Tuesday 12 June 2007

Ramos-Horta lembrou «poder do bahasa» aos indonésios





O Presidente da República timorense, José Ramos Horta, veio recordar aos indonésios "o poder da língua bahasa", escreve hoje em editorial o diário Jakarta Post.


"O líder do nosso vizinho mais jovem, Timor-Leste, acabou de nos recordar o poder da língua", diz o editorial do Jakarta Post, um dos jornais de referência da capital indonésia.

"A Indonésia tem uma grande tarefa pela frente para preservar e desenvolver esta riqueza incalculável", adiantou o jornal.

"Apesar da sua independência, a influência da língua da sua antiga potência colonial continuará muito forte" em Timor-Leste, explica o jornal referindo-se ao bahasa, "porque o tétum é mais uma língua oral e o português é apenas falado por uma pequena parte da população".

Tétum e português são, segundo a Constituição da República timorense, as duas línguas oficiais.

José Ramos Horta, que há uma semana visitou a Indonésia, na sua primeira viagem oficial ao estrangeiro como chefe de Estado, recordou, durante uma conferência de imprensa conjunta dia 5 de Maio, que o bahasa indonésio é largamente usado em Timor-Leste.

O Presidente da República timorense fez parte do seu discurso de tomada de posse no Parlamento Nacional, a 20 de Maio, em bahasa, para gáudio dos jornalistas indonésios presentes na cerimónia - que comentaram na ocasião o seu "sotaque ocidental" e o "bom domínio" da língua indonésia.

O Presidente Susilo Bambang Yudhoyono, respondendo a José Ramos Horta em Jacarta, declarou a intenção de haver em breve um departamento de bahasa indonésio na Universidade Nacional timorense.

No mesmo dia, durante o jantar de gala em honra de José Ramos Horta, o Presidente timorense fez parte do discurso aos anfitriões na Istana Negara, no complexo presidencial, em bahasa.

"O bahasa indonésio ocupa um lugar especial na nossa vida diária como língua de aprendizagem e de comunicação", afirmou José Ramos Horta.

"Tenho uma intenção autêntica de continuar a promover o bahasa indonésio e o inglês em Timor-Leste porque estes dois idiomas foram inscritos na nossa Constituição como línguas de trabalho diário", acrescentou o Presidente.

"Os comentários do recém-eleito Presidente Ramos Horta sobre o poder do bahasa indonésio receberam talvez pouca atenção aqui, apesar do profundo significado da sua mensagem", escreve o editorialista do Jakarta Post.

"A nossa ignorƒncia das declarações de Ramos Horta, no entanto, reflecte também provavelmente a nossa reduzida percepção e baixa valorização desta riqueza preciosa que tanto tem contribuído para a unidade a integridade da nação", acrescenta o jornal de língua inglesa da capital indonésia.

"Apesar de o tétum e do português serem as línguas oficiais do jovem Estado, o bahasa indonésio tornou-se na prática a língua de trabalho no país", nota o editorial.

"O facto de a Indonésia ter ocupado o território durante cerca de 24 anos (sic) até 1999 desempenhou um papel crucial no desenvolvimento do bahasa".

O editorialista do Jakarta Post acrescenta que "a assistência indonésia na promoção do bahasa em Timor-Leste será benéfico para o seu sistema de educação, e o envolvimento estrangeiro intensivo, especialmente em termos financeiros, ajudará a garantir a sustentabilidade da língua".

O jornal refere que a escolha do malaio, então uma "língua franca", como língua nacional da Indonésia, em 1928, apesar de a maior parte da população falar javanês, teve consequências directas na declaração da independência da ex-colónia holandesa, em 1945.

O Jakarta Post conclui que foram as declarações do Presidente "da nossa ex-colónia" que vieram recordar a importƒncia do bahasa como instrumento de unificação num país com mais de mil grupos e subgrupos étnicos e 706 línguas diferentes, e onde se acentua o fosso entre Java e as outras regiões do grande arquipélago.

3 comments:

Unknown said...

O poder do bahasa não pode nem deve destronar as duas línguas oficiais, o tétum e o português!

Anonymous said...

"Tenho uma intenção autêntica de continuar a promover o bahasa indonésio e o inglês em Timor-Leste porque estes dois idiomas foram inscritos na nossa Constituição como línguas de trabalho diário" disse o Horta no jantar de gala Istana Negara, no complexo presidencial frente ao Presidente Indonésio, em língua bahasa, Indonésia.

Qualquer um que se dê ao trabalho de consultar a Constituição descobre que o único artigo que lá está referente às línguas é este e apenas este.

Artigo 13.º
(Línguas oficiais e línguas nacionais)
1.O tétum e o português são as línguas oficiais da República Democrática de Timor-Leste.
2.O tétum e as outras línguas nacionais são valorizadas e desenvolvidas pelo Estado.


Isto é, mais uma vez – mas mais grave agora porque desempenhava o papel de Presidente da República – o Horta mentiu com quantos dentes tem.

Anonymous said...

Margarida,
A mentira tem sido uma arma que o Horta (um "mestre" de sala) sempre haja engatilhado para os disparos nas suas investidas diplomáticas.

Homem para todas as ocasiões! Actua conforme o cenário que se lhe depara pela frente.

Grangeou prestítigo nos salões à conta do pobre e martirizado povo de Timor.

Quem o ouviu acreditou na sua voz, pensando que nele estava o verdadeiro líder para harmonizar, guiar o caminho direito dos timorenses e livrá-lo da "canga" pesada que por 25 anos estiveram sujeitos.

Sua popularidade e credibilidade foi estrondosa, nos meios internacionais.
Teve o apoio de quem o ouviu e foi galhardoado com o Prémio Nobel da Paz.

Com a brilhante distinção, sentou-se à sombra das folhas de loureiro da coroa; fez discursos de sala alumiada pela luz dos candelabros de cristal.

Julgou-se um Gandi, um Nelson Mandela como libertador do seu Povo.

Depois da guerra volta a paz a Timor-Leste.

Ele está lá, com os outros libertadores de palco.

Sacode a água do capote e deixa a administração; organização do novo sistema administrativo do território e assume a pasta dos Estrangeiros.

Claro que não lhe interessava dar a cara e fazer Obra no terreno.
Isso ficará para os outros...

Para ele (já se julgando um Henrique Kissingir), pretende continuar a sua peregrinação pelo mundo e avistar-se com as individualidades, ao mais alto nível.

Os hoteis luxuosos, as mordomias, estrangeiras sempre foram uma sua grande atracção.

Dar entrevistas aos jornalistas foi um gosto que nunca se apartou dele.

Lemos, já não nos recorda em que revista, onde o Horta seria, informou o jornalista que seria capaz de improvisar um discurso sem usar a caneta e o papel.

Evidentemente que acreditamos... Todo o bom leiloeiro, tem as palavras decoradas (sempre as mesma) quando coloca a mercadoria, em leilão, que vai leiloar.

O bom padre, igualmente, tem liturgia que vai usar na celebração da missa no seu cérebro.
O actor de teatro de drama e comédia também as palavras para as proferir no palco.

Ele não pretende ser "pateado", durante sua apresentação em palco.
Ramos Horta, soube com mestria, representar e vender o seu peixe.
Os que o ouviam bateram-lhe muitas palmas.

Nunca imaginariam que à sua frente estava uma estátua de pés de barro.
Está a esbarrondar-se!

O rei vai nu na procissão.

José de Alguidares de Cima