Monday, 10 September 2007
«Confiança não é complacência», afirma o chefe da ONU
O chefe da missão das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT) antecipou hoje um quadro positivo para a próxima reunião do Conselho de Segurança (CS) sobre o país, mas ressalvou que "confiança não é complacência".
"Temos que recordar a violência que se sucedeu ao anúncio da formação do novo governo", declarou Atul Khare, representante-especial do secretário-geral das Nações Unidas, na véspera de viajar para Nova Iorque.
O próximo relatório sobre a situação em Timor-Leste será apresentado ao CS da ONU dia 10 de Setembro.
Atul Khare defendeu, em conferência de imprensa, a manutenção no país do reforço de cerca de 80 militares integrados na UNMIT feito para o período eleitoral, considerando que se vive ainda uma "situação frágil" após as três eleições realizadas este ano.
A continuidade deste reforço está garantida "uma vez que o principal país envolvido, Portugal, manifestou a sua concordância", explicou Atul Khare, sem citar directamente a unidade autónoma da GNR, que tem 220 militares no país.
Pelo mesmo motivo, a UNMIT vai manter no país 10 elementos da sua secção eleitoral, "para continuar o reforço da capacidade da Comissão Nacional de Eleições e do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral".
O relatório do secretário-geral ao CS "não fará nenhuma recomendação para o aumento ou a redução das Forças de Estabilização Internacionais" (ISF), afirmou Atul Khare.
"Espero, no entanto, que o relatório contenha um agradecimento vigoroso às ISF pelo papel que têm desempenhado, muito para além da sua missão", adiantou o representante especial sobre os cerca de 1300 militares da Austrália e da Nova Zelândia que integram as ISF.
Sobre o major fugitivo Alfredo Reinado, Atul Khare reiterou que ele deve entregar-se à justiça e que "se o fizer por meios pacíficos é melhor do que ser levado à força".
"Apoio os esforços das autoridades timorenses nesse sentido", acrescentou Atul Khare.
O mesmo critério, disse, é válido para todos os casos abrangidos pelo relatório da Comissão Especial Independente de Inquérito à crise de 2006, incluindo Vicente da Conceição "Railós".
"Todos os líderes timorenses têm afirmado que as recomendações do relatório da CEII são para concretizar e espero que isso aconteça de facto", sublinhou Atul Khare.
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