Friday, 1 June 2007
Europa deve ajudar imigrantes, diz dirigente luso da ONU
Madri, 01 Jun (Lusa) - A Europa deve "dividir responsabilidades" e apostar em uma cooperação "mais forte" para ajudar nas operações de salvamento de pessoas que tentam chegar, por mar, ao continente, afirmou nesta sexta-feira o Alto Comissário da ONU para os Refugiados (Acnur), o ex-primeiro-ministro português Antônio Guterres (1995-2002).
Em declarações à Agência Lusa em Madri, Guterres afirmou que o Acnur segue disponível para prestar auxílio em situações de emergência, e comentou que é vital a manutenção de garantias de proteção a necessitados.
"Pensamos que é importante haver uma divisão de responsabilidades e buscar uma cooperação européia mais forte nas operações que visam a ajudar as pessoas que estão em situação desesperadora, no mar", declarou.
O dirigente da ONU concedeu entrevista à Agência Lusa depois de um encontro em Madri com a vice-ministra espanhola para a Cooperação Internacional, Leire Pajin, com quem assinou um protocolo que reúne as linhas gerais do apoio de Madri ao Acnur, que deve chegar a mais de 14 milhões de euros (R$ 35,8 milhões).
Guterres destacou que a Espanha é atualmente uma "das parceiras mais importantes do Acnur".
Citou como exemplo as "formas de cooperação desenvolvidas e que têm como objetivo garantir a proteção das pessoas que verdadeiramente necessitam de proteção", como no caso dos imigrantes que intensificam o fluxo rumo à Europa proveniente do Mediterrâneo e do Atlântico.
O apoio garantido nesta sexta por parte do governo espanhol destina-se ao financiamento de campanhas de assistência a refugiados e desabrigados na África Subsaariana, América Latina, Oriente Médio e norte da África.
Guterres e Pajin definiram ainda a futura criação de um fundo específico, financiado por Espanha e colocado à disposição do Acnur para "fazer frente de forma ágil às necessidades de assistência a refugiados que possam aparecer devido a crises humanitárias".
Timor Leste e Iraque
Quando questionado sobre a situação dos refugiados no Timor Leste, Guterres afirmou que o Acnur mantém programas no país lusófono, ainda que agora a situação "tenda a normalizar-se".
O que realmente preocupa o dirigente luso da ONU é a situação dos refugiados iraquianos, que continuam sem ter condições para viver em segurança no país.
"Temos mantido uma pressão constante para que os iraquianos que buscam asilo na Europa consigam seu objetivo, porque não há condições no centro e no sul do Iraque para as pessoas regressarem às suas casas", disse.
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