Timor-Leste é um "claro ganhador" da actual conjuntura de escalada do preço da generalidade das matérias-primas, graças às receitas petrolíferas, que mais do que compensam os aumentos de bens alimentares, afirma o Banco de Desenvolvimento Asiático.
A conclusão do Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD), que esta semana esteve reunido em Madrid, consta do relatório "Lidar com Preços Altos - Um Relatório de Políticas", hoje divulgado, que indica ainda que "o recente aumento nos preços de bens alimentares nos mercados internacionais ainda não está a ser inteiramente sentido no Pacífico", mas que o "contágio" a partir do continente asiático deverá estar para breve.
Tal como a Papua Nova Guiné, Timor-Leste "é um claro ganhador em termos líquidos" da actual conjuntura, uma vez que "os elevados preços das exportações vão mais do que compensar o efeito dos elevados preços de produtos petrolíferos, trigo e arroz" consumidos no pequeno mercado interno, refere o banco no relatório.
"Os produtores petrolíferos da região, Papua e Timor-Leste, estão a retirar grandes benefícios dos preços elevados", afirma.
Em Timor-Leste, exemplifica o estudo, as receitas governamentais das exportações petrolíferas mais do que aumentaram no ano passado para cerca de três vezes o valor do Produto Interno Bruto (PIB).
Na situação inversa encontram-se, por exemplo, as Ilhas Salomão e Vanuatu.
Todos os países da região são importadores líquidos de bens alimentares de base e Timor-Leste pertence ainda à categoria dos que são considerados capazes de grandes aumentos na produção deste género de produtos.
Em relação aos países da região do Pacífico, o BAD considera que o facto de o já baptizado "tsunami" do preço dos bens alimentares ainda não se fazer sentir oferece "uma pequena janela de oportunidade para se prepararem".
"A prioridade é preparar medidas de resposta rápida para compreender melhor os desenvolvimentos e salvaguardar os [países] mais expostos", afirma.
Entre as medidas recomendadas estão a monitorização de preços alimentares, liberalização do controlo de preços, redução de taxas e impostos excessivos.
"s autoridades de Timor-Leste e Papua Nova Guiné é também recomendado que "encontrem maneiras de usar as suas mais elevadas receitas governamentais do petróleo e mineração para ajudar os mais carenciados".
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