Tuesday, 16 October 2007

Provedor de Justiça discorda de Comissão de Verdade e Amizade

O provedor de Direitos Humanos e Justiça de Timor-Leste, Sebastião Xímenes, discorda da criação da Comissão de Verdade e Amizade (KKP) e afirmou … agência Lusa "não perceber" as opções dos líderes timorenses nesta área.


"Pessoalmente não entendo a política dos nossos líderes", declarou Sebastião Xímenes … Lusa, em Macau, onde participa num encontro internacional de Provedores de Justiça entre a China e os países lusófonos.

O Provedor timorense critica "principalmente" o ex-Presidente da República, Xanana Gusmão, actual primeiro-ministro, e o ex-primeiro-ministro que é agora o chefe de Estado, José Ramos-Horta, "que tiveram a ideia de criar essa comissão".

A KKP foi criada entre a Indonésia e Timor-Leste para analisar os acontecimentos violentos no território em 1999.

No final de Setembro, a Comissão realizou audiências em Díli durante três dias, sob muitas críticas de organizações timorenses que se manifestaram junto …s instalações que serviram para a Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação (CAVR).

Embora não queira comentar o trabalho da KKP na qualidade de Provedor, Sebastião Xímenes defendeu, "como cidadão timorense", uma consulta prévia "ao povo timorense para saber se essa comissão é boa ou não, se é favorável" a Timor-Leste.

O provedor timorense de Direitos Humanos e Justiça não vê "por enquanto" que a KKP sirva para agravar o descontentamento e a impunidade.

Declara, no entanto, que "a criação da comissão não é necessária para uma boa relação e cooperação com a Indonésia".

A KKP, composta por comissários indonésios e timorenses, realizou audiências em Jacarta, Bali e Díli, ouvindo testemunhos sobre a violência em Timor-Leste em 1999.

Uma plataforma internacional de organizações condenou em Maio a "falta de credibilidade" da KKP e as Nações Unidas recusaram, até agora, legitimar este processo de investigação.

Sebastião Xímenes participa em Macau numa conferência organizada pelo Comissariado contra a Corrupção, intitulada "Ombudsman e a Legalidade da Administração, entre a China e os Países Lusófonos".

A conferência tem participantes das provedorias de Justiça de Macau, China, Timor-Leste, Brasil, Angola, Hong Kong, Guiné-Bissau e Moçambique.

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