo globalizado de alta competição", continuou Dr.
Alkatiri. Muitos países que lutaram arduamente para alcançarem a sua
independência, perderam-na simplesmente por não terem conseguido
controlar a sua própria economia. Observamos que grande parte dos
países da nossa região perderam o controlo do seu país, dos seus
recursos naturais, e ainda da sua mão-de-obra, porque se viram
forçados a emigrar à procura de trabalho noutros sítios. Pequenos
países como Timor-Leste são especialmente vulneráveis".

O Dr. Alkatiri referiu-se a algumas das mais importantes conquistas
da Fretilin. "Todos sabem que fizemos um acordo do petróleo melhor do
que aquele que o governo da Austrália nos queria dar. Possuímos uma
política de gestão dos rendimentos do petróleo a qual garantirá a
nossa independência por muitas décadas.

Recusamos a pedir dinheiro emprestado, porque sabíamos que as
potências estrangeiras tem usado empréstimos para controlar a
politica dos países devedores. Criamos um sistema forte para
controlar o investimento estrangeiro, e prevenirmo-nos de perder o
controlo dos nossos recursos vitais, incluindo a nossa terra. Muito
recentemente completamos o plano para o programa de desenvolvimento
nacional acelerado, para construirmos a nossa rede de estradas, a
nossa rede de electricidade, o nosso sistema de fornecimento de água e
a nossa mão-de-obra".

"Os partidos da oposição nunca propuseram e ainda não têm propostas
alternativas detalhadas em relação a nossa estratégia", afirmou o Dr.
Alkatiri.
"Isto porque eles ainda não têm politicas que garantam protecção aos
nossos recursos vitais. O nosso recentemente eleito Presidente,
afirma agora que ele tem melhores ideias para redução da pobreza e
que a Fretilin o impediu de implementar quando ele ainda era
Primeiro-Ministro. Esta é também uma conversa sem nexo. Não nos
esqueçamos que ele também foi membro do governo que elaborou estas
políticas; ele estava presente nas reuniões do Conselho de Ministros
quando o assunto foi debatido. Ele propôs alternativas?"

Alkatiri continuou: "O nosso ex-Presidente alega que usamos as nossas
viaturas e posições apenas para benefício próprio. As pessoas dizem
coisas dessas em campanhas eleitorais. É muito fácil ser-se demagogo
nos comícios. Todos nós aprendemos estas destrezas durante o período
de resistência.

Uma nova forma de liderança é necessária para as tarefas complexas de
gestão económica. Todos os nossos líderes precisam de aprender novas
coisas, como gerir a economia e finanças quer se esteja no governo ou
na oposição. Não deveríamos depender dos peritos estrangeiros para
gerir o nosso país. Sim, precisamos e apreciamos toda a ajuda técnica
de peritos internacionais, mas os Timorenses devem liderar e devem
saber como o fazer.

"Debater é bom para a democracia. Desafiamos todos os partidos da
oposição para debater connosco, a gestão económica de Timor-Leste.
Deixemos que seja o povo a decidir quem está melhor capacitado para
defender a nossa independência económica sob as novas condições do
século 21. Nós temos esta dívida para com os irmãos e irmãs que
morreram pela independência. Se nós não conseguirmos ter uma política
económica correcta, as potências estrangeiras usarão o dinheiro deles
para retirar de nós a nossa soberania – a causa pela qual os nossos
mártires lutaram e morreram".

Para mais informações, contacte: Jose Teixeira (+670) 728 7080,
fretilin.media@gmail.com
www.timortruth.com, www.fretilin-rdtl.blogspot.com