Sunday 10 June 2007

Timor-Leste: "Não haverá descontinuidade" na rotação da GNR - José Magalhães


Díli, 09 Jun (Lusa) - A rotação dos militares da GNR em Timor-Leste será feita "com eficácia" e "não haverá descontinuidade" no contingente, declarou hoje o secretário de Estado-adjunto e da Administração Interna, José Magalhães.

"Não haverá descontinuidade da força de segurança que aqui mantemos", garantiu José Magalhães à chegada a Díli, onde vem participar nas comemorações do Dia de Portugal e na homenagem aos elementos das forças de segurança portugueses na missão das Nações Unidas.

"Haverá uma rotação com eficácia e com elevadíssimo grau de prontidão", acrescentou José Magalhães, recordando que o Subagrupamento Bravo da GNR foi reforçado em Abril com dois pelotões, integrando actualmente 220 militares.

Este reforço "garante uma continuidade absoluta da acção do Subagrupamento Bravo" no plano de segurança para as eleições legislativas de 30 de Junho, afirmou José Magalhães.

A rotação de contingente, prevista para meados de Julho na sequência de um primeiro adiamento em Maio, devia abranger 131 militares da GNR.

"A eficiência portuguesa não está posta em causa, pelo contrário. Temos todas as condições para uma boa solução para toda a gente, porque estamos todos também preocupados com a garantia de estabilidade no território num momento muito deliicado".

"É preciso conciliar essas duas necessidades a bem da eficácia total que é o nosso objectivo máximo", explicou José Magalhães.

Na sequência da viagem do chefe da missão internacional (UNMIT), Atul Khare, a Nova Iorque, há uma semana, o departamento de Operações de Apoio à Paz da ONU decidiu cancelar qualquer rotação de forças durante o mês de Julho, uma notícia que foi mal recebida no contingente da GNR em Díli.

"Se houver mudança de qualquer elemento da Polícia Nacional, da Polícia das Nações Unidas ou das FPU durante o processo, teremos novas pessoas que terão que aprender o plano todo depois de chegarem e isso criará confusão", afirmou sexta-feira Atul Khare.

O representante-especial do secretário-geral da ONU pretende que as forças da UNMIT estejam envolvidas num plano de segurança que termina apenas com a formação do novo Governo, o que deverá acontecer "no início de Agosto".

Decorrem negociações "entre Lisboa, Nova Iorque e Díli" para resolver a questão, confirmou José Magalhães, sem adiantar detalhes.

O Subagrupamento Bravo é uma das quatro FPU, unidades autónomas de polícia integradas na UNMIT que funcionam como forças de intervenção especiais.

As outras FPU são do Paquistão, do Bangladesh e da Malásia.

Sobre os incidentes durante a campanha eleitoral, que provocaram dois mortos na última semana, José Magalhães considerou que "são por definição negativos em qualquer campanha eleitoral num país democrático".

"Sobretudo, deram um sinal de carácter preventivo, uma vez que a sua repetição seria negativa", acrescentou José Magalhães.

"Conhecemos as causas, acompanhámos o seu desenvolvimento. Foram tomadas medidas de carácter preventivo".

Na madrugada de sexta-feira, forças da Polícia das Nações Unidas e da FPU do Bangladesh trouxeram do distrito de Viqueque, no leste do país, o elemento da Polícia Nacional que matou a tiro um "segurança civil" do Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), dia 03 de Junho.

O polícia timorense foi levado a tribunal poucas horas depois.

"A lição foi compreendida e é muito importante para todos os que estão envolvidos com a estabilidade e a segurança do acto eleitoral", comentou José Magalhães sobre o incidente de Viqueque.

2 comments:

Anonymous said...

Esqueceram-se de dizer que o homem de Viqueque - ao contrário do Alfredo e do seu bando - se entregou voluntariamente à polícia local.

Anonymous said...

Margarida,
Muito se engana quem cuida! Deveria entender que estão a rodar negociações entre os mandatários de Timor-Leste e acordo no, horizonte, com o Alfredo e o seu bando!
O futuro lho dirá....