Wednesday, 13 June 2007

Desalojados do Timor Leste esperam que eleição ponha fim a medo


Por Ahmad Pathoni

DILI (Reuters) - Para dezenas de milhares de timorenses do Leste que fugiram de suas casas no ano passado, quando o caos se instalou na minúscula nação, a principal esperança da eleição presidencial da segunda-feira é que possam voltar para casa.

O presidente do CNRT Xanana Gusmão, disse que é uma oportunidade para mostrar que sua jovem nação não é um Estado falido.

Mas a sombra da violência permanece.

Partidários de candidatos rivais entraram em confronto enquanto faziam campanha há duas semana passadas, ftendo causo feidos mas tambem 3 mortes.

"Quero voltar para casa, mas ainda estou com medo", disse Sofia Rofinus, ex-professora de 38 anos, que vive em uma barraca com sua filha de cinco anos e seu marido há quase um ano.

No acampamento na capital, as crianças soltam pipas sob o sol ardente, enquanto pessoas mais velhas ficam sentadas em frente às barracas para fugir do calor de dentro delas.

Cerca de 150 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas no ano passado durante a violência que estourou depois que o governo demitiu 600 soldados que se rebelaram. Soldados estrangeiros foram enviados ao Timor Leste para restaurar a calma, depois que dezenas de pessoas foram mortas.

Oito candidatos disputam a eleição, entre eles o primeiro-ministro interino José Ramos-Horta, vencedor do Nobel da Paz e líder de uma campanha internacional pela independência do país, então dominado pela Indonésia. Se nenhum candidato obtiver mais da metade dos votos, haverá um segundo turno, cenário considerado provável por alguns analistas.

Gusmão, disse que tem plano de tentar conseguir o posto de primeiro-ministro, que envolve mais participação no poder, em eleições parlamentares a serem realizadas ainda este ano.

"Estamos prontos. Creio que essa eleição será livre e justa", disse Gusmão recentemente em Dili.
SOLDADOS E OBSERVADORES ESTRANGEIROS

Gusmão responsabilizou o Partido da Fretilin, do ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri, pelos confrontos eleitorais. Gusmão acusou os líderes da Fretilin de permitirem que os partidários provocassem a violência.


Uma fonte das Nações Unidas disse que organizar uma eleição livre e pacífica não é uma tarefa fácil para uma nação nova e devastada por conflitos.

Cerca de 3 mil soldados e policiais internacionais patrulharão o país para garantir as eleições e cerca de 200 observadores internacionais estão no país para monitorar a votação.

A vitória da campanha pela independência do Timor Leste em relação à Indonésia, em uma votação realizada em 1999, desencadeou uma campanha de violência por parte de milícias pró-Jacarta, que deixou cerca de mil mortos e muita destruição. As Nações Unidas administraram o país até 2002.

Apesar de ter reservas de petróleo consideráveis, a ex-colônia portuguesa tem o Produto Interno Bruto per capita mais baixo do mundo, de apenas 400 dólares, segundo a ONU.

No campo de refugiados Don Bosco, Rofinus, a professora que foi desalojada de sua casa, disse que a comida é escassa e que as pessoas são frequentemente obrigadas a se contentar em comer folhas de mamão cozidas e milho, ao invés de arroz.

Cerca de 8 mil refugiados ainda estão no campo, em um complexo escolar. No auge da violência, havia ali 16 mil pessoas. Mais de 30 mil pessoas vivem em diversos acampamentos por toda a cidade.

1 comment:

Robiana Florencio said...

Visite o blog da UDT e participe no debate


http://udtimor.blogspot.com/2007/06/o-combate-ignorncia.html